MARACANAZO: O DIA EM QUE O BRASIL CONHECEU A DERROTA
Hoje vamos voltar ao jogo mais lembrado do futebol mundial: o Maracanazo. A partida que povoa o imaginário futebolístico há décadas e que, talvez, seja o duelo que mais é referenciado em livros, pesquisas, produções culturais, etc. Vamos falar sobre o Brasil x Uruguai que decidiu a Copa do Mundo de 50.
Essa será a primeira vez que ao invés de rever, vamos escutar de novo um jogo. A narração da Rádio Nacional foi o principal registro do jogo que sobreviveu ao passar do tempo.
O contexto da final
A realização da Copa do Mundo foi uma afirmação de força do Brasil enquanto nação. A primeira competição mundial de futebol da FIFA no pós-guerra foi um grande sucesso, apesar dos percalços e serviu a diversos interesses políticos da época. A construção do gigantesco estádio Municipal Mendes de Morais – o Maracanã, do qual já falamos aqui – era o grande marco da grandiosidade da competição.
A expectativa era de título. Nada mais. Basta ver as inúmeras histórias de celebração antecipada, de políticos visitando a seleção na véspera da final, e, claro, no histórico discurso do prefeito do Rio de Janeiro, Angelo Mendes de Morais (haha, agora sacou de onde veio o nome, né?). Momentos antes da bola rolar, ele se referiu aos jogadores brasileiros como campeões mundiais e disse que construiu o estádio e que em troca queria o título. Tava na cara que algo daria errado.
O escrete que ainda não era “canarinho”
O Brasil vinha com uma base composta pelo “Expresso da Vitória” do Vasco, campeão sul-americano. Aliás, a própria seleção havia sido campeã sul-americana em 49. Ainda vestia branco e era tida como uma das principais favoritas.
O time estreou vencendo o México por 4×0, no primeiro jogo oficial do Maracanã. Por questões políticas, no segundo jogo o time mudou. Como a partida seria no Pacaembu, o técnico Flávio Costa cedeu à pressão de dirigentes e imprensa e colocou jogadores de times paulistas para jogar. Com um esquema torto, o Brasil não superou o ferrolho suíço e ficou no 2×2. Precisando da vitória contra a Iuguslávia, o tive mudou de novo e ganhou a cara de esquadrão que teria até a decisão. Venceu por 2×0 o bom time europeu, naquela que foi tida como uma das melhores (se não a melhor) partidas da competição, e se classificou para o quadrangular final, onde deu show.
6×1 na Suécia – atual campeã olímpica – e 7×1 na forte seleção espanhola. O Uruguai na última rodada seria fichinha… Bom, seria.
A celeste desacreditada
A situação da Celeste Olímpica antes da Copa do Mundo de 1950 era muito tumultuada. Nada apontava para um sucesso em terras brasileiras. O Uruguai havia passado por uma grande greve de seus jogadores em 1948, motivo pelo qual não enviou o time principal ao Sul-Americano de 1949. Havia um clima muito tenso entre os jogadores e dirigentes. Essa situação é contada pelo capitão uruguaio, Obdulio Jacinto Varela, no livro “Obdulio desde el alma”, de Antonio Pippo.
Vocês se lembram daquele selecionado uruguaio? Estava tudo mal quando começamos. Me refiro aos meses prévios, quando ainda estávamos em Montevidéu. Um ambiente estranho, movediço. Pesava muito nesse momento o antecedente da greve. Estivemos à ponto de não viajar, de não jogar aquele mundial. Havia um grande desconcerto. A maioria achava que estávamos fritos, que não tínhamos possibilidades. Pensando bem, nem estou seguro que aquele é o melhor plantel que se podia armar até então.
No Brasil, o Uruguai esteve sediado em São Paulo, quando ficou concentrado na Portuguesa. Na primeira fase, um grande refresco. Com as desistências de Escócia e Índia, restou aos charruas apenas um confronto contra a Bolívia, que por muito pouco não desistiu também. 8×0, no Independência, e vaga para o quadrangular final. Antes da última rodada, um empate arrancado contra a Espanha e uma virada num duelo difícil contra a Suécia – jogos disputados no Pacaembu.
