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O MAJESTOSO DE 93: A MAIOR FINAL DA HISTÓRIA DA COPINHA

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Esta é considerada uma das mais emblemáticas finais do principal torneio das categorias de base do futebol brasileiro. Apesar do caráter nacional da competição, é organizada pela Federação Paulista de Futebol, com a final organizada (quase) sempre para o dia 25 de Janeiro, já tradicional nos festejos do aniversário da capital (tanto quanto aquele bolo de não sei quantos metros que tem todo ano). Nesse aspecto, quando calha de dois times paulistanos disputarem a final, a festa fica completa na cidade.

Naquela edição de 1993, aconteceria de dois times paulistanos chegarem à final, porém o clima não era de festa completa para Corinthians e São Paulo. Um ano antes, os dois times haviam se encontrado na semifinal desta mesma competição e no jogo, ainda realizado no interior do estado, houve confronto de torcida (ainda coisa rara até aquele momento) e, em decorrência de uma bomba de fabricação caseira, faleceu o jovem torcedor corintiano Rodrigo de Gásperi, então com apenas 13 anos. Uma tragédia sem precedentes, já que Rodrigo é considerada a primeira vítima fatal de confrontos entre torcidas nos estádios do Brasil. Hoje, sabemos que ele esteve longe de ser o último, chegando ao ponto até de normalizar uma excrescência como alguém perder a vida numa praça de esportes. Mas o fato é que, naquele momento do jogo em questão, as primeiras medidas de segurança em estádios estavam sendo tomadas: banimento de bandeiras com mastros, maior cuidado na escolha dos estádios, entre outras. Hoje, também sabemos que em vão…

Como a competição trata-se de campeonato de categorias de base de clubes, a maior atração são os jogadores que ainda serão grandes nomes dos clubes. Esta final foi jogada por jogadores que marcariam presença importante no esporte, como o jovem goleiro Rogério do São Paulo (sim, ele) e o veloz atacante Marques (sim, escorre uma lágrima de emoção no torcedor do Galo). Mas já houveram edições de finais com mais bola em campo, como a histórica final de 90 com um espetacular time do Flamengo.

Jamelli: dia de artilheiro na decisão da Copa São Paulo (Foto: Divulgação)
Jamelli: dia de artilheiro na decisão da Copa São Paulo. FOTO: Divulgação

Um dos destaques do São Paulo era Jamelli (sim, aquele). Apesar de destaque, fez o primeiro gol na competição apenas na final, embora tenha sido um golaço. O atacante dividiu com um zagueiro dentro da área e antes de a bola cair, fuzilou para o gol, logo aos 16 minutos de jogo. O São Paulo estava melhor no jogo, merecia o gol e se mostrava tranquilo para o andamento da partida.

Aos 30, Catê ampliou após boa jogada de Robertinho pela ponta esquerda. Neste momento, a torcida do São Paulo já cantava “adeus Timão”, talvez um pouco antes da hora. O São Paulo continuava bem no jogo, mas neste momento, o Corinthians reagiu e igualou bem o jogo até que Marques diminuiu a vantagem e deu sobrevida ao time do Parque São Jorge. Assim acabou o primeiro tempo, com o jogo em aberto.

O Atacante Catê disputa a bola com o Zagueiro André Santos
O Atacante Catê disputa a bola com o Zagueiro André Santos. FOTO: Gazeta Press

No segundo tempo, o Corinthians partiu pra cima, criou algumas chances, deu espaço e tomou um ou outro contra-ataque, mas logo aos 6 minutos de jogo, Marques de novo marcou e igualou o placar, foi o sétimo dele naquela edição da Copinha.

Aos 15 minutos, lance esquisito no ataque do São Paulo, quando chegou ao gol, mas o juiz Luis Antônio do Nascimento havia marcado pênalti logo antes do chute que sairia o gol. Como não observou a lei da vantagem, Jamelli foi para a cobrança e converteu. Na comemoração, jogadores do Corinthians foram reclamar com o árbitro e André foi expulso, pavimentando o caminho do São Paulo na partida.

O Tricolor continuou mais organizado em campo, criando boas chances de gol, mas perdendo-as em profusão. O caminho estava pavimentado para o São Paulo, mas as velhas máximas do futebol são implacáveis e quem não faz… Caio Cezar empata o jogo (com falha de Rogério, o Ceni). Apesar da empolgação de conseguir o empate mesmo em situação tão adversa, o jogador a mais e a organização ao longo de todo o jogo fariam a diferença a favor do São Paulo nos minutos finais da partida e Jamelli faria seu terceiro gol no jogo, quarto dos tricolores e dando números finais à partida. Talvez por causa desse jogo, tenham pensado que o Jamelli era craque… Para os minutos finais, mais um expulso de cada lado e o São Paulo cozinhando o jogo até o seu final.

Em determinado momento, Sílvio Luís (que narrou o jogo pela Bandeirantes), reclamava que o técnico do São Paulo não colocara o tal do atacante Caio (sim, o Bananão foi reserva naquele jogo). Jogava mais que Jamelli, mas este estava besuntado no óleo de Belzebu e resolveu o jogo para o São Paulo.

De fato, trata-se de um grande jogo de futebol, com belos gols, boas defesas, jogadas trabalhadas e vontade de parte a parte. Merece sim entrar no panteão das grandes finais de Copinha que já foram disputadas. Aquele era o debute de títulos do São Paulo e de jogadores que marcariam seu nome no futebol, como é próprio da competição. Embora atualmente seja mais difícil acontecer de um jogador se destacar na Copa São Paulo e entrar bem no time de cima, porque a idade máxima foi reduzida e os jogadores ainda têm etapas a cumprir na base depois de disputar a Copinha nos campos do interior de São Paulo.

 

São Paulo campeão da Copinha de 93
São Paulo campeão da Copinha de 93. FOTO: acervo

Ficha Técnica

LOCAL: Pacaembu, São Paulo.
DATA: 25 de janeiro de 1993.
PÚBLICO: 50.000 presentes.
ÁRBITRO: Luís Antônio do Nascimento
GOLS: Jameli (3), Catê, Marques (2) e Caio César.
CARTÕES AMARELOS: André Santos.
CARTÕES VERMELHOS: André Santos, Fabinho e Robertinho.
SÃO PAULO – Rogério Ceni; Pavão, Sérgio Baresi, Nélson e André Luís; Mona, Pereira e Robertinho; Catê, Jameli e Toninho. Técnico: Márcio Araújo.
CORINTHIANS – Marcos; Antônio Carlos, Gino, André Santos e Silvinho; Embu, Fabinho Fontes e Marques; Ricardinho (Renatinho), Caio César e Hermes. Técnico: Ivan Silva

Confira abaixo a partida na íntegra:

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