O GALO, A RECOPA E O TRADICIONAL SOFRIMENTO NAS FINAIS
Título é título independente de qual for. A diferença e que, dependendo da torcida e do time, alguns tem maior valor do que outro. Naturalmente, isso não diminui a importância de se conquistar um torneio, seja ele qual for. No caso do Atlético-MG, o ato de conquistar um título não pode ser dissociado de passar por pelo menos 90 minutos de muita apreensão e sofrimento.
Na última quarta, o Galo conquistou seu segundo título sul-americano em dois anos, depois de ficar muito tempo afastado das disputas continentais. O jogo era contra o Lanús, de quem já havia ganhado a Commebol de 97, e o time mineiro trazia a vantagem de ter vencido o jogo de 1×0 na Argentina. O Mineirão cheio e o clima festivo davam a entender que o Galo não precisaria de sofrimento para levantar a taça. Grande engano.
O jogo já começou com um pênalti para o Galo, com gol de Tardelli e festa para o centésimo gol do atacante com a camisa do Galo. Festa grande para o que parecia a confirmação da conquista. Que nada. O Lanús se lançou ao ataque e, com gols de Ayala e “Tanque” Silva, o time surpreendentemente passou a frente e trouxe de volta para o Mineirão o clima de tensão da campanha da Libertadores de 2013. O estreante no “Gigante da Pampulha”, Maicosuel, acalmou a torcida ao empatar o jogo. O 2×2 dava Galo.
O segundo tempo foi de chances para os dois lados e, tudo indicava que o empate seria o resultado final da partida. Foi quando, no apagar das luzes, Acosta entrou solando tudo e jogou a bola para dentro do gol, trazendo o drama de volta para a noite dos torcedores atleticanos. A derrota por 3×2 no tempo normal forçou uma prorrogação. Quem vencesse levantaria a Recopa. Foi ai que prevaleceu o time da casa. Com gols de Luan e de Ayala, dessa vez numa presepada marcando contra, o Galo fez a festa de sua torcida mais uma vez. Vale ressaltar a explêndida partida do lateral Marcos Rocha, um dos reponsáveis pela vitória atleticana.
Mesmo sem nem lembrar aquele time arrasador que conquistou a América em 2013, o Galo levantou mais um título continental e consolidou-se como uma força internacional. Consolidou também a tradição de testar o coração de seus torcedores a cada decisão. Torcida fanática que vive a dúvida causada pelas insinuações de que o alguns de seu principais nomes estariam de partida, como Tardelli e Ronaldinho. Mas quem se preocupa? Veio mais um título e a certeza de que o Galo voltou a ser presença constante entre os times campeões e entre as principais causas de internação por problemas cardíacos.
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