Esse Uruguai duvidoso chegava ao Maracanã para ser coadjuvante do título brasileiro. Pelo menos é o que se esperava.
A ATMOSFERA DE UM DIA HISTÓRICO
Naquela tarde, dizem que 10% da população do Rio de Janeiro foi para a jogo. A então capital do Brasil vivia o êxtase da decisão do Mundial. No Maracanã, que começou a Copa sendo chamado de Municipal e terminou sendo o Mendes de Morais, estava abarrotado. Carga extra de ingressos e gente pulando catraca. Há quem afirme que eram 200 mil pessoas, mas a FIFA registrou 173.850.
“Irradiando a Rádio Nacional, direto do Rio de Janeiro!” Sim, não eram tempos de televisão e as imagens são parcas até hoje. A transmissão daquele momento histórico foi pelas ondas do rádio, com a narração da dupla Jorge Curi e Antônio Cordeiro – sim, naquele tempo, cada um narrava o ataque de uma seleção.
A Rádio Nacional abre a transmissão com o hino nacional ecoando nos alto-falantes, acompanhado por uma multidão que o canta à plenos pulmões. Nas vozes dos locutores, escorre o mais extremo ufanismo, guiado pelo mais rebuscado dos vocabulários – que não vemos mais nem em programas acadêmicos.
Curiosamente, era um quadrangular – a única vez em que a Copa do Mundo não teve final. Quer dizer, acabou tendo, pois as circunstâncias fizeram com que os dois postulantes ao título se enfrentassem na rodada derradeira. Simultaneamente (o que se fazia desnecessário), acontecia a disputa do terceiro lugar no Pacaembu. Um público pequeno via Espanha x Suécia, dado o apelo de ficar em casa e escutar a decisão pelo rádio – sim, ainda não era a época do rádio de pilha.
No cara ou coroa, destaque para Augusto que perdeu para Obdulio Varela. “Não há de ser nada”, disse o repórter de campo… “Ademir rolou o balão”, foi a frase que deu início a histórica transmissão.
UM 1º TEMPO EQUILIBRADO NO MARACANÃ
O Brasil já aperta logo no início, levando muito perigo e indo no embalo da torcida que fazia muito barulho, sempre que o time da casa atacava. Máspoli pegou um belo chute de Ademir, aos 3 minutos, e depois um petardo do mesmo atacante, segundos mais tarde.
A narração do rádio, apesar do áudio ruim (aos ouvidos de hoje, é claro), é deliciosa. Ao ouvi-la, você é brindado com expressões como “a pelota deriva para a ponta esquerda”, “o juiz consignou a falta” ou “Ademir parou o couro”. E o que dizer de “barreira defeituosa”? Ah, mais claro, temos a inúmeros propagandas dos patrocinadores. “Beba sempre Brahma Chopp, em garrafa ou em barril”.
Os dez minutos iniciais são de sufoco para a Celeste. Friaça, Jair e Ademir infernizam a defesa uruguaia, que tem Rodríguez Andrade como o grande nome daqueles momentos de pressão. Só o Brasil atacava.
Em São Paulo, 1×0 para a Suécia, mas quase ninguém ligou, pois todos se assustaram: segundos depois dos 10 minutos, Míguez ganhou a primeira da zaga e desferiu um tiro cruzado para defesa de Barbosa.
Máspoli volta a aparecer ao defender um tiro violento de Ademir pela direita, aos 15 minutos. O Brasil é muito intenso no ataque. Gambetta e Matías González tem seu nome falado minuto à minuto.
Em contrapartida, duas chegadas perigosas da Celeste. Aos 16, Ghiggia fez grande jogada e deu a Schiaffino, que foi desarmado por Bauer antes que abrisse o placar. Um minuto depois, Schiaffino recebeu outra bola de Ghiggia, dessa vez ajeitada de cabeça. Com Barbosa vencido, chutou rente ao poste! Melhor chance até aquele momento. Já dava para saber que os dois teriam papel de destaque naquela tarde.
O jogo era muito movimentado. Aos 18, foi a vez dos brasileiros. Ademir deu a bola à Friaça, que parou em outra defesa espetacular de Máspoli. Como denominou o narrador: “um rush notável do dianteiro”.
