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JOGADORES QUE VOLTARAM PARA A CASA

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Tévez faz a festa da torcida do Boca. FOTO: Télam
Tévez faz a festa da torcida do Boca. FOTO: Télam

Neste mês de Julho tivemos por aqui uma grande demonstração de uma das coisas que temos de mais genuíno no futebol: o amor de um ídolo por um clube e sua torcida. Carlos Tévez deixou a Juventus, uma carreira de sucesso e ainda promissora na Europa para voltar pra casa e para os braços da fanática torcida do Boca. E “la Doce” não deixou por menos e fez uma recepção digna do que o gesto de Tévez significa. Milhares de pessoas foram a La Bombonera receber o herói do clube que à casa retornava.

Nessa onda, o blog tenta relembrar histórias de jogadores que se tornaram ídolos em seus clubes, saíram e voltaram mais tarde. Voltaram para suas origens, por paixão e identificação com as cores e torcida dos clubes onde se sentem em casa.

Na América do Sul casos como o do argentino não são raros de se ver. O enorme êxodo de jogadores para o futebol europeu é bem comum em tempos de futebol como grande fonte de negócios e cheio de interesses de empresários. Em face da enorme diferença econômica e das cifras astronômicas que são oferecidas aos jogadores, cedo ou tarde, eles são seduzidos pelas propostas milionárias e acabam saindo dos clubes que os revelaram. Muitos atraídos pela possibilidade de fazerem a vida financeira de suas famílias, outros também pelo desafio de triunfar em ligas bem mais competitivas. Mas é sensacional ver alguns jogadores que retornam aos clubes onde se sentem em casa e onde são ídolos.

Este panorama de saídas de jogadores para o Velho Continente começou na década de oitenta. Começamos então a lista citando o caso de três dos mais consagrados jogadores brasileiros membros da famosa geração de 82, que encantou o mundo na Copa daquele ano. São os casos de Cerezo, Zico, Júnior e Sócrates. O primeiro voltou ao Atlético Mineiro para encerrar a carreira em 97 depois de triunfar no futebol com as camisas de São Paulo e Roma. Os outros dois voltaram ainda com bastante lenha pra queimar para Flamengo e Corinthians depois de breves passagens por Udinese e Fiorentina. Zico até conquistou mais uma vez o Campeonato Brasileiro na polêmica edição de 87. Júnior deu uma volta pela Itália, voltou ao Flamengo para ser campeão brasileiro em 92 e migrar para o futebol de areia.

https://youtu.be/9t84fjbFDXQ

Da mesma turma da década de oitenta temos Roberto Dinamite que retornou ao Vasco em 80 após passagem pelo Barcelona, permanecendo até 89. Chegou e ainda conquistou mais um Brasileiro e continuou sua história no Vasco onde foi até Presidente.

A geração de jogadores da década de 90 tem maior quantidade de exemplos de craques que passaram um tempo maior no exterior se destacando em clubes europeus. Comecemos pelos casos de Juninho Pernambucano e Alex. Ambos craques da camisa dez, aliás dois dos últimos remanescentes dessa escassa espécie de craque. Venceram tudo que podiam no futebol brasileiro, viraram ídolos por aqui e foram fazer o famoso pé de meia na Europa. O primeiro no Lyon da França e o outro no Fenerbahce da Turquia. Por lá também se consagraram ídolos e conquistaram títulos. Alex encerrou a carreira no Coritiba, seu clube de coração e Juninho no Vasco onde chegou a jogar quase de graça, por um salário mínimo, antes de se aposentar. Ambos retornaram ainda com algum destaque a seus clubes.

A carreata volta de Romário ao Rio, em 95. FOTO: AFP
A carreata volta de Romário ao Rio, em 95. FOTO: AFP

Outros dois que conquistaram títulos e foram craques aqui e lá são Romário e Raí. Estes deixaram a Europa ainda em seu auge. Romário deixou o Barcelona após ser campeão espanhol e campeão do mundo com o Brasil e veio para a “SeleFla” de 95. Verdade que fez isso mais por saudade do Rio e pela possibilidade de ganhar próximo do que ganhava na Europa aqui mesmo, mas conta. Ainda voltaria ao Vasco, clube que o revelou e onde se aposentou após marcar o milésimo gol na carreira. Já Raí voltou ao São Paulo e chegou já sendo campeão do Paulista em 98, estreando justo numa final contra o Corinthians, com direito a atuação de gala. Encerrou a carreira no clube paulista em 2000.

Por aqui ainda cabe lembrar os casos de Petkovic e Marques. O primeiro, apesar de sérvio criou identificação com o Flamengo e voltou ao clube no fim da carreira para ser campeão brasileiro em 2009. O outro também virou ídolo do Galo e pôde encerrar sua bela historia no clube como campeão mineiro em 2010. O rival Cruzeiro teve uma situação parecida, com seu ídolo Sorín, que voltou da Europa para o clube, mas não teve o fim de carreira que imaginava.

Passemos agora pelo futebol argentino que também possui ricas historias de craques que voltaram as origens por paixão pelos clubes. Começamos pelos ídolos do clube de Tévez. Vários ídolos do Boca Júniors voltaram ainda como grandes jogadores ao clube. Dentre eles, o maior de todos, Maradona, mas ainda há o caso de jogadores como Caniggia, Riquelme e Schelotto que marcaram época no clube na década de 90 e, quando voltaram, ainda foram campeões, como na Libertadores de 2007. O rival River Plate não fica para trás. Trouxe recentemente Saviola, Lucho González e Aimar para o restante da disputa da atual edição da Libertadores e tem boas chances de ganhar o título. Outros casos de destaque são o de Verón e Maxi Rodríguez, ídolos de Estudiantes e Newells respectivamente. O primeiro foi campeão da Libertadores de 2009 e se aposentou no clube onde é ídolo e atual presidente. O segundo voltou para jogar praticamente de graça pelo Newells e teve destaque na Libertadores de 2013. Por fim, há o caso de Diego Milito que saiu da Internazionale como campeão da Champions League de 2010, para reerguer a “Academia”, ser campeão argentino e encerrar a carreira no Racing.

https://youtu.be/CPmRaPnHR7s

Passando pelo futebol europeu temos jogadores que saem de ligas menores para outras mais competitivas também em busca de salários maiores. Destacamos Henrik Larsson, campeão pelo Barcelona ao lado de Ronaldinho Gaúcho,  que regressou Helsingborg em 2006 e voltou a ter sucesso, tendo conquistado a Taça da Suécia em 2006 encerrando a carreira em 2009. Outro destaque é o genial francês Raymond Kopa, que pendurou a chuteira em 1967 pelo Stade Reims onde, na primeira passagem, foi campeão francês por duas vezes antes de ir para o Real Madrid e vencer a Champions por três vezes. Há ainda o caso de Lothar Matthäus, que deixou o Bayern em 88, rumo à Internazionale e voltou ao Bayern em 92 conquistando ainda, por quatro vezes, a Bundesliga e uma vez a Copa da UEFA em 96 até parar em 2000. Para fechar citamos o caso de Shevchenko que antes de brilhar com a camisa do Milan jogou no Dinamo de Kiev onde voltou para encerrar a carreira em 2012, após a Eurocopa.

Como vemos, não são raros os casos de jogadores que retornam a sua casa, por amor ou identificação com clube. Mas hoje em dia as relações são tão materialistas no esporte, que parece que elas são meras exceções à regra.

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