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O DECA DE CONSOLAÇÃO DO PALMEIRAS

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O Palmeiras é decacampeão brasileiro (sem discussões de títulos e nomes de competição, por favor!). Mas o Brasileirão 2018 teve mais cara de prêmio de consolação do que qualquer outra coisa. E vou falar disso nas próximas linhas – e que fique claro que não é para desmerecer a conquista.

A equipe palestrina montou um supertime para os padrões brasileiros, com um banco de reservas melhor do que metade dos concorrentes ao título nacional. O dinheiro da Crefisa foi investido com um objetivo claro: ganhar a Libertadores. A Copa do Brasil vinha logo depois, por motivos financeiros, e o Brasileiro ficava ali, como a terceira opção.

Roger Machado não deu conta do recado e foi demitido ainda em Julho. E olha que o trabalho dele não foi ruim. Foram 44 jogos à frente da equipe, com 27 vitórias, 8 derrotas e 9 empates. Levou o time à melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, mas a derrota na final do paulista para o Corinthians, pesou. Ser apenas sétimo no Brasileiro virou desculpa para demitir o técnico, que não tinha o “pulso firme” que a diretoria queria. E quando o assunto é “pulso firme” o Palmeiras sempre busca o Felipão. E temos que assumir, houve uma guinada.

Felipão voltou para ganhar um Brasileiro pelo Palmeiras.
Felipão voltou para ganhar um Brasileiro pelo Palmeiras. FOTO: Bruna Prado/Getty Images

O rodízio de Roger foi mantido por Scolari. O técnico usou 26 jogadores diferentes durante seu trabalho e todos foram titulares em algum momento. Os “titulares” jogavam as copas e os “reservas” davam conta do Brasileirão. E como. O Palmeiras não perdeu mais no campeonato. Saiu do sétimo para a liderança e abriu vantagem, ao ponto do time principal só precisar garantir a taça nas últimas rodadas, após cair nas duas Copas.

É curioso pensar que os titulares falharam nas suas duas missões. Mais curioso é pensar que as três derrotas do Palmeiras sobre comando de Scolari foram na Libertadores e na Copa do Brasil, suas prioridades, e que duas delas resultaram em eliminação: contra Boca e Cruzeiro.

Mesmo revezando jogadores durante toda a competição, Felipão terminou o Brasileirão com 81,8% de aproveitamento, 16 vitórias e 6 empates. O time conquistou a maior invencibilidade da história dos pontos corridos com 23 jogos seguidos sem perder e o melhor turno da história (superando o Corinthians de 2017). E ainda assim ninguém se empolgou com o campeão. Por que? Por jogar por resultado.

Scolari implementou o mesmo sistema de jogo que sempre usou quando precisava de resultados: uma defesa muito forte e um ataque que aproveita as poucas oportunidades que cria. Jogada aérea também conta muito. Um futebol feio, mas de resultado, ajudado por um campeonato pra lá de esvaziado.

Equipes como o forte de Grêmio de Renato Gaúcho, sempre se manteve entre os primeiros, mas em momento algum lutou para ganhar a taça. O Galo, que queria muito o caneco, perdeu seu melhor jogador durante a janela da Copa e teve que remontar o time durante a competição. O Cruzeiro, algoz do Verdão na Copa do Brasil, abandonou o Brasileiro após a 16ª rodada, quando perdeu para o São Paulo no Mineirão. O tricolor, por sua vez, terminou o turno disputando a liderança com o Inter, com ambos se dedicando exclusivamente ao Brasileirão. Fracassaram. O Flamengo liderou o campeonato, focou nas Copas, caiu em ambas, perdeu o rumo, trocou de técnico e no fim tentou pegar o Palmeiras, mas já era tarde. Do resto, nunca pode se esperar nada. Em resumo, quem queria não teve capacidade de ganhar e, dentre os que foram levando, mesmo sem prioridade, o Palmeiras foi de longe o mais competente.

Mais um grande título do Palmeiras, mas sem o mesmo brilho de outras jornadas. Já faz uns anos que o nível do Brasileirão é baixo, mas dessa vez ele ficou muito abandonado. Como já dissemos, o Palmeiras mesmo deixou o campeonato em segundo plano, mas como tinha um banco tão melhor que os outros, ainda assim sobrou em relação ao demais. Por isso ficou com cara de prêmio de consolação, para quem não conseguiu conquistar a América.

O que restou do Brasileirão 2018 foi mais uma glória pra história alviverde e a esperança de que em 2019 o campeonato não seja mais deixado de lado por tanta gente.

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