Home»Futebol Nacional»Brasileirão»Quando o vento sopra a favor

Quando o vento sopra a favor

0
Shares
Pinterest WhatsApp

galo

por Marcelo Marques

Apontado por muitos como o time que joga o melhor futebol no Brasil atualmente, dono de uma campanha surpreendente e com cara de time campeão no ultimo Campeonato Brasileiro. Um desempenho excelente na edição atual da Libertadores sendo um dos semifinalistas e com boa expectativa de sucesso na competição. Esse é o time do Galo que caiu nas graças de seu torcedor e marca época como um dos melhores times da história do clube podendo finalmente acabar com a seca de grandes títulos.

Uma das grandes razões para o sucesso atual é a reestruturação financeira promovida pelo presidente Alexandre Kalil, a partir de 2009, tornando o time mais rentável a ponto de fazer com que o Atlético passasse de uma instituição endividada e com orçamento modesto para um clube com condições de trazer jogadores caros e de qualidade para o elenco, capaz de multiplicar anualmente suas receitas. Mas toda a boa estrutura criada não significava, nos anos seguintes, boas temporadas, o que mantinha o sofrimento do torcedor. Na teoria, o Galo realizava boas contratações, como a de Diego Souza, e investia também em técnicos de nome, como Luxemburgo, para citar os dois maiores fracassos dessas temporadas.

Mas a formação dessa equipe não acontece de um dia para outro, como pensam a grande maioria de nossos “cartolas”. Nem tampouco e fruto apenas de sorte. Ela começa ao longo do Brasileirão de 2011, quando o Atlético mais uma vez não consegue obter bons resultados, nem um time minimamente competitivo, mesmo com os grandes investimentos feitos pela diretoria em jogadores caros e de nome. Novamente o clube tentava contatar um grande número de jogadores sem se preocupar com a formação de um time. A chegada de Cuca para salvar o time da zona de rebaixamento iniciou a formação da base do time atual. O treinador começa por definir um time titular e buscar o entrosamento dessa equipe. Apesar dos resultados inicialmente continuarem ruins, aos poucos o Galo conseguiu um bom padrão de jogo e, sempre contando com a força da torcida nos jogos em casa, conseguiu um grande desempenho no 2º turno do campeonato.

Jogadores festejam o grande jogo contra a Fluminense, no Brasileirão 2012. FOTO: Atlético-MG
Jogadores festejam o grande jogo contra a Fluminense, no Brasileirão 2012. FOTO: Atlético-MG

Apesar de conseguir dar início a um bom time, a goleada sofrida para o rival no fatídico último jogo de 2011, causou a revolta da torcida e da diretoria pela chance perdida de rebaixar o Cruzeiro, colocando o elenco sob desconfiança para o inicio do de 2012. Desconfiança esta que durou até o inicio do Brasileiro seguinte, mesmo com o titulo mineiro invicto. Ainda assim houve a manutenção da base do ano anterior, depois de muito tempo montando times diferentes a cada temporada. Além disso, foram feitas contratações de jogadores pontuais, pensando em cada peça para fazer um time que aliasse velocidade, saídas pelas pontas e boa marcação no meio. As chegadas de Pierre e Leandro Donizete, jogadores hoje fundamentais para o sistema de defesa ilustram essa preocupação.  A vinda de jogadores altos para a zaga e ataque faz com que a jogada aérea também seja um forte. O uso das categorias de base também trouxe bons frutos para o time, como no caso de Bernard, que se firmou na equipe e se destacou como revelação do campeonato. Mas o grande feito, que além de dar um salto de qualidade na equipe tem grande parte da responsabilidade pelos resultados e pelo futebol que o Atlético possui hoje, se deve a chegada de Ronaldinho Gaúcho numa jogada de sorte e também rapidez da diretoria atleticana. Para o sucesso faltava somente a solução de um problema crônico do Galo nos últimos anos: o gol. E ela foi encontrada com o investimento na compra do goleiro Vitor. Estava formado o time que surpreenderia no campeonato e seria campeão, não fosse a impressionante regularidade do Flu e a queda de produtividade Galo, fruto de carências do elenco para suprir as ausências de titulares.

Ronaldinho marcou a reviravolta no  Galo. FOTO: Atlético-MG
Ronaldinho marcou a reviravolta no Galo. FOTO: Atlético-MG

O grande time, formado com critério, resultou num futebol envolvente, vistoso e que rendeu grandes resultados, como a participação na Libertadores, depois de 13 anos sem disputa-la. Mas, além disso, é importante ressaltar o fator Independência. A sintonia criada entre o time e torcida criou um autêntico caldeirão que põe medo nos adversários e beneficia o jogo intenso da equipe, fazendo do Galo um time por enquanto imbatível em seus domínios, tanto que acaba de quebrar o recorde de invencibilidade como mandante com 50 jogos. Mais do que os números esse fato resgata uma tradição do Atlético de ser sempre fortíssimo em casa.

Torcida do Galo transforma o Horto num caldeirão. FOTO: Atlético-MG
Torcida do Galo transforma o Horto num caldeirão. FOTO: Atlético-MG

A manutenção do time para a atual temporada, com contratações pontuais que adicionaram qualidade e experiência a equipe, somadas a tão sonhada volta de Tardelli, que se encaixou perfeitamente na equipe titular, tornaram o Galo favorito para qualquer competição em 2013, como visto ate aqui na Libertadores. Talvez o vento tenha começado a soprar a favor e este ano tem tudo para ser, de fato, o ano do Galo.

Previous post

4ª rodada do Brasileirão tem baixo nível técnico e embola a tabela

Next post

Seleção da rodada

No Comment

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *