Mesmo sem demonstrar o brilho que tanto se espera, a Espanha venceu a França por 2 x 0, se classificou para as semifinais e quebrou o jejum histórico de nunca ter vencido a França em jogos oficiais.

Vicente del Bosque mais uma vez não escalou um centroavante de ofício. Apostou na movimentação de seus jogadores de frente, e em Fábregas como o “falso 9”, penetrando na área pelo centro. Já Laurent Blanc apostou no seu meio campo, escalando a equipe no 4-5-1, com Debuchy e Reveillere, dois laterais direitos, reforçando a marcação pelo lado em que Jordi Alba atacava.

A Espanha começou tendo a posse de bola, como sempre, e a França não conseguia sair para o ataque, ficando em uma clara retranca. A situação francesa piorou quando Jordi Alba recebeu passe em profundidade de Iniesta, e contou com a falha de Debuchy, um dos laterais escalados para fortalecer a marcação no setor, e cruzou de maneira perfeita na cabeça de Xabi Alonso, que entrou sozinho pela direita e cabeceou no contra pé de Lloris.

A Espanha continuou pressionando, mas sem criar chances efetivas de gol. A França só conseguiu finalizar em cobrança de falta de Cabaye que Cassilas defendeu sem sustos.

As duas equipes voltaram sem modificações para a segunda etapa e a partida continuou da mesma maneira. Os franceses não atacavam, e a Espanha tocava a bola tranquilamente, pois já tinha o resultado em mãos.

Em um lampejo, Ribéry fez boa jogada na esquerda e cruzou para Debuchy cabecear para fora.

Laurent Blanc mudou a equipe e colocou Menéz e Nasri nos lugares de Debuchy e Malouda, para tentar dar mais força ofensiva à equipe. Já Del Bosque colocou Pedro e Torres nos lugares de David Silva e Fábregas, em busca de matar a partida em um contra ataque.

Pouco depois das modificações, Ribéry fez mais uma boa jogada e chutou para boa defesa de Casilas. Fora esta jogada, a França não criou mais oportunidades. A Espanha levou o jogo à sua maneira, e aos 45 minutos Pedro sofreu pênalti e Xabi Alonso marcou seu segundo gol no jogo e fechou a partida.

A Espanha conseguiu vencer mais uma partida, tendo como principal trunfo a posse de bola, impedindo que o adversário tivesse força ofensiva. Mais uma vez os espanhóis não deram o show que se esperava, mas o talento, o senso de coletividade e tática desta equipe devem ser levados em conta nesta análise. Esse conjunto espanhol tem a perfeita noção do que é necessário fazer para vencer seus adversários, mesmo que nem sempre dê certo, e conseguir avançar nas competições. A calma e o jogo coletivo espanhol já colocou esta geração na história do futebol.

Para a França, resta agora reorganizar o planejamento para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2014. Com jogadores talentosos, mas que tendem a ferver o vestiário em situações adversas, e que ainda podem melhorar para daqui dois anos, essa seleção francesa pode dar trabalho na próxima copa.

ESPANHA 2 x 0 FRANÇA

Espanha: Casillas, Piqué, Sergio Ramos, Arbeloa, Jordi Alba, Iniesta (Cazorla), Xavi, Xabi Alonso, Busquets, David Silva (Pedro) e Fàbregas (Fernando Torres). Téc: Vicente Del Bosque.

França: Lloris, Réveillère, Rami, Koscielny, Clichy, Debuchy (Ménez), Cabaye, Ribéry, Malouda (Nasri), M’Vila (Giroud), Benzema. Téc: Laurent Blanc

Gols: Xabi Alonso, aos 19 do primeiro tempo e aos 46 do segundo tempo

Amarelos: Sergio Ramos (Espanha); Cabaye, Ménez (França)

Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália) Auxiliares: Renato Faverani (ITA) e Andrea Stefani (ITA)

Estádio: Donbass Arena, Donetsk, Ucrânia.

Data: 23/06/2012.