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MÔNACO E A VITÓRIA DE PARIS NA CORRIDA QUE TERMINOU COM 3 CARROS

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Nada é mais exótico na Fórmula 1 que a corrida deste final de semana. Em Mônaco tudo é diferente: o pódio e a entrega da premiação são feitos numa escadaria; é a única etapa onde não é percorrida a distância mínima de 305 km durante uma corrida (são somente 260 km, por que se fosse aplicar esta regra, a corrida ultrapassaria o limite de 2 horas de duração); e como bem definiu o tricampeão Nelson Piquet: “Pilotar em Mônaco é como andar de bicicleta dentro de uma cozinha”.

Vista aérea do de parte do Principado de Mônaco. Em destaque o traçado do circuito de rua onde se realiza desde 1950 o GP de Mônaco. FOTO: www.quiencorrehoy.com
Vista aérea do de parte do Principado de Mônaco. Em destaque o traçado do circuito de rua onde se realiza desde 1950 o GP de Mônaco. FOTO: www.quiencorrehoy.com

O principado de Mônaco transpira história quando o assunto é automobilismo. A primeira corrida ocorreu por lá em 1929, 21 anos antes da existência da Fórmula 1. De 1950 pra cá, somente não ocorreu um GP de Fórmula 1 entre 1951 e 1954. Os quatro maiores vencedores em corridas de Fórmula 1 por lá somam nada mais, nada menos, que 16 títulos de mundiais de pilotos. Mas a história de hoje não trata de um campeão da Fórmula 1. No ano de 1996 ocorreu uma das mais loucas corridas da história do GP de Mônaco e da Fórmula 1. Por quê? Bem… eis a história daquela lendária corrida.

Olivier Panis a bordo de sua Ligier durante o GP de Mônaco de 1996. FOTO: f1-history.deviantart.com
Olivier Panis a bordo de sua Ligier durante o GP de Mônaco de 1996. FOTO: f1-history.deviantart.com

“Logo na primeira volta (a corrida iniciou-se com chuva) Schumacher (Ferrari), Rubens Barrichello (Jordan), Jos Verstappen (Footwork), Pedro Lamy (Minardi) e Giancarlo Fisichella (Minardi) sofreram acidentes e abandonaram. Panis, por sua vez, figurou na 12ª posição. Ficaria ali até a volta 7, quando superou Martin Brundle (Jordan). Com o abandono de Gerhard Berger (Benetton) na volta 9, Olivier subiu para 10º. Detalhe: havia somente 12 carros na pista. Dez já haviam deixado o GP.

Na volta 16, foi a vez de Panis ultrapassar Mika Hakkinen (McLaren). O francês era o nono colocado. Enquanto isso, Damon Hill (Williams) liderava em Mônaco, seguido por Jean Alesi (Benetton). Eddie Irvine (Ferrari), por sua vez, segurava todo mundo. Heinz-Harald Frentzen (Sauber) tentou superar o irlandês, que fechou a porta na Saint Devote. O alemão da Sauber teve o bico quebrado e foi aos boxes na volta 18. Olivier estava em oitavo. Com o passar das voltas, a pista secou, e todos foram fazer o pit stop para colocar pneus lisos. Hill, Irvine e Panis pararam na volta 28. Foi o grande pulo do francês. Com a parada dos demais adversários, na volta 30, Olivier surgiu em quarto, atrás de Damon, Jean e Eddie.

Panis estava próximo de Irvine, um piloto difícil de ser ultrapassado. O irlandês sempre vendia caro sua posição. Num circuito de rua, então, a dificuldade era dobrada. Mas Panis partiu decidido para o duelo. Na volta 36, colocou por dentro na Loews, um hairpin estreitíssimo. A manobra surpreendeu a todos, sobretudo ao ferrarista, que se viu atirado próximo ao guard rail. O francês assumia a terceira colocação. O pódio passou a ser algo concreto, muito além das expectativas. Mas o melhor ainda estava por vir. Na volta 40, o motor Renault do Williams de Hill explodiu, forçando o inglês a abandonar.

Naquele momento, desenhava-se uma dobradinha francesa, com Alesi em primeiro e Panis em segundo. Olivier estava mais do que satisfeito com a colocação. Jean liderava com folga a corrida e tinha tudo encaminhado para a vitória. A vantagem era superior a 30s. Alesi se deu ao luxo de fazer uma segunda parada. Porém, havia um problema na Benetton. O carro de Jean tinha a suspensão avariada. Na volta 60, Alesi deixou a prova. Panis herdava a liderança do tradicional GP de Mônaco.

Com a chuva, a prova receberia a bandeirada por conta das 2h de competição. Nesse intervalo, ainda houve tempo para Irvine tirar os finlandeses Hakkinen e Mika Salo (Tyrrell) da corrida. A poucas voltas do fim, Panis passou a ser perseguido por David Coulthard (McLaren). Usando o capacete de Schumacher, o escocês se aproximou bastante do francês. Todavia, Olivier se sobressaiu. Não deixou Coulthard se aproximar. Um dia que começou sem esperanças tornou-se o auge da vida de Panis.” (texto retirado do blog Contos da Fórmula 1). Detalhe: somente os três primeiros (Panis, Coulthard e Herbert) receberam a bandeirada, configurando assim esta corrida como àquela que teve a menor quantidade de pilotos a concluir uma corrida de Fórmula 1.

Panis celebra sua única vitória na Fórmula 1. FOTO: www.skysports.com
Panis celebra sua única vitória na Fórmula 1. FOTO: www.skysports.com

No vídeo a seguir podemos ver os momentos finais desta corrida histórica e seu pódio.