“Renda de 6. 272.952 cruzeiro – 172.772 pagantes”, anunciou a transmissão. Tudo era recorde naquele gigantesco estádio. Rodada à rodada, os números eram superados. No caso da final, anos depois os números ainda seriam revistos, uma vez que o estádio estava claramente superlotado. Ao fim do primeiro tempo de partida, a equipe da Rádio Nacional destacaria que “a renda superou as expectativas da tesouraria da federação”.
Nova blitz brasileira. Aos 21, Chico cruzou para Ademir, que cabeceou com precisão e obrigou Máspoli a operar uma grande defesa. Aos 25, novamente Chico. Ele chutou de longe e a bola passou raspando a trave.
Aos 28, foi a vez dos uruguaios perderem um gol claro. Schiaffino ganhou de Augusto e fuzilou Barbosa, que salvou na primeira. No rebote do goleiro brasileiro, Morán chegou livre e isolou a bola.
O jogo era um toma lá, dá cá. Porém, sempre que o Brasil começava a se sobrepujar, Obdulio Varela colocava a catimba em campo. Enquanto isso, a Suécia marcava o segundo em São Paulo.
Aos 30 minutos, nova defesa salvadora de Máspoli, dessa vez em um chute de Jair. No contragolpe uruguaio, Bigode falhou ao tentar rebater a bola e deixou Julio Perez em condições de finalizar, mas ele não o fez com precisão e Barbosa defendeu com tranquilidade. Depois desse ataque, o Uruguai tentou subir algumas outras vezes ao ataque, mas sem conseguir finalizar de forma aguda.
Como estamos tratando de uma transmissão radiofônica de 1950, precisamos destacar novamente algumas expressões, que em muitos casos ainda eram emprestadas do idioma inglês. “Ghiggia recebe na posição de center forward”. “O juiz marcou hand de Chico”. Além disso, o ufanismos descarados – “Mr. Ellis… esse bandeirinha está contra nós!” – se misturavam aos constantes versinhos dos reclames da cervejaria – “Não precisa traduzir. Em qualquer idioma é Brahma Chopp”.
Voltando ao jogo, a troca de ataques seguia forte. Ademir deu a bola à Chico, que passou por Matías González, saindo cara à cara com Máspoli. Porém o atacante brasileiro adiantou a bola e perdeu-a para o goleiro. Instantes depois, aos 39 minutos, Bauer cortou mal uma bola na defesa e ela foi aos pés de Míguez, que chutou forte de fora da área e acertou a trave de Barbosa. O lance mais perigoso daquela primeira metade de decisão.
O tempo tratou de apagar isso da memória dos brasileiros mas, naquele primeiro, o Uruguai atacou bem menos, porém com mais perigo. Antes que a etapa inicial terminasse, o time da casa perdeu mais duas chances. Ademir recebeu dentro da área e perdeu grande chance, finalizando para fora, aos 42. Um minuto mais tarde, ele tentou surpreender Máspoli de longe, mas chutou cruzado para fora.
Ao fim da primeira etapa, a equipe da Rádio Nacional nos trouxe considerações importante. “Estamos assistindo, no estádio Mendes de Moraes, um zero a zero clássico do futebol sul-americano: o Brasil joga bem e o Uruguai joga igualmente bem”. Além disso, destacou o jogo soberbo de Zizinho, ao dizer que o meia “(…) passa por ele (o marcador) como quer e quantas vezes ele deseja” e ressaltar que “é um menino o zagueiro uruguaio frente ao Zizinho”.
FINALMENTE A DEFESA CELESTE É VENCIDA
O segundo tempo começou com o Brasil avançando como um rolo compressor. Logo no primeiro ataque, Máspoli precisou defender um chute de Zizinho. Aos 2 minutos, Ademir serviu Friaça, livre na entrada da área, para que o brasileiro fuzilasse a meta uruguaia para anotar o primeiro! Um barulho ensurdecedor no estádio. Festa brasileira! O Uruguai mal tocou na bola.
“Obdulio Varela vai chorar com Mr. Ellis. Vai Augusto entretanto, fiscalizar a conversa do Obdulio com o bandeirinha” – que narração primorosa! O jogo recomeçou e o barulho simplesmente não acaba.
