Grandes pilotos costumam se destacar por vários aspectos. Um deles é alcançar marcas importantes que normalmente pilotos comuns não conseguem fazê-las. Principalmente quando o dito cujo iguala ou supera a marca de um “mito”, o feito em questão fica ainda mais relevante.

O artigo de hoje relembrará o GP do México do ano passado (2015) aonde Nico Rosberg conquistou a primeira de suas sete vitórias seguidas na Fórmula 1, igualando assim o feito de seu compatriota Michael Schumacher e ficando atrás apenas de seu outro compatriota Sebastian Vettel e do italiano Alberto Ascari, que venceram nove corridas de Fórmula 1 consecutivas.

Naquela tarde de 01/11/2015: Desta vez, Rosberg conseguiu conter as ofensivas de Hamilton e defendeu a pole. O inglês tentou uma aproximação na primeira curva, mas o alemão fechou as portas e preservou a liderança. O jovem russo Kvyat abocanhou o terceiro lugar após passar Vettel, que se envolveu em um toque com Ricciardo e teve um pneu furado. O incidente chegou a ser investigado, mas a direção de prova não aplicou punições. O piloto da Ferrari precisou ir aos boxes e voltou para a pista em último lugar. Ainda na primeira volta, Fernando Alonso abandonou, com problemas no motor da McLaren.

Rosberg e Hamilton trataram de abrir distância em relação a Kvyat, enquanto a disputa interna da Mercedes parecia sob controle do alemão, que tinha vantagem de 1s8. Neste meio tempo, Vettel tratava de escalar o pelotão e já aparecia em 12º.

A essa altura, Rosberg mantinha cerca de 1s8 de vantagem sobre Hamilton, e Kvyat, Ricciardo e Verstappen completavam o top 5. Na 18ª volta, Vettel rodou sozinho e caiu para 16º, comprometendo o trabalho de recuperação que vinha sendo feito desde o estouro do pneu.

Na volta 23, Raikkonen e Bottas iniciaram uma acirrada briga pelo sexto lugar. Assim como na Rússia, o embate entre os dois finlandeses teve desfecho dramático. Na disputa da curva, o “Homem de Gelo” forçou na aproximação para tentar impedir a ultrapassagem e acabou acertado pela Williams do compatriota. A Ferrari teve a suspensão traseira quebrada, e Kimi precisou abandonar.

Na volta 27, Rosberg foi aos boxes para sua primeira parada e cedeu a liderança provisória para o companheiro Hamilton. Com o pit stop de Hamilton, duas voltas depois, Nico recuperou a ponta, mas viu o companheiro mais rápido e reduzindo a desvantagem. O alemão apertou o passo e voltou a ditar a ritmo, abrindo 2s5 em relação ao inglês e ampliando essa distância para três segundos algumas voltas depois.

Rosberg fez uma sequência de voltas mais rápidas e se encaminhava para uma vitória tranquila. Na volta 50, a vantagem do alemão em relação a Hamilton já era de 4s2. Massa não conseguiu conter as ofensivas de Ricciardo e cedeu uma ultrapassagem na volta 51, enquanto Pérez aproveitou um erro de Verstappen para assumir a oitava posição e levar a torcida mexicana ao delírio. Na volta seguinte, Vettel passou reto em uma curva e coloca um ponto final em sua dramática corrida. Com a Ferrari destruída pelo choque na barreira de proteção, o alemão abandonou e provocou a primeira entrada do safety car.

Hamilton colocou pressão psicológica em Rosberg pouco antes da relargada. Na saída do carro de segurança, na volta 58, o alemão conseguiu manter a ponta, mas viu a distância em relação ao companheiro cair para apenas 0s4. Massa era o sexto, e Nasr o oitavo, mas o brasileiro da Sauber, sem freios, precisou abandonar. O piloto do carro 12 recolheu para trás da barreira de proteção e deixou a corrida sem a necessidade de provocar mais uma paralisação na prova.

Na ponta, a disputa entre Rosberg e Hamilton ficou cada vez mais acirrada, com o inglês pressionando por uma nova chance de aproximação e ultrapassagem. Mas o tricampeão mundial reclamou, pelo rádio, de instabilidade em sua Mercedes e não conseguiu abordar o companheiro. O alemão cruzou a linha de chegada na frente, concretizando sua quarta vitória na temporada e 12ª na carreira. Bottas manteve a terceira posição e confirmou o quarto pódio da Williams no ano.

