AUSTRÁLIA 86 | PROST E O GP QUE CHEGOU A TER TRÊS CAMPEÕES
A maioria dos que acompanham a Fórmula 1 e tem menos de 30 anos se acostumou a ver o GP da Austrália como a corrida de abertura da temporada. Porém nem sempre foi assim. De 1985 a 1995, quando a corrida era realizada em Adelaide, a etapa australiana era a que encerrava a temporada. E, para azar dos australianos, somente duas vezes o campeão só foi conhecido na “terra dos cangurus”.
E uma dessas ocasiões é a que será contada neste artigo. Simplesmente a corrida que teve três campeões diferentes durante sua disputa.
A temporada da Fórmula 1 de 1986 chegava ao fim com uma situação incomum na história da Fórmula 1: três pilotos diferentes poderiam terminar a mesma como campeão mundial naquele ano.
“Mas vamos por partes: à chegada a Adelaide, o “brutânico” Nigel Mansell ia confortavelmente na liderança, com sete pontos de vantagem sobre Alain Prost. Um ponto mais atrás, mas com possibilidades matemáticas de alcançar o título estava o brasileiro Nelson Piquet, que estava no seu primeiro ano na Williams-Honda, depois de sete temporadas na Brabham e dois títulos mundiais. No quarto lugar, mas já sem possibilidades de chegar ao título estava o jovem brasileiro Ayrton Senna, no seu Lotus-Renault V6 Turbo.
Nos treinos, Mansell fez a “pole-position”, seguido do seu companheiro de equipa Piquet e de Senna. Prost ficou-se pelo quarto lugar. A 26 de Outubro, dia da corrida, 150 mil espectadores tinham ido ao circuito para assistir à decisão do título mundial de 1986. Mas também era um Grande Prêmio marcante para muita gente: para Alan Jones, Keke Rosberg e Patrick Tambay iria ser o último Grande Prêmio das suas carreiras. Para os motores Renault Turbo, também seria o último GP, depois de nove anos de bons serviços.
No momento da partida, Mansell foi surpreendido por Senna, Piquet, Prost e Rosberg. No final dessa volta, Senna tinha sido ultrapassado por Piquet, mas à volta seis, iria ser ultrapassado pelo McLaren do piloto finlandês, que iria alargar a sua liderança nas próximas voltas. Na volta 23, Piquet despista-se, perdendo algumas posições, enquanto que Prost sofria um furo, que o faria ir às boxes e descer para a quarta posição, atrás de Rosberg, Mansell e Senna. Mas o brasileiro da Lotus abandona à volta 43, fazendo com que Mansell herdasse o segundo lugar, Na volta seguinte, Piquet passa Prost, e fica no terceiro lugar. E eles rodam assim até a volta 62. Nessa altura, o piloto “brutânico” era o virtual Campeão do Mundo.
Mas num espaço de duas voltas, tudo muda. À volta 63, o pneu traseiro direito de Rosberg rebenta, fazendo com que abandone a sua última corrida da carreira. Mansell passa para a liderança, mas duas voltas depois, em plena Reta Brabham, o seu pneu traseiro esquerdo explode a alta velocidade, fazendo com que abandonasse a liderança. O seu sonho de Campeão do Mundo tinha-se esfumado.
Depois disso, Piquet passava para a liderança. Nessa altura, o brasileiro era virtual Campeão do Mundo, com dois pontos de diferença sobre Prost. Mas a Williams, temendo que pudesse acontecer o mesmo a Piquet, mandou-o trocar de pneus. Assim sendo, Prost passou à frente, e Piquet tentou apanhá-lo, mas já era tarde demais. Quando cortou a meta, Prost ficara a quatro segundos de Piquet, os suficientes para ser Campeão do Mundo pela segunda vez. A acompanhá-los no pódio estaria o Ferrari do sueco Stefan Johansson”.
FONTE: Texto retirado do blog Continental Circus
O vídeo a seguir mostra os últimos minutos desta histórica corrida (a bandeirada ocorre no momento 11:00).
Quer saber mais sobre a história do GP da Austrália de F1? Nos deixamos um artigo prontinho para você aqui.
Veja também as equipes e os pilotos da temporada 2017.
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