Você provavelmente não é Jedi, mas se tiver um sabre de luz, pode considerar a prática de um novo esporte. É isso aí. Desde fevereiro de 2019, a Federação Francesa de Esgrima considerou combates inspirados no universo de ‘Star Wars’ como um esporte competitivo.

Vale ressaltar que já tratamos do assunto no StartCast #87, que você ouve aqui.

Como a esgrima tem grande atenção à segurança, os duelos não utilizam a arma cortante, mas sim réplicas de policarbonato rígido. Elas possuem luzes coloridas de LED e sensores, que a cada movimento, emitem os sons elétricos típicos dos filmes. Uma verdadeira ode à serie de filmes originais.

Um parentese: se você não conhece Star Wars (o que seria bem espantoso), confira neste link um pouco sobre a saga que alçou à ícones pops a Princesa Leia, Han Solo, Chewbacca, Luke Skywalker, R2D2, CP3-O, Mestre Yoda, Obi-Wan Kenobi e Darth Vader.

Voltando a competição mundana, sem jedis ou siks, a Federação Francesa de Esgrima justificou a aprovação do esporte pelo alto esforço físico envolvido e, para efeitos de classificação, enquadrou os sabres de luz no mesmo patamar de floretes, espadas e sabres (os tradicionais).

Os nerds piraram! Demonstrações e até competições da nova modalidade faziam parte recorrentemente de feiras de cultura pop, encontros de cosplays e convenções nerds mundo afora. A integração com as novas tecnologias e o aumento de jovens no esporte, também foram alegados pelo então dirigente da federação, Serge Aubailly, como motivação para aceitar a prática como modalidade oficial. Em entrevista a Associated Press, na época, ele disse que estavam “tentando criar um laço entre a disciplina e as tecnologias modernas”. Para Aubailly, “Está se tornando difícil (persuadi-los a) fazer um esporte que não tem nenhuma conexão com sair do sofá e brincar com os polegares. É por isso que estamos tentando criar um vínculo entre nossa disciplina e as tecnologias modernas, participando de um esporte que saiu das telas para a vida real”

Regras

Os duelos de sabre de luz acontecem dentro de um círculo marcado no chão e a pontuação varia de acordo com a parte do corpo acertada: mãos rendem um ponto, braços e pernas dão três pontos e cabeça e tronco garantem cinco. Quem fizer 15 pontos primeiro ganha. No caso de uma luta demorada, a vitória é de quem tiver o maior placar em três minutos. Se os dois competidores tiverem 10 pontos ao mesmo tempo, o combate é decidido na “morte súbita”, com o matchpoint indo para o primeiro a atingir a cabeça ou o tronco do outro ganha.

Curiosamente, na regra francesa, não são permitidos golpes como a “picada de vespa”, muito comuns na esgrima. Aliás, para ser mais preciso, eles foram adaptados para deixar o efeito luminoso mais bonito, com o competidor tendo que apontar a ponta do sabre para trás das suas costas antes de aplicar o golpe.

Abaixo, uma luta do 4º Torneio Nacional da Itália de Combate de Sabre de Luz em 2012

Vários países do mundo realizam competições de sabre de luz e a modalidade, mesmo sem pleno reconhecimento internacional, possui até campeonato mundial. Se interessou? Então pode começar a treinar. E que a força esteja com você!