O vídeo a seguir mostra um breve resumo da corrida.

https://www.youtube.com/watch?v=F1zpqFhIW5Y

Já em 2016 no México, Rosberg busca novamente a vitória, mas pra desta vez conquistar um feito maior: conquistar seu primeiro título do Mundial de Pilotos. Não depende só dele para que a taça seja conquistada por ele agora. Mas quem sabe o motor de Hamilton estoura de novo e aí…

O circuito da corrida

O Grande Prêmio do México de Fórmula 1 foi realizado pela primeira vez em 1962, mas só no ano seguinte é que passou a valer de maneira oficial para uma temporada da F1.

De lá pra cá a história do México com a Fórmula 1 divide-se em três períodos: um de 1963 a 1970, outro de 1986 a 1992, e o terceiro começou em 2015. Em todos os períodos descritos o GP do México sempre foi realizado em um mesmo lugar: o Autódromo Hermanos Rodríguez.

O Autódromo Hermanos Rodríguez é um circuito antigo que possui este nome em homenagem aos irmãos Ricardo Rodríguez e Pedro Rodríguez que foram pilotos da Fórmula 1 entre os anos 60 e 70. O circuito em questão passou por várias modificações em seu traçado ao longo da sua existência.

Para os mais saudosistas uma nova característica do traçado pode não agradar: a famosa curva denominada Peraltada, que é uma curva típica de circuito oval realizada antes da entrada da reta dos boxes, só será utilizada pela metade, visando (ou não) uma maior segurança para os pilotos.

O novo traçado do Autódromo Hermanos Rodríguez, desenhado por Hermann Tilke é composto por uma longa reta dos boxes, retas menores e 17 curvas num total de 4304 metros de extensão. Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 71 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa mexicana da Fórmula 1.O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.

Dados históricos

Nas 16 edições realizadas do GP do México desde 1963, ano em que passou a valer oficialmente para a temporada de Fórmula 1, 13 pilotos diferentes venceram lá. O escocês Jim Clark foi o primeiro vencedor, pilotando uma Lotus.

Os maiores vencedores do GP do México são os pilotos Jim Clark, Alain Prost e Nigel Mansell com 2 vitórias cada. Por equipes Lotus, McLaren e Wliiams são as que mais venceram até agora com 3 vitórias cada.

A pole mais rápida no novo traçado do Autódromo Hermanos Rodríguez foi feita por Lewis Hamilton pela Mercedes em 2016 com o tempo de 1min 18s 704 e a volta mais rápida foi feita por Nico Rosberg, em 2015, com o tempo de 1min 20s 521.

Expectativa para a corrida

Este final de temporada deve se revelar com um legítimo jogo de xadrez entre Rosberg e Hamilton. Se o alemão depende única e exclusivamente de seu desempenho para conquistar um título inédito para ele, Hamilton mostra que ainda não jogou a toalha. A prova disto foi a vitória tranquila obtida nos Estados Unidos e a pole obtida sem sustos para esta corrida.

Porém a vantagem de Rosberg ainda é muito grande e o mesmo pode ser campeão já nesta corrida. É improvável, mas não impossível. Para isto ocorrer Rosberg tem que vencer a corrida e torcer para que Hamilton termine a corrida, no máximo, em 10º lugar.

Um alento para Hamilton é a proximidade cada vez maior dos carros da Red Bull em relação as Mercedes. Pra ser tetracampeão Hamilton (de forma simplificada) precisa de três vitórias e um quarto lugar de Rosberg em uma das últimas três corridas. Os carros austríacos se meterem entre ele e Rosberg ao final da corrida com o inglês vencendo é tudo o que ele precisa.

Já em relação ao Mundial de Construtores, a única disputa que parece aberta ainda em 2016 é a pelo quarto lugar no Mundial de Construtores. Force India (possível casa de Nasr em 2017) e Williams estão disputando ponto a ponto tal posto. Que equipe vai conseguir tal marca: o tradicional time inglês ou o jovem time indiano? Acelera aê pessoal.

Resultado do treino classificatório

Horário:

Corrida – 30/10/2016 (domingo), 17:00h (horário de Brasília)
A corrida só será transmitida ao vivo pelo Sportv (canal pago). Pela Rede Globo será transmitido o VT do evento após a transmissão do Fantástico. Boa corrida para todos.