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GP DOS ESTADOS UNIDOS: O CAMPEÃO PÓSTUMO E A PRIMEIRA VEZ DO BRASIL

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A história do Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1 é, provavelmente, aquela que demanda mais tempo para ser totalmente conhecida.

De 1950 a 1960, as 500 Milhas de Indianápolis faziam parte do calendário da Fórmula 1, mas não valiam pontos para a temporada, mas mesmo assim seus ganhadores são considerados vencedores na Fórmula 1. A partir de 1959 é que a etapa americana, desta vez realizada em Sebring, passou a valer oficialmente no campeonato de Fórmula 1.

De lá pra cá, a frequência de presença do GP dos EUA na Fórmula 1 variou muito. De 1976 a 1981 e em 1983 e 1984, os americanos sediaram duas etapas do Mundial de Fórmula 1 no mesmo ano. E em 1982, os EUA se tornaram o único país, até hoje, a sediar 3 etapas da Fórmula 1 na mesma temporada (Detroit, Las Vegas e Long Beach).

Porém, de 1992 a 1999 e de 2008 a 2011, a Fórmula 1 não esteve presente em solo americano. Desde 2012 a corrida voltou a ser realizada na terra do “Tio Sam”.

Vista aérea do Circuito das Américas, em Austin, Texas, onde atualmente se realiza o GP dos Estados Unidos da história. FOTO: sportv.globo.com
Vista aérea do Circuito das Américas, em Austin, Texas, onde atualmente se realiza o GP dos Estados Unidos da história. FOTO: sportv.globo.com

Esse “balaio de gatos” na história do GP americano reflete também na quantidade de circuitos utilizados até hoje pela Fórmula 1. Foram 10 circuitos, incluindo o atual em Austin, Texas. Porém, a história contada neste texto de hoje ocorreu no circuito que até hoje foi o mais utilizado nas corridas de Fórmula 1: Watkins Glen, localizado na cidade de mesmo nome no estado de Nova York.

Imagem aérea do circuito de Watkins Glen, localizado na cidade de mesmo nome nos EUA. FOTO: myracingcareer.com
Imagem aérea do circuito de Watkins Glen, localizado na cidade de mesmo nome nos EUA. FOTO: myracingcareer.com

O ano era 1970. Três pilotos já haviam falecido durante a temporada daquele ano por causa de acidentes: Bruce McLaren, Piers Courage e o líder do campeonato, o austríaco Jochen Rindt, que havia falecido duas corridas antes, na Itália. Rindt havia vencido cinco corridas durante a temporada e caminhava a passos largos para o título quando faleceu em Monza. Uma reconstituição do acidente fatal de Rindt pode ser vista no vídeo a seguir.

Havia somente um piloto capaz de supera-lo na busca pelo título: o belga Jacky Ickx, da Ferrari. Mas a missão de Ickx era dura: ele tinha que vencer as três últimas corridas (Canadá, EUA e México) para tirar o título de Rindt.

Ickx foi para os EUA em busca da segunda vitória das três necessárias (ele havia vencido no Canadá) para ser campeão. O belga fez a pole, mas largou mal e caiu para terceiro e prejudicou Emerson Fittipaldi, que estava atrás dele e caiu para oitavo.

Emerson Fittipaldi largou em terceiro, mas chegou em primeiro pela primeira vez na F1. FOTO: garagemdorovida.blogspot.com
Emerson Fittipaldi largou em terceiro, mas chegou em primeiro pela primeira vez na F1. FOTO: garagemdorovida.blogspot.com

Jack Stewart liderou boa parte da corrida, mas na volta 80 o motor da sua Tyrrell explodiu e ele foi obrigado a abandonar a corrida.

Ickx, que ficou até a metade da corrida em segundo, teve problemas com injeção de combustível e terminou a corrida somente em quarto lugar. Alheio a tudo isto Emerson Fittipaldi fez uma corrida perfeita e venceu sua primeira corrida na história da Fórmula 1. A primeira das mais de 100 vitórias brasileiras alcançadas até hoje na Fórmula 1. O próprio “Rato” conta a história da sua primeira vitória no vídeo a seguir.

