RESUMÃO DA FASE DE GRUPOS DA LIBERTAS
Fazia tempo a Libertadores não tinha uma primeira fase com tantas surpresas e emoções fortes. Feitos históricos aconteceram como a primeira queda de três brasileiros na fase grupos e a classificação de dois bolivianos para as oitavas, depois de 17 anos. E o que falar da derrota do Unión Española por 5 a 4 para o Independiente del Valle, que foi o jogo com mais gols desde 2006. Foi tanta coisa, que vale pena dar uma limpa nos grupos e ver o que rolou de mais relevante.
GRUPO 1 | A SOBERANIA DO VELEZ E O FRACASSO DO FURACÃO
O Universitário foi o presente do grupo. Terminou com um ponto e forneceu vitórias a todas as equipes. A vaga parecia que seria do Atlético-PR e do Vélez, com os argentinos desacreditas depois de serem eliminados pela Ponte Preta na Sul-Americana de 2013. Mas o time argentino de Turu Flores bateu no Furacão duas vezes, sendo que a vitória em Curitiba foi emblemática para a eliminação dos paranaenses. O fiel da balança seria o The Strongest e a famigerada altitude de La Paz. Tanto Velez quanto Atlético sucumbiram e foram derrotados, mas a diferença foi que a derrota argentina foi na segunda rodada e a brasileira no jogo decisivo, na último rodada e no aniversário do clube boliviano. Eliminação merecida, com mal futebol que apagou até o gol que parecia ser salvador do aplicado mas ainda sem ritmo nenhum, Adriano Imperador.
GRUPO 2 | UM BOLOLÔ CABULOSO, COM MUITAS EMOÇÕES
Um grupo que de cara parecia simples, mas foi tão cheio de treta que na última rodada qualquer um podia se classificar. O Botafogo e o San Lorenzo eram destacadamente favoritos. O Botafogo veio de uma classificação apoteótica na Pré-Libertadores e começou atropelando, chegando à 7 pontos faltando duas rodadas. O San Lorenzo fez um excepecional campeonato argentino mas a troca de técnico desorientou a equipe, que conseguiu apenas quatro pontos nos quatro primeiro jogos. Sobrou espaço para o Unión Española, comandado pelo atacante Canales, que carregou sozinho a equipe para a classificação, ao derrotar o Botafogo no Maracanã, sinalizando o fracasso alvinegro, que se confirmou na última rodada com a derrota no Nuevo Gasómetro, por 3×0, para o San Lorenzo. Quase que isso não resolvia para as argentinos, que ficaram torcendo até o último minuto para que o jogo entre Indenpendiente Del Valle e Unión terminasse. Mesmo no chile, os equatorianos venceram por 5×4 e se tivessem marcado mais um, eliminariam o time do Papa Francisco.
GRUPO 3 | Equilíbrio e milagres
Apesar de não possuir times da primeira linha do futebol sulamericano, o grupo 3 reunia os campeões do Paraguai e do Chile, o vencedor da última Sul-Americana e o vice-campeão da Colômbia, o que sinalizou um equilíbrio que realmente veio. O Lanús, “bambeou as pernas” e só foi ganhar a primeira na quarta rodada contra o Deportivo Cali. Enquanto isso o O’Higgins, de muita aplicação tática, liderou por boa parte da competição o grupo, mas na hora de decidir mostrou quem era e caiu. O Deportivo Cali não resolveu o que queria e foi das vitórias contra o Cerro e Lanús, à derrota e empate com o O’Higgins e, na última rodada, tomou a virada dos paraguaios, dando adeus a competição. O Cerro, treinado por Arce, foi o time mais constante do grupo e se classificou com a qualidade de valores individuais como Julio dos Santos, Mathias Corujo e Dani Güiza. O grande momento do grupo foi no último jogo, quando o árbitro brasileiro Wilton Sampaio, marcou um pênalti absurdo contra o Lanús, que poderia ter acabado com a campanha dos argentinos. Aos 40 do 2º tempo, ao melhor estilo São Victor, o destaque do Lanús, Marchesin, defendeu e levou o time para as oitavas.
GRUPO 4 | GALO INCONSTANTE E O QUASE DO ZAMORA
O Galo, atual campeão foi muito inconstante, mas dominou o grupo e liderou com três vitórias e 3 empates. Por outro lado, o Santa Fé, semifinalista ano passado, manteve a mesma base e esperava outra boa campanha, mas amargou a lanterna do grupo. O Zamora da Venezuela quase foi a zebra do grupo. Perdeu duas de apenas 1×0 para o Atlético e venceu Nacional do Paraguai e Santa Fé, chegando aos 7 pontos e disputando a vaga até o último minuto. Apesar de pouco cotado, o Nacional aproveitou-se da irregularidade do grupo e, com humildade e aplicação tática garantiu a vaga, empatando duas vezes com o Atlético e virando sobre o Santa Fé na última rodada, garantindo a inesperada vaga.
