Home»+ Esportes»Jogos Olímpicos»O SUPER JAPONÊS E A HISTÓRIA REESCRITA NO QUINTO DIA DE JOGOS

O SUPER JAPONÊS E A HISTÓRIA REESCRITA NO QUINTO DIA DE JOGOS

0
Shares
Pinterest WhatsApp

O quinto dia de Jogos Olímpicos, nada melhor que começar com grandes feitos. Na véspera do seu aniversário de 43 anos, Kristin Armstrong escreveu seu nome na história do ciclismo. A americana venceu a prova contrarrelógio do ciclismo de estrada e tornou-se a primeira atleta tricampeã olímpica do esporte. Armstrong é a terceira mulher mais velha da história a vencer uma prova individual nos Jogos. Ela levou o ouro com o tempo de 44min26s42. A medalha de prata na prova foi para a russa Olga Zabelinskaya, enquanto Anna van der Breggen, da Holanda, que ganhou o ouro na prova de estrada, completou o pódio. O ouro masculino ficou com o suíço Fabian Cancellara. A prata foi para Tom Dumoulin, da Holanda, e o bronze para o britânico Christopher Froome.

Americana Kristian Armstrong comemora o tricampeonato Olímpico, o primeiro da história do ciclismo. FOTO: Getty Images
Americana Kristian Armstrong comemora o tricampeonato Olímpico, o primeiro da história do ciclismo. FOTO: Getty Images

Quando o assunto é força, os asiáticos seguem dominando as competições de levantamento de peso. Na categoria até 69kg feminina, a chinesa Yanmei Xiang ficou com o ouro, superando a cazaque Zhazira Zhapparkul e a egípcia Sara Ahmed. Na categoria até 77kg, não faltou equilíbrio. Em uma disputa emocionante, e literalmente decidida nos detalhes, Nijat Rahimov, do Cazaquistão, e Xiaojun Lyu, da China, quebraram recordes mundiais e ergueram a mesma carga no Pavilhão 2 do Riocentro. O ouro ficou com o europeu, por conta de sua menor massa corporal. Isso mesmo! Atual campeão mundial, Rahimov ergueu 319kg (165kg no arranco e 214kg no arremesso) e bateu o recorde mundial do arremesso. Lyu, por sua vez, levantou a mesma carga, com 177kg no arranco, também derrubando o recorde mundial, e 202kg no arremesso. O bronze foi para Mohamed Mahmoud, do Egito, com a marca de 361kg (165kg no arranco e 196kg no arremesso).

Cazaque Nijat Rahimov salta para comemorar o ouro Olímpico no levantamento de peso. FOTO: Getty Images/Julian Finney
Cazaque Nijat Rahimov salta para comemorar o ouro Olímpico no levantamento de peso. FOTO: Getty Images/Julian Finney

Com menos força e mais jeito, veio mais um ouro para a Hungria na esgrima no Rio 2016. Dessa vez foi a vitória de Aron Szilagy, bicampeão Olímpico no sabre masculino, sobre o americano Daryl Homer. O bronze foi para a Coreia do Sul, com Jungwan Kim.  Na outra prova do dia, o florete feminino, a vitória foi da russa Inna Deriglazova, que desbancou a favorita Elisa di Francisca, da Itália, campeã Olímpica em Londres 2012. O pódio foi completado pela tunisiana Ines Boubajri.

Paz entre as torcidas é o que se espera em Jogos Olímpicos, mas quando se envolve a maior rivalidade sul-americana, as coisas complicam um pouco. Depois da briga no vôlei de praia e de um esforço do COI em pregar a paz entre as duas “hinchadas”, teve clássico Brasil x Argentina no rugby de 7. Dentro de campo a diferença dos brasileiros para os hermanos ainda é gritante. O Brasil foi presa fácil e perdeu por 31×0. Porém, os argentinos foram eliminados pela Grã Bretanha, com direito a uma cena que muito bem retratou o espírito Olímpico. Derrotados na prorrogação, por 5×0, depois de um 0x0 no tempo normal, os jogadores da Argentina foram às lágimas no estádio de Deodoro, no que foram consolados pelo time da vencedora Grã-Bretanha. Fiji, favorita ao ouro, eliminou a outra favorita Nova Zelândia por 12 a 7, que jogou sem o astro Sonny Bill Williams. O Japão, boa surpresa, derrotou a França por 12 a 7. Já a África do Sul atropelou a Austrália por 22 a 5.

