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O TAMANHO DE BRADY E O SUCESSO DO ASILO DE TAMPA

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O acontecimento que deu origem a este texto é o impressionante título do Tampa Bay Buccaneers na NFL, mas o assunto do post é Tom Brady. É muito difícil que ele não chame atenção nos títulos que conquistou, mas dessa vez ele eclipsou o título de Tampa. Vamos falar sobre isso.

Aqui mesmo no blog, a gente vem falando sobre o fim da carreira do GOAT (não curto a expressão, mas usei para não dizer que a ignoro) faz tempo. No título do Super Bowl LI, falávamos sobre a entrada definitiva dele e dos Patriots na história. No ano seguinte, colocamos em dúvida a sequência da dinastia, após a derrota para os Eagles. E no Super Bowl LIII, vimos que era não era o fim ainda e destacamos a soberania do quarteback dentre todos os outros que já passaram pela liga. Aí, na temporada passada, parecia que era o fim mesmo e que o negócio do momento ia ser mesmo o Patrick Mahomes. Mas nada do homem aposentar.

Aí chega 2020, a pandemia bagunça o mundo e o velho rapaz de New England resolve deixar sua casa e bagunça a cabeça dos fãs do futebol  americano. Ninguém estava preparado para ver Brady com outra camisa e ele aparece assinando com o Buccaneers. Aí começa essa história.

 

O asilo de Tampa

Teve quem chamasse de “asilo”, “time de show bowl” e “junta-junta”. A ideia da franquia dos Buccaneers era montar um “dream team”, mas a verdade é que o projeto de Tampa para a temporada 20/21 deixou muita gente com um pé atrás. Olhando friamente os nomes, já naquela época, era um timaço mesmo.

Além de Tom Brady, com 43 anos, o time juntou LeSean McCoy, Leonard Fournette, Rob Gronkowski e ainda o Antonio Brown. O fiador do projeto era o maior jogador da história do esporte, claro, mas o resto era muita dúvida. Fournette e McCoy pareciam certezas, mas iam depender muito da formação do time e da saúde de Tom Brady. Gronk parecia loucura, pois o homem estava aposentado e dando um giro por programas de dança e outras paradas bem aleatórias. Antonio Brown vinha de todos os problemas extracampo possíveis, que o tonaram um jogador totalmente indesejado na maioria das franquias. Nesses dois casos, a lábia de Tom contou bastante para garantir seus amigos no rolê.

Brady e Gronk comemoram o título
Brady e Gronk comemoram o título. FOTO: Sportbuzz/UOL

Montar elencos como esse costuma não dar muito certo na NFL. Patriots, 49ers, Rams e Eagles já deram com os burros n’água com tentativas desse tipo. E o começo muito irregular do time parecia corroborar para isso.

A campanha histórica

Quem diria que o primeiro time a jogar um Super Bowl em casa seria o Tampa Bay Buccaneers?

Até a semana 12 da temporada regular a campanha de Tampa era bem irregular. O time estava 7-5 e tinha derrotas marcantes, como as duas para o rival de divisão, Saints (uma delas a maior surra que Tom Brady já tomou na carreira), e a que sofreu exatamente na semana 12, em casa, para o atual campeão Kansas City Chiefs. Aí veio uma semana de bye e a dúvida: será que vai dar pós-temporada?

Bom, dali em diante, o time engrenou de tal maneira que só parou no título do Super Bowl. Foram quatro vitórias no final da temporada regular e três vitórias categóricas nos playoffs. 31×23 contra o Washington, 30×20 contra os Saints e 31×26 contra os Packers. No Super Bowl, um surra nos atuais campeões – 31×9 contra um anulado Chiefs.

Mahomes lança uma bola mesmo depois de derrubado, mas de nada adiantou.
Mahomes lança uma bola mesmo depois de derrubado, mas de nada adiantou. FOTO: NFL/Brasil

Brady superou dois dos maiores QBs da história – Drew Brees e Aaron Rodgers – e o futuro da NFL – Patrick Mahomes. Vitórias marcantes em New Orleans (contra os Saints que haviam dominado Tampa na temporada regular) e em Green Bay, onde o frio sempre castigou Tom. A defesa de Tampa Bay fez atuações históricas, principalmente na decisão, quando impediu Mahomes de lançar um touchdown pela primeira vez na vida. Teve até dois TDs de Gronkowski no Super Bowl. Foi um título categórico.

Gronk celebrando um de seus TDs.
Gronk celebrando um de seus TDs.. FOTO:Patrick Smith / Getty Images

O tamanho de Brady

Tom Brady mostrou que não é discutível no que diz respeito à NFL. Sete títulos, coisa que nenhum time (isso mesmo, time) tem. Dez Super Bowls disputados sendo três deles dos 40 anos pra cá. Dos três, ganhou dois Chegou em Tampa e já tem várias marcas históricas da franquia em playoffs, com apenas uma temporada disputada.

 

 

O que ele fez com a franquia é impressionante. Os Buccaneers já eram de mais derrotas do que vitórias logo no seu começo. O título conquistado em 2003, na sua única participação no Super Bowl até então, foi um enorme ponto fora da curva. Depois disso, diversas temporadas sem playoffs e várias delas negativas. Não era terra arrasada quando Brady chegou, mas estava longe de ser uma aposta certeira a se fazer.

Sua mentalidade vencedora contaminou o time. Os figurões que vieram com ele não foram destaques, mas estiveram prontos para decidir nos momentos cruciais dos jogos mais importantes, mesmo que tivessem que aparecer em uma ou duas jogadas. Brady convenceu uma franquia inteira de que era possível vencer e, mais do que isso, carregou ela para a vitória.

Para os que falavam que ele era um QB de sistema, essa campanha dele longe de New England foi uma resposta direta. Não só ele se adaptou a outro playbook, como o transformou. Se reprogramou e reconfigurou um time para jogar um jogo vencedor, enquanto corrigia seus problemas com a temporada rolando. Será que ele sente falta do Bill Belichick?

Bom, pelo menos a sua antiga cidade parece sentir. Se o SB LV teve a pior audiência desde 2007 (em parte pelo crescimento dos streamings), um dado chamou atenção: foram 57,6 pontos de audiência nos arredores de Boston, contra 52,3 pontos de Tampa, segundo informações do Sports Business Daily. Foi o segundo maior alcance registrado até hoje na cidade onde Tom Brady fez história. Saudade é mato entre os fãs do Brady Boy em New England.

 

PS: Vale ressaltar que, apesar dos entraves da pandemia, o show do The Weeknd (que confesso ter conhecido exatamente por causa de sua participação no Halftime Show) foi muito bom.

 

 

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