A vitória de Panis foi tão inesperada que ele teve que alugar um terno às pressas para participar do tradicional jantar que o vencedor da etapa monegasca faz com a família real do Principado.

Em Mônaco tudo pode acontecer. Em uma pista aonde vale muito mais o acerto aerodinâmico do que a potência final do motor, o que muitas vezes vemos são resultados inesperados. Basta lembrar que foi lá que a equipe Marussia marcou seus dois únicos pontos na história da Fórmula 1 no ano passado com o francês Jules Bianchi.

O circuito da corrida

3340 metros. 19 curvas, sendo que a Grand Hotel Hairpin é a curva mais lenta de todos os circuitos da Fórmula 1. Uma reta dos boxes “encurvada” em um circuito de rua à beira mar extremamente travado onde uma ultrapassagem “limpa” é quase impossível, por causa da pista estreita onde um erro do piloto pode levá-lo a sair da corrida em função de uma colisão com as proteções que delimitam o desenho do circuito. Isto é Mônaco meus amigos.

Grand Hotel Hairpin: curva mais lenta de todos os circuitos da Fórmula 1. FOTO: www.motorilive.com
Grand Hotel Hairpin: curva mais lenta de todos os circuitos da Fórmula 1. FOTO: www.motorilive.com

Nenhum lugar é mais exótico e difícil de pilotar que este circuito localizado no bairro de Monte Carlo aonde os treinos livres ocorrem na quinta-feira, enquanto nas demais corridas eles ocorrem na sexta-feira. De 1929 pra cá, não se mudou muita coisa neste circuito da Fórmula 1. Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 78 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa monegasca da Fórmula 1.

Pilotos e equipes sempre devem ficar atentos, pois a chuva pode aparecer durante os treinos e a corrida o que pode gerar grandes espetáculos, mas também vários acidentes e situações inusitadas, como a histórica corrida apresentada neste post.

Circuito de Rua de Monte Carlo onde se realiza o GP de Mônaco, desde 1950. FOTO: ra-gmr.blogspot.com.br
Circuito de Rua de Monte Carlo onde se realiza o GP de Mônaco, desde 1950. FOTO: ra-gmr.blogspot.com.br

Dados históricos

Nas 61 edições realizadas até agora do GP de Mônaco desde 1950 (ocorreram períodos neste espaço de tempo em que a corrida não foi realizada lá ou não valeu para o campeonato daquele ano), 33 pilotos diferentes venceram. O argentino Juan Manuel Fangio foi o primeiro a vencer nas ruas do principado.

O maior vencedor do GP de Mônaco é o brasileiro Ayrton Senna (o “Rei” de Mônaco) com 6 vitórias, seguido pelo alemão Michael Schumacher e pelo inglês Graham Hill, com 5 vitórias cada. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a McLaren com 15 vitórias, seguida pela Ferrari, com 8 vitórias .

A pole mais rápida foi feita por Sebastian Vettel pela Red Bull em 2011 com o tempo de 1min 13s 556 (com os carros com motores V8) e a volta mais rápida foi feita por Michael Schumacher em 2004, pela Ferrari com o tempo de 1min 14s 439 (com os carros com motores V10).

Expectativa para a corrida

Rosberg “renasce” com vitória na Espanha e tenta iniciar uma “caçada” ao líder Lewis Hamilton. FOTO: Reuters
Rosberg “renasce” com vitória na Espanha e tenta iniciar uma “caçada” ao líder Lewis Hamilton. FOTO: Reuters

Os prognósticos para cada corrida estão cada vez mais difíceis de serem determinados. Rosberg que parecia sem rumo nesta temporada, demonstrando que não seria um rival a altura de Hamilton, “renasceu” na Espanha. Venceu sem sustos a corrida e, se repetir em Mônaco suas vitórias de 2013 e 2014, pode colocar novamente “lenha na fogueira” na disputa pelo Mundial de Pilotos.

A Ferrari parece não ter ainda plenas condições de rivalizar com as Mercedes na briga por vitórias e títulos. Mas consolidou-se como a segunda força desta temporada.

A McLaren tem a sua “chance de ouro” de pontuar pela primeira vez nesta temporada. Além da evolução que o carro vem tendo, em Mônaco a falta de potência dos motores Honda é compensada pela menor exigência que o circuito faz dela. Além disso, a equipe inglesa conta com dois pilotos experientes que já venceram lá. É agora ou nunca para a McLaren.

Felipe Massa começa a “arregar” para o companheiro de equipe Valtteri Bottas que já o ultrapassou na classificação do Mundial de Pilotos e a Williams começa a ficar longe da Ferrari na disputa pelo posto de segunda força nesta temporada.

Já Nasr vai até agora “colocando no bolso” seu companheiro de equipe Marcus Ericsson, mas ambos vem sendo prejudicados pela falta de evolução dos carros da Sauber que, após um bom começo de temporada, vem ficando para trás em relação as demais equipes na atual temporada.

Por fim, nos treinos livres realizados na quinta-feira, a Mercedes liderou ambos com Lewis Hamilton. A grande surpresa ficou por conta de Max Verstappen, que fez o segundo tempo no treino da manhã. Massa foi 10º e Nasr 16º. O treino da tarde foi prejudicado por causa da chuva que caiu durante a realização do mesmo.

Horários:

Classificação – 23/05/2015 (sábado), 9h (9h30 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília),

Corrida – 24/05/2015 (domingo), 9h (horário de Brasília)

O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.

 

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