Britânicos consolam argentinos após jogo emocionante no rugby de 7. FOTO: Getty Images/Dan Rogers
Britânicos consolam argentinos após jogo emocionante no rugby de 7. FOTO: Getty Images/Dan Rogers

Teve recorde em finais olímpicas na prova de pistola 50m masculina. Jongoh Jin, da Coréia do Sul, marcou 193,7 pontos e venceu o vietnamita Xuan Vinh Hoang, que havia sido ouro na prova de 10m. o bronze ficou com Song Guk Kin, da Coréia do Norte. Na fossa double, um momento histórico. Fehaid Aldeehani se tornou o primeiro atleta medalhista de ouro da história disputando de forma independente com a bandeira dos Jogos Olímpicos. O atleta representou o Kwait, seu país, dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 até Atenas 2004, além de Londres 2012, e era dono de um bronze na modalidade. Com seu país excluído por intervenção do governo no Comitê Olímpico Nacional. Marco Innocenti, da Itália, ficou com a prata e o britânico Scott Steven com o bronze.

Fehaid Aldeehani fez história no tiro. Foto: Getty Images/Sam Greenwood
Fehaid Aldeehani fez história no tiro. Foto: Getty Images/Sam Greenwood

O judô teve um dia nipônico nas categorias até 70kg feminina e até 90kg masculina em competição. Entre as mulheres, finalmente um ouro para o Japão: Haruka Tachimoto derrotou Yuri Alvear e ficou no ponto mais alto do pódio. Os bronzes ficaram com a britânica Sally Conway e com a alemã Laura Vargas Koch. Para os homens veio o segundo ouro, após a vitória de Mashu Baker sobre Varlam Liparteliani, da Geórgia. Os bronzes ficaram com Xhunzhao Cheng, da China, e Donghan Gwak. Entre os brasileiros, Maria Portela e Tiago Camilo – que fazia sua última aparição olímpica – não conseguiram medalha.

Domínio asiático também no tênis de mesa feminino. Aliás, domínio chinês. Como de costume, a final do individual feminino foi entre duas atletas da China, Ning Ding e Li Xiaoxia – as mesmas que decidiram o torneio em Londres. Dessa vez foi Ning Ding que ficou com o ouro. O bronze ficou com a norte-coreana Song I Kim.

O torneio de vôlei feminino teve uma vitória tranquila do Brasil sobre o Japão, por 3×0. A surpresa ficou por conta da Itália, que foi varrida pela Holanda, também por 3×0. No handebol, o time feminino do Brasil parou na goleira espanhola Navarro, e viu as rivais vencerem por 29×24, impondo a primeira derrota da seleção no torneio. No outro jogo da chave, a favorita Noruega deu um tempo na magia angolana, vencedoras as surpreendentes angolanas.

Espanholas comemoram vitória sobre o Brasil no handebol feminino. Foto: Getty Images/Lars Baron
Espanholas comemoram vitória sobre o Brasil no handebol feminino. Foto: Getty Images/Lars Baron

No futebol masculino a Argentina deu vexame. Empatou com Honduras em 1×1, terminou em terceiro no grupo e foi eliminada na primeira fase. Além dos hondurenhos, os portugueses avançaram. Os alemães jogaram em sua segunda casa, o Mineirão, e mandaram logo 10×0 em Fiji, eliminando o México, atual medalhista de ouro, que perdeu de 1×0 para a Coreia do Sul. Nigéria e Colômbia também avançaram. O Brasil goleou a Dinamarca por 4×0 e avançou, assim como os escandinavos.

No vôlei de praia, o Brasil passou por muito sufoco. Depois de duas derrotas e de uma quase eliminação precoce, Alison e Bruno Schmidt venceram os italianos Ranghieri e Carmbula, classificando-se para as oitavas de final. Alison chegou a dar um susto durante o jogo ao machucar o tornozelo direito. No feminino, Agatha e Bárbara, já classificadas, perderam para as espanholas Liliane e Elsa, embaixo de muita chuva.

