QUAL O PROBLEMA DO BRASIL COM O MUNDIAL DE VÔLEI FEMININO?
Ta aí uma pergunta difícil de responder. Ainda mais depois da última edição do mundial. O Brasil, principalmente nas últimas três edições do Campeonato Mundial, chegou como franco favorito ao título, ganhando medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos e nos Grand Prix. Jogou bem, bateu adversários fortes e, como no Mundial da Itália, chegou invicto às semifinais, com 11 vitórias em 11 partidas. De quebra, dois 3×0 sobre China e EUA e um 3×1 sobre a Rússia, arqui-rival. Parecia que dessa vez ia…
Foi quando veio a semifinal, o duelo contra os EUA e mais um apagão. Diferente das últimas edições, quando o sonho acabou na final, o Brasil viu a campanha perfeita ser destruída na semifinal, com um atropelamento por 3×0 para as americanas. Inesperado e implacável. O bronze conquistado contra as donas da casa não apagou o gosto amargo do fracasso. Ver as americanas conquistarem o título contra as chinesas – duas seleções vencidas facilmente nas fases anteriores – foi muito doloroso. E difícil de explicar.
Pela semifinal, quando não tomaram conhecimento do Brasil, e pela boa partida contra a China na decisão, os EUA mereceram o título inédito. A campanha foi muito boa, com derrotas apenas para o Brasil e a Itália, as americanas venceram com superioridade as adversárias e na hora de matar ou morrer, comandadas pela MVP do mundial, Kimberly Hill, fizeram história e conquistaram o título que faltava a sua galeria.
A China voltou a ser grande e disputou sua primeira decisão desde 98. A Itália foi até a semifinais, fez um grande jogo contra o Brasil na disputa do bronze, mas não conseguiu uma vaga no pódio. Uma campanha razoável para as donas da casa. A decepção ficou por conta da Rússia, atual bicampeã mundial, que morreu na terceira fase ao cair frente ao grupo que tinha EUA e Itália. A grata surpresa foi a República Dominicana, que chegou até a terceira fase e terminando em quinto.
A seleção da competição foi montada basicamente por semifinalistas. Da Itália, a líbero De Gennaro; do Brasil, Sheilla e Thaísa; da China, Zhu e Yang; e as campeãs Hill e Glass, dos EUA.
No fim das contas, foi mais um grande mundial, mais uma grande campanha brasileira e outra grande decepção. Mesmo muito superior, as brasileiras não conquistaram o único título que faltava para a seleção. Difícil explicar o motivo. Antes, era a Rússia. Agora, foi os EUA. Mas na verdade, o que me parece é que foi mesmo a afobação. Quem sabe daqui a quatro anos.
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