Na tentativa de se recuperar, o Uruguai subiu ao ataque. Aos 4 minutos, Julio Perez fez grande jogada, passou por três brasileiros e cruzou para Ghiggia, que serviu à Schiaffino, que chutou para fora. Depois de uma série de jogadas em que as defesas levaram vantagem sobre os ataques, aos 10 minutos, num lance que parecia despretensioso, Míguez ganhou a disputa com Juvenal e teve uma grande chance de empatar. Porém chutou pessimamente, mandando a bola no foço.
Curiosamente, apesar da vantagem no placar e a sensação da eminência de um título, os narradores da Rádio Nacional vão diminuindo bruscamente a euforia e ufanismo. Entretanto, seguem pegando no pé de Obdulio, reclamando de sua catimba, e reclamando da violência que começa a se instalar na partida, que realmente fica mais dura a partir dos 10 minutos.
O Brasil já não é mais tão agudo como no início. O Uruguai também dá uma pausa no ímpeto ofensivo, talvez temendo levar uma goleada, como havia acontecido com os últimos adversários dos donos da casa.
Tempo para voltar a comentar a narração. O “1×0 para as cores nacionais” era anunciado a cada contagem de tempo do narrador, que era feita pelo seu “Omega de alta precisão”, seguido de mais rimas da Brahma. Aliás, o ufanismo deu o ar da graça novamente quando “Zizinho tentou passar mas não conseguiu… mas vai conseguir, porque esse é freguês”.
O GOLPE DO PRIMEIRO GOL URUGUAIO
De volta ao jogo, aos 21 minutos veio o primeiro golpe. Bigode errou um carrinho e Ghiggia avançou tranquilamente pela ponta para cruzar rasteiro para Schiaffino. O avante, na cara do gol, empatou o jogo. Silêncio repentino e sepulcral no estádio. Na narração, porém, os narradores trataram de mostrar a quem estava em casa que tudo voltaria ao normal. O gol celeste foi tratado como algo meramente corriqueiro no jogo.
A disputa seguiu, mas de forma muito mais tensa, evidenciada pela sequência de passes errados do Brasil. Em contraponto, o Uruguai começou a se fortalecer e aparecer no ataque com perigo. Destaque para Ghiggia, que caia pela ponta e levava perigo em pelo menos duas oportunidades após o gol. Embora assustada, a defesa brasileira se saia bem.
Por volta dos 26 minutos, o Brasil acertou uma investida pela esquerda. Jair invadiu pela ponta, cruzou na área e, em meio a uma confusão, Gambetta quase fez um gol contra. Máspoli impediu e se machucou fazendo a defesa. Enquanto isso, a Suécia anotou o terceiro no jogo do Pacaembu. A notícia é dada durante a transmissão quase que como um estorvo à irradiação da final.
Ghiggia e Schiaffino se consolidam como a dupla mais perigosa dos uruguaios. Seguiam dando trabalho para Bigode e Augusto. Eles seriam decisivos naquela tragédia.
O lance que mudou a história
Aos 34 minutos, história do futebol brasileiro tomou outro rumo. O Brasil perdeu uma bola no ataque e o Uruguai subiu rumo a meta brasileira. Ghiggia avançou veloz, como já vinha fazendo, e Schiaffino puxou a marcação. Livre, numa falha de marcação, o uruguaio chutou cruzado. Barbosa, talvez esperando um cruzamento – como ocorrido anteriormente – caiu tarde demais. 2X1.
O barulho da torcida reduziu-se absurdamente, como num passe de mágica. Os narradores, talvez por desespero ou por estarem em estado de choque, trataram o lance como algo comum e seguiram a narração. Ninguém comentou o lance. De São Paulo, veio a notícia de um gol espanhol, que importância isso tinha?
O Brasil saiu para o ataque desorientado. Já o Uruguai, prendeu o jogo no ataque. Não se preocupavam mais sequer em invadir a área. Era gastar tempo. Obdulio comandava o jogo.