E quem diria que um dia o Brasil torceria muito para a canoagem. Pepe, o brasileiro Pedro Henrique da Silva, não conseguiu ser melhor que os concorrentes e ficou em sexto na final da categoria K1 do slalom. O ouro da modalidade ficou com o britânico Joseph Clarke, a prata com Peter Kauzer, da Eslovênia, e Jiri Prskavec, da República Tcheca, levou o bronze.

Uma das grandes histórias de superação dos jogos veio dos Saltos Ornamentais. No trampolim de 3m sincronizado, a dupla britânica formada por Jack Laugher e Chris Mears levou o ouro. Em 2009, após romper o baço, Chris foi diagnosticado com apenas 5% de chance de sobreviver. Sete anos depois, ele subiu ao pódio no lugar mais alto. A prata ficou com os americanos Sam Dorman e Mike Hixon, e o bronze com os chineses Yuan Cao e Kai Qin. Os brasileiros Ian Mattos e Luiz Felipe Outerelo finalizaram em oitavo lugar.

Logo ao lado, nas águas verdes do Maria Lenk, a seleção brasileira (com alguns estrangeiros, é claro) de pólo aquático venceu de forma surpreendente os atuais campeões mundiais da Sérvia, por 6×5, emplacando sua terceira vitória na competição. O jogo ficará para a história. Os sérvios não eram derrotados a dois anos, ou 45 partidas, e o Brasil conseguiu, pela primeira vez na história, a classificação para as quartas de final dos Jogos Olímpicos.

Jogadores do polo aquático comemoram muito a vitória sobre a campeã mundial Sérvia. FOTO: CBDA/SSPress/Satiro Sodré
Jogadores do polo aquático comemoram muito a vitória sobre a campeã mundial Sérvia. FOTO: CBDA/SSPress/Satiro Sodré

O dia da natação veio com surpresa! O nada badalado Dmitriy Balandin, do Cazaquistão, levou o ouro nos 200m peito, superando Josh Prenot, dos EUA, e Anton Chupkov, da Rússia. A australiana Kate Campbell ainda não levou o ouro nos 100m livres, mas já bateu duas vezes o recorde olímpico, nas eliminatórias e na semi. Mas nem por isso seu país ficou sem ouro, pois seu compatriota Kyle Chalmers, de apenas 18 anos, venceu os mesmo 100m livres, a prova nobre da noite. Numa arrancada fulminante, Chalmers superou o belga Pieter Timmers (prata) e o americano Nathan Adrian (bronze). Mais duas provas femininas fecharam as finais do dia. A espanhola Mireia Belmonte ficou com o ouro, superando Madeline Groves, da Austrália, e Natsumi Hoshi, do Japão. No revezamento 4x200m feminino, nenhuma novidade. Ouro para os EUA, prata para a Austrália e bronze para o Canadá.

E para encerrar uma história digna de cinema. Sabe aquela cena de filme, em que o atleta para e, em câmera lenta, espera pelo resultado  final? Rolou isso. Na final do individual geral da ginástica masculina um duelo épico entre o ucraniano Oleg Verniaiev e o mito japonês Kohei Uchimura, invicto desde 2009. Oleg liderou até o último aparelho, quando Kohei tirou mais uma exibição da gala da cartola e tomou a liderança. Foi a vez do ucraniano se apresentar e, após isso, esperar pela nota. A diferença para os filmes é que, a espera não resultou em festa. O ouro, foi para o japonês, que sagrou-se bicampeão olímpico. O bronze ficou com o britânico Max Whitlock. Os brasileiros Sérgio Sasaki e Arthur Mariano terminaram em 9º e 17º, respectivamente. Com um roteiro digno de filme, Uchimura entrou para a galeria dos grandes nomes da história olímpica da ginástica.

Depois de tantos momentos históricos, vale a pena conferir o quadro de medalhas da Rio 2016.

quadrodia5

Previous post

O DIA DO MITO PHELPS E AS ZEBRAS NO TÊNIS

Next post

JOGADAS DA SEMANA | GOLAÇOS E TAÇAS NA EUROPA

No Comment

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *