De ego ferido pelas críticas, Cristiano Ronaldo decide de novo
Não foram poucas as críticas que Cristiano Ronaldo recebeu depois das duas primeiras partidas da seleção portuguesa, em que, além de jogar mal, perdeu chances claras de gol que quase complicaram a situação dos lusos. Foi questionado e, de ego ferido, a fera lusitana acordou. Já havia sido decisivo contra a Holanda e o foi de novo, dessa vez pelas quartas de final contra os tchecos.
O jogo, anunciado como um possível ataque contra defesa, acabou sendo praticamento isso. Os tchecos não possuem a mesma qualidade de outras gerações e se valem de sua defesa, principalmente de seu excecional goleiro Peter Cech. Enquanto isso, Portugal tem em seu ataque sua principal virtude e, dessa forma, logo no começo do jogo tentou se impor. Como era de se esperar, a maioria das jogadas ofensivas dos lusitanos passavam pelo camisa 7, que acabou sendo o responsável pelas melhores jogadas. Numa delas, aos 32, uma bicicleta de Cristiano Ronaldo para fora, após lançamento de Raul Meirelles, acordou a torcida. O craque português ainda bateria uma falta com perigo antes de seu grande lance no primeiro tempo. No último lance do primeiro tempo, novamente Raul Meirelles achou Cristiano Ronaldo, que matou no peito, girou sobre dois marcadores e bateu cara a cara com Cech acertando o pé da trave. O primeiro tempo acabou com a República Tcheca nula ofensivamente, sendo que mal conseguia uma finalização.
Quando começou a segunda etapa, ficou mais claro ainda que os tchecos não tinham pressa nenhuma para atacar. Quem sabe até esperassem por uma eventual disputa de penaltis. Já Portugal era Cristiano Ronaldo. Aos três minutos Cech viu a falta do português acetar a trave. Devido a inoperância ofensiva da Rep. Tcheca, Portugal era só pressão e Nani também perdeu boa chance aos 12. Logo depois Hugo Almeida, impedido, marcou de cabeça e teve o gol anulado por Howard Webb. Menos focado pelas câmeras do que o Ronaldo português, Cech era o mais acionado dos tchecos, tendo que parar a todo o instante arremates dos lusos, com destaque para um chute de João Moutinho, aos 19. O gol amadurecia e parecia que ia sair com Raul Meirelles mas a finalização do português saiu prensada e sobre o gol.
A disputa de penaltis parecia cada vez mais perto quando, aos 33, brilhou a estrela do craque. Numa tabela entre Nani, outro destaque nas jogadas ofensivas, e João Moutinho, saiu o cruzamento preciso na pequena área para Cristiano Ronaldo, que antecipou-se ao zagueiro e cabeceou para o chão tirando do alcance Cech. A comemoração foi um desabafo do português, endereçada aos que o criticaram (com razão, diga-se de passagem).
Os tchecos até quiseram atacar para empatar a partida, mas não tinham organização e em nada ameaçaram os lusos. Pelo contrário até correram o risco de levar mais gols. No fim estava mais do que suficiente para Portugal, que voltou a uma semi-final de Euro. O time tem boas chances de ir a final, mas deixou claro que depende demais do seu craque. Cristiano Ronaldo por sua vez provou que é um excepcional jogador e, apesar de todos os problemas com seu ego e estrelismo, ainda é uma das principais atrações da Euro e do futebol internacional.
REPÚBLICA TCHECA 0 X 1 PORTUGAL
REP. TCHECA: Cech, Selassie, Kadlec, Sivok e Limbersky; Plasil, Hübschman (Pekhart), Jirácek, Darida (Rezek) e Pilar; Baros. TÉCNICO: Michael Bilek.
PORTUGAL: Rui Patrício, João Pereira, Bruno Alves, Pepe e Fábio Coentrão; Miguel Veloso, Raul Meireles (Rolando) e João Moutinho; Nani (Custódio), Cristiano Ronaldo e Postiga (Hugo Almeida). TÉCNICO: Paulo Bento.
GOLS: Cristiano Ronaldo, aos 33, do 2º tempo.
CARTÕES AMARELOS: Limbersky (República Tcheca); Nani e Miguel Veloso (Portugal).
ÁRBITRO: Howard Webb (Inglaterra). AUXILIARES: Michael Mullarkey (Inglaterra) e Sander van Roekel (Holanda).
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