EM DIA DE ZEBRA, THIAGO BRAZ FAZ HISTÓRIA NO SALTO COM VARA
Sabe aquela história de zebra no esporte? Pois é. O décimo dia provas foi de muita zebra. E onde menos se esperava (ah! Não me diga!).
Que tal começar o dia nadando na Guanabara? Foi isso que as atletas da Maratona Aquática fizeram na manhã do décimo dia de competições da Rio 2016. Mesmo tendo sido a quarta a cruzar a linha de chegada, a brasileira Poliana Okimoto levou medalha de bronze nas na competição de 10km. A brasileira foi beneficiada pela desclassificação da francesa Aurelie Muller, que terminou em segundo lugar, mas foi punida por inibir a chegada da terceira colocada, a italiana Rachele Bruni. Com isso Bruni herdou a prata e a brasileira pode subir ao pódio, no melhor resultado do país nessa modalidade. O ouro foi para Sharon Van Rouwendall, dos Países Baixos.
O dia foi de emoções distintas para a britânica Charlotte Dujardin. Na prova individual de adestramento do hipismo, ela conquistou o bicampeonato olímpico e se emocionou por estar provavelmente se despedindo do cavalo Valegro, com quem ganhou também o ouro por equipes em Londres 2012. A alemã Isabell Werth conquistou a prata, sua décima medalha Olímpica em dez edições dos Jogos, tornando-se a primeira atleta do hipismo a alcançar a marca. O bronze foi para a também alemã Kristina Broring-Sprehe.
O dia foi marcado também por acidentes no Parque Olímpico. Uma cable cam, da empresa responsável pela transmissão, caiu ferindo sete pessoas e houve também um incêndio nas imediações do Centro Olímpico de Hóquei, em Deodoro.
Veio ouro e recorde no levantamento de peso. Com 431kg, Ruslan Nurudinov, do Uzbequistão, quebrou o recorde olímpico e conquistou o título da categoria até 105kg. Simon Martirosyan, da Armênia, e Alexandr Zaichkov, do Kazaquistão, ficaram com prata e bronze, respectivamente.
Um dos principais nomes da luta greco-romana mundial, o cubano Mijaín Lopez conquistou, sem sustos, o ouro na categoria até 130kg. O veterano de 33 anos é agora tricampeão olímpico, além de pentacampeão mundial e tetracampeão pan-americano. Lopez é o terceiro tricampeão Olímpico da história da luta greco-romana, juntando-se ao sueco Carl Westergren e ao lendário russo Alexander Karelin. O ouro veio ao derrotar o turco Riza Kayaalp, atual campeão mundial da categoria. Os dois bronzes da categoria foram para Sergey Semenov, da Rússia, e Sabah Shariati, do Azerbaijão. Na categoria até 85kg, a vitória foi do russo Davit Chakvetadze, que levou a melhor sobre o ucraniano Zhan Beleniuk por pontos (9 a 2).
Na outra luta disputada no dia, o boxe definiu mais medalhas. O marroquino Mohammed Rabii e o francês Souleymane Diop Cissokho perderam suas semifinais na categoria meio-médio masculino, garantindo o bronze. Na categoria peso pesado, o russo Evgeny Tishchenko venceu o cazaque Vassiliy Levit.
Na quadra, a seleção de vôlei masculino do Brasil passou muito aperto. Com a vitória do Canadá sobre a Itália, o Brasil precisava vencer a forte seleção francesa, para sobreviver ao grupo da morte e evitar o vexame em casa. E nesse momento o time fez seu melhor jogo e venceu por 3×1. Com o quarto lugar no grupo, o Brasil enfrentará a Argentina nas quartas-de-final, que surpreendentemente passou em primeiro em sua chave. Os outros duelos das quartas de final: Itália x Irã, Rússia x Canadá e Polônia x Estados Unidos.
No vôlei de praia teve jogo cara de final antecipada. O duelo entre duas das duplas favoritas ao ouro masculino do vôlei de praia aconteceu logo nas quartas-de-final. E a vaga ficou com os brasileiros Alison e Bruno Schmidt, que derrotaram os americanos Dalhausser – ouro em Pequim – e Lucena, por 2 sets a 1 (21/14, 12/21 e 15/9). Com a vitória, os brasileiros enfrentam nas semifinais Brouwer e Meeusen, da Holanda, que derrotaram os compatriotas Nummerdor e Varenhorst por 2 a 0 (25/23 e 21/17). O outro confronto das semifinais será entre os italianos Nicolai e Lupo e os russos Krasilnikov e Semenov.
O time de handebol masculino do Brasil foi surrado pela Suécia, perdendo por 30×19. Menos mal que a vaga já estava garantida, devido a vitória da Eslovênia sobre a Polônia. E surpreendentemente os suecos, vice campeões olímpicos, não se classificaram. Nas quartas de final, o Brasil enfrentará a poderosa seleção da França, atual campeã mundial. Os outros confrontos serão entre Croácia x Polônia, Dinamarca x Eslovênia e Alemanha x Catar.
No basquete, deu tudo errado. O feminino já havia caído na primeira fase e agora o masculino teve o mesmo destino. Mesmo vencendo a Nigéria por 86×69, o Brasil dependia da vitória da Argentina, que não veio. A Espanha venceu – sem muita resistência dos hermanos – e se juntou aos classificados. O castigo veio exatamente pelos vacilos contra Croácia e Argentina. Agora, nas quartas de final, a Argentina enfrenta o Dream Team dos EUA – quem mandou perder pra Espanha – que é franco favorito, mas vem passando aperto. Os outros confrontos serão Austrália x Lituânia, Croácia x Sérvia e o clássico Espanha x França.