Emocionalmente abalado, o Brasil só chegou ao gol uruguaio aos 38 minutos. Jair finalizou para fora um dos poucos ataques lúcidos dos donos da casa. A narração, o ambiente… tudo parece mais tenso. O medo da derrota se instala. Aos 40, Ademir recebeu na marca do pênalti, girou com velocidade e chutou. Era o gol de empate! Mas a bola foi para fora. Daí para frente, tudo começou a dar errado.
Da parte uruguaia só catimba. Da parte do Brasil, bolas jogadas na área, ataques forçados e descontrole. No último minuto, um escanteio para o Brasil. Todo mundo, o país inteiro foi para a área. Jair subiu de cabeça e não conseguiu marcar. O jogo acabou. O sonho… também.
A narração seca dá o tom. “Acabou o jogo. O Uruguai é campeão”. A obrigação de narrar a tragédia se mostrou um fardo para os envolvidos. Junto à ela, veio a cornetagem: “a seleção brasileira, em momento nenhum, correspondeu a expectativa dos aficionados”. Um pouco exagerado pelo que foi o jogo, onde o Uruguai se mostrou um grande rival. O repórter César de Alencar traz entrevistas de dentro de campo. “Danilo chora copiosamente. Os demais já saíram para o vestiário”. Nada de surpreendente. “Os uruguaios se regozijam”. Talvez nem eles acreditassem que isso seria possível.
O julgamento sem defesa de Barbosa
O Brasil elegeu um vilão para a derrota, como se é costumeiro por aqui. O goleiro Barbosa foi o escolhido. Julgado e condenado sumariamente, sem defesa e sem chance de recorrer. Viveu anos sendo apontado como o homem que levou um frango na final da Copa que o Brasil ia vencer. Muito disso, apesar de haver quem negue, veio do racismo.
Barbosa seria o último goleiro negro a vestir a camisa do Brasil por anos. Seria um exemplo, combinado à eliminação na Copa do Mundo de 1954, para dizer que os jogadores negros eram “emocionalmente desequilibrados” para defender a seleção. O lendário goleiro foi reduzido a um renegado. Carregou um peso muito maior que Augusto e Bigode, outros dois que receberam inúmeras reclamações. Mas com o tempo, esqueceram deles. De Barbosa não. O próprio disse, anos mais tarde, que a pena máxima do Brasil era de 30 anos, mas que a dele durou muito mais que isso.
Sem dúvida, temos uma dívida história com esse grande homem. Mal sabiam seus detratores que, anos mais tarde, vexame muito maior viria numa Copa do Mundo em casa.
Um jogo que virou lenda
Esse e o jogo mais famoso das Copas. Talvez do futebol. Não há um ser vivente que goste do esporte que tenha passado ileso à esse jogo. Seja pelo trauma, pela alegria inesperada ou pela surpresa que o icônico duelo desperta.
As histórias dos jogos passaram para o folclore e começaram a ser contadas ao longo dos anos, de duas ou mais maneiras diferentes. Inúmeros livros, contos, documentários e tantas outras expressões culturais se referem àquela partida. Diversas abordagens foram feitas, colocando aquele jogo no panteão das grandes histórias do esporte.
Aquela derrota foi uma ferida aberta por décadas no futebol brasileiro. Causa dor até hoje. Foi o jogo que apresentou o Brasil à derrota e fez com que jogadores, técnicos e torcedores passassem a considerar que um resultado só pode ser comemorado depois de consumado em campo. Tá certo que, os dirigentes ainda precisam aprender isso.
O Maracanazo é parte da história do povo brasileiro.
Ficha Técnica
LOCAL: Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil.
DATA: 16 de julho de 1950.
PÚBLICO: 173.850. presentes.
ÁRBITRO: George Reader (Inglaterra).
GOL: Friaça; Ghiggia e Schiaffino.
BRASIL – Barbosa; Augusto, Juvenal e Bigode; Bauer e Danilo; Zizinho, Jair, Chico, Friaça e Ademir. Técnico: Flávio Costa.
URUGUAI – Máspoli; Matías González, Gambetta, Tejera e Andrade; Obdulio Varela; Julio Perez, Schiaffino, Ghiggia, Morán e Míguez. Técnico: Juan López Fontana.
Escute a íntegra do Maracanazo:
Veja os raros lances do ícone jogo de 1950:
Ghiggia fala sobre a inesperada conquista:
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