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O DIA EM QUE O EAGLES VOOU ALTO NO SUPER BOWL

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O Philadelphia Eagles é o grande campeão do Super Bowl! No início do ano isso pareceria absurdo, mas não é que na situação mais adversa a escrita foi quebrada… E mais uma grande história da NFL foi escrita.

Os Eagles tinha conquistado seu último título da liga em 1960, quando saíram de outra fila e comemoraram seu terceiro título, depois do bi de 48/49. Mal sabiam que a fila de verdade estaria por vir. Desde o início do Super Bowl, o máximo que a equipe da Pensilvânia conseguiu foi disputar as edições de 81 e 2005, perdendo para Raiders e Patriots. Aliás, curiosamente, os Patriots estiveram no caminho das águias novamente. Mas antes do desfecho dessa história vamos voltar no tempo e contar os pormenores dessa campanha inesquecível.

Da euforia a apreensão

Que temporada fizeram os Eagles! Foi um começo arrasador. Depois de estrear com vitória contra os Redskins e perder na semana 2 para os Chiefs, os Eagles engataram nove vitórias seguidas e chegou a 10-1 no início de dezembro. Carson Wentz deu show. principalmente nas vitórias contra os Cardinals, Redskins e Cowboys. Atuações de gala que lhe colocaram como principal adversário de Tom Brady ao prêmio de MVP. Além disso, a defesa cedia pouquíssimos pontos por jogo. Parecia perfeito. Nem a derrota para os Seahawks que encerrou a série invicta parecia abalar o time. Mas ai…

Num jogo despretensioso contra os Rams na semana 14, Carson Wentz se lesionou. A vitória por 43×35 passou batida. A ruptura nos ligamentos do joelho do QB da franquia, não. Ele estava fora do restante da temporada. Nick Foles, seu reserva, ainda comandou o time em mais duas vitórias, que fecharam a temporada em 13-3 (ah, teve também a derrota por 6×0 para os C0wboys na última semana, com Nate Sudfeld de QB). Mas isso não era o suficiente.

O time fez a melhor campanha da NFC, mas a torcida estava preocupada. O que seria dos Eagles nos playoffs sem Carson Wentz?

O conto de fadas de Nick Foles 

Nick Foles foi o MVP do Super Bowl
Nick Foles foi o MVP do Super Bowl. Foto: Frank Franklin II/AP

As casas de apostas colocavam os campeões da temporada regular da NFC como zebras. Pasmem! Tudo porque não se dava muito crédito a Nick Foles.

Depois de muito sucesso na tradicional Westlake High School, celeiro de grandes jogadores, foi destaque no College e draftado pelo Eagles em 2012. Fez grande papel na temporada 2013, sob comando de Chip Kelly. Porém não pode fazer muito mais que isso com um sistema de jogo que não lhe favorecia. O que parecia um futuro promissor, de repente entrou em declínio. Lesões ruíram a temporada em 2014 de Foles que, no ano seguinte, foi emprestado ao Saint Louis Rams, onde não se firmou e foi dispensado. Em 2016, foi ser reserva nos Chiefs e mais uma vez foi dispensado. Chegou a pensar em se aposentar. Voltou aos Eagles para ser reserva de Carson Wentz, que como já dissemos, estava destruindo na temporada 2017. Até que a vida lhe deu uma nova chance.

Pois esse mesmo Nick Foles que pensou desistir, foi quem segurou o rojão dos playoffs.

Mesmo com toda desconfiança, comandou os Eagles na vitória sobre os Falcons por 15×10 e teve uma atuação de gala contra os Vikings, na vitória esmagadora por 38×7. De contestado a herói, o quarterback passou por cima de uma das melhores defesas da NFL e terminou o confronto com impressionantes 352 jardas, três touchdowns lançados e apenas sete passes errados em 33 tentados.

Foles levou os Eagles à sua primeira vitória em playoffs desde 2008 e ao primeiro Super Bowl depois de 13 anos. Mas teria que superar o gigantesco New England Patriots. Até então isso parecia muito.

Um Super Bowl para a história

Mineapolis estava diante de um confronto histórico. O US Bank Stadium teria o pentacampeão Patriots enfrentado o desacreditado Eagles, que mesmo com a grande campanha realizada, não inspirava muita confiança de que conquistaria o título. Aliás, para quem acompanha nosso StartCast, nosso especialista em NFL, Círio Oliveira já havia cravado o título dos Eagles antes mesmo da decisão. E ele provou estar certo desde o início.

O jogo começou com o time da Philadelphia encarando os Patriots e o mito Tom Brady de igual para igual. Essa foi uma das razões que colocam esse jogo como um dos maiores da história do Super Bowl. Se de Bill Belichick já esperamos tudo, foi uma grata surpresa a ousadia de Doug Pederson, que mandou seu time para o ataque sem medo. À propósito, nunca os ataques se sobrepujaram tanto às defesas.

No primeiro quarto, vantagem para os Eagles, que abriram um 9 a 3, mesmo perdendo um extra point após o TD Alshon Jeffery. E teve erro do time de especialistas de New England, que perdeu um field goal. Os Eagles aumentaram ainda mais a vantagem com LeGarrette Blount e chegaram a 15 a 3 no segundo quarto. Antes do intervalo, os Patriots reagiram com um field goal convertido por Gostkowski e um touchdown de James White.