No pólo aquático feminino, o Brasil perdeu de 13×3 dos EUA e vai para a disputa de 5º lugar, na sua primeira participação olímpico. Nas semifinais, os EUA enfrentará a Hungria e a Rússia duelará com a Itália. No hóquei de grama, feminino as Leonas estão eliminadas. Debaixo de chuva, as sempre favoritas argentinas perderam para a Holanda de 3×2 e foram eliminadas. Agora as holandesas enfrentam os EUA, que eliminaram a Alemanha. A outra semifinal será entre Nova Zelândia e Grã Bretanha.
Foi difícil, teve até tombo, mas o italiano Elia Viviani venceu a prova masculina da categoria omnium do ciclismo de pista. Viviani ganhou o ouro ao somar 207 pontos nos seis estágios da prova. A prata foi para o britânico Mark Cavendish e o bronze foi entregue ao dinamarquês Lasse Norman Hansen. O momento tenso da prova foi a queda do coreano Sanghoon Park, que levou uma fechada de Cavendish e ainda derrubou Viviani e o australiano Glenn O’Shea. Park foi parar no hospital.
Foi um dia de fortes emoções na ginástica. No duelo entre Arthur Zanetti e o grego Eleftherios Petrounias foi decidido na perfeição. Sem faltas, o grego conseguiu uma nota 16 e levou o ouro, deixando a prata com o brasileiro. O bronze foi para o russo Denis Abliazin. No salto sobre a mesa, o arrojo do norte-coreano Gwang Ri Se valeu o ouro, com um salto de alto grau de dificuldade. Abliazin, voltou a ganhar uma medalha minutos depois do bronze, dessa vez de prata. O japonês Kenzo Shirai fechou o pódio decepcionado por não conseguir o ouro. Já na trave de equilíbrio… A zebra galopou com vontade. A mega favorita Simone Biles, dos EUA, quase caiu e perdeu a chance de levar mais um ouro. O bronze chegou a ser ameaçado pela brasileira Flávia Saraiva, que acabou em quinto. Sanne Wevers, da Holanda, foi a campeã, e Lauren Hernandez, dos Estados Unidos, foi prata. A prova também marcou a aposentadoria da grande campeã romena Catalina Ponor, que ficou em quarto.
E uma invencibilidade foi mantida com recorde mundial no Engenhão. Mais um recorde caiu nas disputas do atletismo dos Jogos Olímpicos Rio 2016, desta vez no lançamento do martelo. Na final da prova feminina, a polonesa Anita Wlodarczyk alcançou a marca de 82,29m ganhou a medalha de ouro e quebrou o recorde mundial e olímpico, que era dela mesma. Apontada como a principal atleta do lançamento do martelo da história, Wlodarczyk está invicta há dois anos, é a atual campeã mundial e europeia e dona de três dos cinco arremessos mais longos da história do esporte. Ou seja, a chinesa Wenxiu Zhang e a britânica Sophie Hitchon, ficaram mais do que satisfeitas com a prata e o bronze, respectivamente.
Nos 400m rasos femininos o ouro foi para a Bahamas, com direito a uma tática inovadora. Mais cedo, nas semifinais do 110m com barreira, o brasileiro João Vítor Oliveira conquistou a vaga na final terminando a corrida dando um peixinho, crucial para sua classificação. Não dá para saber se Shaunae Miller viu, mas que ela usou da mesma tática usou. A dúvida perdurou até que o telão revelasse o resultado. Com 49s44, a caribenha tornou-se a mais nova campeã olímpica dos 400m. A prata ficou com a americana Alysson Felix, apenas sete centésimos mais lenta do que a adversária, e Shericka Jackson, da Jamaica, completou o pódio.
O atletismo tem um novo bicampeão. David Rudisha repetiu a medalha de ouro conquistada em Londres nos 800m rasos. O queniano completou a prova em 1min42s15, deixando para trás Taoufik Makhloufi, da Argélia, e Clayton Murphy, dos Estados Unidos. Na final dos 3.000m com obstáculos feminino, o ouro foi para o Bahrein, com a queniana naturalizada Ruth Jebet, que completou a prova em 8min59s75. A queniana Hyvin Kiyeng Jepkemoi ganhou a prata e a americana Emma Coburn completou o pódio. Por falar em pódio, Bolt pintou no estádio, mas não para competir. Foi dia de pódio dos 100m rasos.
E não é que a zebra, que passou pela ginástica, caprichou no galope quando chegou no Engenhão? Uma das maiores favoritas na prova dos 200m rasos feminino, a jamaicana Veronica Campbell-Brown, campeã olímpica e mundial, não conseguiu passar sequer da primeira seletiva da prova e ficou fora da semifinais. E o que dizer da prova do salto com vara masculina? O brasileiro Thiago Braz, que não era um nem de longe um dos favoritos, conquistou a medalha de ouro e ainda derrubou o recorde Olímpico da prova, saltando 6,03 metros. O desempenho brasileiro foi tão surpreendente, que 6,03m, que irritou o francês campeão olímpico em Londres, Renaud Lavillenie, que não superou o sarrafo em 5,98m. A medalha de bronze ficou com o norte-americano Sam Hendricks. E Thiago, que nunca tinha saltado 6m na carreira, conseguiu sua melhor marca e encerrou o dia com um resultado histórico para o atletismo do Brasil. O primeiro ouro masculino desde 84.
E teve mudança no quadro de medalha:
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