GRUPO 5 | A ARRANCADA DO CRUZEIRO
Era para o Cruzeiro atropelar e o grupo 5 sem dificuldades. Com excessão do massacre sobre a Universidade do Chila na segunda rodada, o time celeste consegui a façanha de perder para o fraquíssimo Real Garcilaso (no jogo das ofensas racistas ao Tinga) e para o limitado, porém perigoso Defensor Sporting. O empate com os uruguaios no Mineirão condenou a Raposa, que teria que vencer as duas últimas partidas. A sorte dos cruzeirenses, é que a freguesia histórica da LaU continua e mesmo no Chile o Cruzeiro venceu por 2xo e na último rodada fez o saldo que precisava contra o Garcilaso, que perdeu todos os jogos para os chilenos e o Defensor. A LaU fez dez pontos, assim como o Cruzeiro, mas como só conseguiu marcar seis gols e sua fraca defesa tomou nove, não seguiu em frente. Já o Defensor surpreendeu e mostrou saber exatamente o que faz com a bola em todos os momentos. A equipe uruguaia tem fragilidades técnicas, mas sabe como contra-atacar com Gedoz e Arrascaeta, terminando líder.
GRUPO 6 | GRÊMIO MATA O GRUPO DA MORTE
Como disse um cartaz de um torcedor na Arena do Grêmio na última rodada: “Procura-se El Grêmio Imortal, assassino do grupo da morte”. Depois de um começo de ano sem muito alarde, não foram poucos os que duvidaram que o Tricolor sucumbiria ao grupo com três campeões de Libertadores e o Newell’s, semifinalista do ano passado. O Nacional do Uruguai deu uma facilitada na missão gremista, fazendo a pior campanha da sua história em Libertadores, com apenas um ponto. Mas o fato é que o técnico Enderson Moreira transformou o time apático do ano passado num time que, além de se defender sabe atacar. A equipe só não venceu o Newell’s Old Boys, mas conseguiu dois triunfos contra o Nacional e o Atlético Nacional. Os colombianos oscilaram na disputa da Libertadores, mas “mitaram” na última rodada eliminando o Newell’s Old Boys, em Rosário, com uma vitória por 3×1. A queda de rendimento dos argentinos em relação a 2013 foi muito grande, e insegurança defensiva foi constante. Eliminação merecida, assim como a do Nacional, que chegou a priorizar o campeonato uruguaio quando ainda tinha chances de classificar.
GRUPO 7 | EM TERRA DE LEÓN URUBU NÃO VOA
Não havia dúvidas de que o grupo do Flamengo era difícil, pois o time carioca não é lá essas coisas, mas parecia que ele iria se classificar. Mas surpreendentemente, o Bolívar mandou no grupo. Foram 11 pontos em seis jogos, sendo sete conquistados no morro de La Paz. Além disso, venceu o León no México e calou o Maraca com um empate com o Flamengo. Tudo isso, depois do técnico espanhol Xabier Azkargorta deixou a seleção boliviana para ir treinar o time de La Paz. Quanto ao León, a equipe mexicana mostrou competência, velocidade e uma bola aérea fortíssima, provando que pode ser uma das surpresas da competição, pois tem muita qualidade em Boselli, Luis Montes e Arizala. O Emelec decepcionou e mostrou que seu domínio no Equador fica apenas por lá. Já o Flamengo nos fez rir dele de novo e mostrou que esse negócio de Libertadores não é para bico do Urubu.
GRUPO 8 | FRACASSO DO PEÑAROL E SOBERANIA MEXICANA
O Santos Laguna levou a Libertadores à sério e com um futebol ofensivo, de toque de bola e aplicação tática nadou de braçada no grupo 8. O único momento fora da curva foi a derrota para o Arsenal por 3 a 0 na última rodada da fase de grupos. Arsenal, aliás, que mesmo mostrando ser muito fraco ano passado, este ano faz boa campanha e, se futebol está longe de empolgar, o time é aplicado e sabe se defender. O Deportivo Anzoátegui lutou bravamente mas tinha seus limites. Empatou duas vezes com o Peñarol, que prometia voltar a fazer uma boa campanha, mas não engrenou.
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