Histórias de superação na festa de celebração da vida
Chegaram ao fim os Jogos Paralímpicos de Londres. Mas as lições deixadas pelo evento vão muito além do período de competições. Este post não será dedicado a relatar resultados, pois faremos isso num outro, afinal é mais do que merecido. Agora, nossa proposta é bem mais de repercutir os exemplos de vida, os casos curiosos e os momentos marcantes dos Jogos.
Londres realizou a melhor de todas as Paralimpíadas e passou o bastão para o Brasil com a enorme responsabilidade de realizar um evento ainda mais grandioso. Pelo menos que diz respeito à competitividade o Brasil está gabaritado. Ao contrário das Olimpíadas, no esporte paralímpico o Brasil é uma potência. Em Londres, a equipe brasileira realizou sua melhor campanha, terminando em 7º lugar no quadro de medalhas, com 21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze, num total de 43 medalhas. Se os atletas demonstraram superação e eficiência, falta saber se o mesmo desempenho será demonstrado na organização dos Jogos de 2016.
Mas sem dúvida o que mais marcou em Londres foram as histórias de superação pessoal e os exemplos indiscutíveis de amor pela vida que os atletas deram em Londres. Alguns foram marcantes e chamaram a atenção do mundo todo.
Um deles tinha um nome famoso no automobilismo, o italiano Alessandro Zanardi. Depois de uma carreira sem grande brilho na Fórmula 1, Zanardi fez sucesso na Indy, sendo bicampeão na categoria. A mesma categoria que o consagrou quase lhe tirou a vida. Ele sofreu um grave acidente em 2001 sendo atingido em cheio por outro carro que amputou suas duas pernas. Depois de perder quase todo o sangue de seu corpo, Zanardi sobreviveu se recuperou e, durante a reabilitação, conheceu o ciclismo adaptado, esporte onde a bicicleta tem três rodas e é movida com base na força dos braços. O que era apenas pela recuperação, tornou-se um objetivo de competição. Em Londres, Zanardi ganhou duas medalhas de ouro na categoria H4, no contra-relógio e na estrada. Aos 45 anos, deu a volta por cima e já foca num próximo objetivo: correr as 500 milhas de Indianápolis. Ninguém pode duvidar desse cara.
O velocista brasileiro Alan Fonteles mostrou que um sonho de criança, quando aliado a força de vontade, pode se tornar verdade. O garoto que nasceu sem as pernas começou a correr com próteses de madeira, inadequadas, mas que permitiram a ele dar os primeiros passos em busca do sonho de ser campeão no atletismo. A mãe não achou que ele iria tão longe, mas o filho cresceu e com muita determinação chegou aos jogos de Londres e derrotou o astro paralímpico Oscar Pistorius, na prova dos 200m rasos. Um sonho que o menino de Ananindeua nunca duvidou que realizaria.
A propósito, Pistorius, ídolo na África do Sul, merece ser citado. Multicampeão no meio paralímpico, o velocista sul-africano rompeu a barreira da deficiência física e disputou a prova dos 400m rasos nas Olimpíadas, entre os atletas sem deficiência. Dessa maneira, abriu caminho para que outros fizessem o mesmo, no que pode ser o início de uma nova tendência, que prova a assustadora evolução do esporte paralímpico.
Para fechar, porque não uma história de amor regada a medalhas? O casal de ciclistas britânico Barney e Sarah Storey levou quatro medalhas em Londres mostrando que casal que compete unido, vence suas dificuldades unido.
E você aí reclamando por qualquer coisa. Faça como nós, vista a carapuça e comece a pensar também em fazer o seu melhor, motivado por pessoas que venceram, mesmo quando parecia impossível.
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