Brady estava inspirado. Tentou até um trick play numa quarta descida, mas faltou o cacoete de recebedor. Melhor para a turma dos memes…

Tom Brady dropou na sua trick play.
Tom Brady dropou na sua trick play. FOTO: NFL

Ainda antes do intervalo, foi a vez de Foles enganar a defesa adversária e anotar mais um touchdown para os Eagles. A trick play do ataque dos Eagles enganou a defesa de New England e permitiu ao QB da Philadelphia anotar o TD que deixou o jogo em 22×12. Méritos para a dupla Foles e Pederson. O QB chamou a jogada e o técnico topou. Conheçam a Philly Special:

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Ai veio o show do Justin Timberlake (que na minha opinião foi o pior desde que assisto o Super Bowl) e o intervalo que fez todo mundo pensar: será que os Patriots vão conseguir de novo? Para quem não lembra, em 2017 estava tudo muito pior e ainda assim Tom Brady deu um jeito…

O segundo tempo começou frenético: uma sequência de três touchdowns! Após quatro lançamentos em sequência de Brady para Gronkowski, uma das maiores duplas da história anotou o primeiro. Imediatamente na campanha seguinte, Foles lançando Clement. Logo depois, Brady conecetando Chris Hogan. Depois dessa loucura toda, o terceiro quarto deixou o Eagles com uma vantagem de apenas 3 pontos. E teve gente acreditando em mais uma virada épica de New England.

Os Eagles ampliaram com um field-goal mas outra conexão precisa de Tom Brady com Gronkowski, deu aos Patriots a liderança no placar pela primeira vez no jogo. Mas Foles estava endiabrado. A poucos minutos do fim, achou Zach Ertz foi lançado por Foles para dar novamente a liderança no placar aos Eagles. Após o lance, os Patriots tinham dois minutos de posse para garantir mais um título. Mas foi aí que a defesa apareceu pela primeira vez. E em que hora! Brandon Graham forçou um fumble de Brady. Com a bola, o time da Philadelphia ainda anorou um field goal com Elliott. No desesperou Brady tentou um hail mary… Mas quem voou mesmo foram os Eagles. 41×33 e título inédito do Super Bowl.

Um dia de recordes

Além do jogo sensacional, o Super Bowl LII será lembrado pelos seus recordes. E não foram poucos.

Começando pelo MVP do Super Bowl, Nick Foles deu um passe de 34 jardas para o touchdown de Alshon Jeffery. Esse foi TD de passe mais longo da história dos Eagles em Super Bowl e o TD aéreo mais longo cedido pelos Patriots na era de Brady/Belichick. Graças a sua trick play, ele também é o primeiro quarterback a ter um TD lançado e recebido no mesmo Super Bowl.

Nick Foles MVP
Nick Foles foi o MVP do Super Bowl e ainda registrou recordes. FOTO: NFL

Passamos para a noite de “College Kickers”. O começo desastroso rendeu recordes negativos. Após o TD de Alshon Jeffery, Jake Elliott se tornou o primeiro a perder um extra point em Super Bowl desde Mike Cofer, do San Francisco 49ers, em 1989.

Pouco tempo depois, Stephen Gostkowski errou um field goal de 26 jardas, igualando o field goal perdido mais curto da história, de Morten Anderson, no Super Bowl XXXIII. Para piorar, depois, também errou um extra point, o que fez dele o primeiro kicker a desperdiçar os dois tipos de chute em uma decisão.

Com seu 4º TD em Super Bowls, James White, running back dos Patriots, só está atrás de dois jogadores em número de touchdowns na partida final: Jerry Rice (8), e Emmitt Smith (5).

Tom Brady é um caso à parte. Ainda no intervalo, se tornou o terceiro QB com mais jardas no 1º tempo de uma decisão – atrás de Doug Williams (306 no Super Bowl XXII) e Kurt Warner (277 no Super Bowl XXXIV). Ao fim do jogo se tornou o primeiro jogador da história a superar 500 jardas nos playoffs – foram 505. Ele é, agora, o único em todos os tempos a ter dois Super Bowls com mais de 400 jardas.

Tom Brady Recordes
Mesmo a atuação recheada de recordes de Tom Brady não bastou para os Patriots. FOTO: NFL

E ainda teve mais. Com os dois TDs, sua parceria com Rob Gronkowski chegou a 12 em playoffs, igualando-se a outra dupla histórica: Joe Montana e Jerry Rice. Seus passes ainda fizeram do trio Gronk, Amendola e Hogan o primeiro da história a ter 100 jardas cada. Brady é monstruoso.

Com tantos recordes, o Super Bowl LII ainda foi o que mais teve jardas combinadas entre os dois times na história e o jogo com mais jardas da história da NFL: 1.151 (!). Histórico em todos os sentidos.

Fly Eagles, Fly

Para encerrar. A festa na Philadelphia. Afinal, não é todo dia que se ganha um Super Bowl!

 

 

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