Com a vitória de Fittipaldi e o quarto lugar de Ickx, foi confirmado o título do Mundial de Pilotos daquele ano para Rindt, configurando assim o primeiro – e único até hoje – campeão póstumo da Fórmula 1.

Jochen Rindt: até hoje o único campeão póstumo da história da Fórmula 1. FOTO: bookrepublic.it
Jochen Rindt: até hoje o único campeão póstumo da história da Fórmula 1. FOTO: bookrepublic.it

Voltando para 2014, na Rússia confirmou-se o que já era esperado a algum tempo: o título do Mundial de Construtores da Mercedes, conquistado com 3 corridas de antecedência. Agora a disputa deve ficar mais acirrada pelo campeonato de pilotos entre Hamilton e Rosberg. Ricciardo possui chances remotas.

Com somente 17 pontos de diferença entre eles e 100 ainda em disputa (a corrida de Abu Dhabi terá pontuação dobrada) tudo ainda é possível acontecer na disputa. Porém, Hamilton vem de 4 vitórias seguidas e é mais piloto que Nico Rosberg. Porém o alemão não pode ser descartado. Vai que o motor ou alguma coisa do carro do rival quebra…

A Felipe Massa, só resta tentar fazer boas corridas para terminar numa posição melhor na classificação do campeonato de pilotos, pois dificilmente ele conseguirá superar Bottas na disputa particular da Willians.

O circuito da corrida

O Grande Prêmio dos Estados Unidos está na Fórmula 1 desde 1950, mas somente passou a ser oficialmente aceito como etapa oficial da categoria a partir de 1959. Neste tempo já foram utilizados 10 circuitos diferentes: Sebring, Riverside, Watkins Glen, Phoenix, Indianápolis, Austin, Detroit, Long Beach, Las Vegas e Dallas (nos quatro últimos as etapas não eram denominadas GP dos Estados Unidos). Watkins Glen sediou o evento de 1961 a 1980 e é até hoje o circuito mais utilizado pela Fórmula 1 nos EUA.

O atual circuito utilizado é o Circuito das Américas, localizado em Austin, capital do estado do Texas. Desenhado pelo alemão Hermann Tilke o circuito possui duas retas maiores e vinte curvas, sendo que há duas sequências desafiadoras de curvas (entre as curvas 03 e 09 e entre as 13 e 18). Seus 5513 metros podem ser vistos na figura a seguir.

Nas duas corridas realizadas por lá até agora, a chuva nunca se fez presente durante a corrida.

Circuito das Américas onde se realiza o GP dos Estados Unidos. FOTO: corridadeformula1.com
Circuito das Américas onde se realiza o GP dos Estados Unidos. FOTO: corridadeformula1.com

Dados históricos

Como GP dos Estados Unidos, foram 35 edições realizadas desde 1959, ano em que passou a valer oficialmente para a temporada de Fórmula 1. Se considerarmos as etapas realizadas de 1981 a 1988 (que não se chamavam GP dos EUA) este número salta para 53 corridas. O inglês Bruce McLaren foi o primeiro vencedor, em 1959, correndo no circuito de Sebring. Em Austin o primeiro vencedor foi o inglês Lewis Hamilton, em 2012, pela McLaren.

O maior vencedor do GP dos Estados Unidos é o alemão Michael Schumacher com 5 vitórias (todas em Indianápolis), seguido por Graham Hill e Jim Clark, com 3 vitórias cada um. Senna também venceu 5 vezes nos EUA, mas 3 de suas vitórias foram em Detroit quando a etapa não se chamava GP dos Estados Unidos. Em Austin, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel foram aqueles que alcançaram o primeiro lugar até hoje. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Ferrari, com 9 vitórias, seguida por Lotus e McLaren, com 8 vitórias cada.

A pole mais rápida do atual circuito foi feita por Sebastian Vettel, pela Red Bull, em 2012, com o tempo de 1min 35s 657 (com os carros com motores V8) e a volta mais rápida também é de Vettel, também em 2012, com o tempo de 1min 39s 347.

Expectativa para a corrida

Com o título do Mundial de Construtores confirmado pela Mercedes, a tendência é uma disputa aberta entre os seus pilotos pelo título do campeonato de pilotos. O único além deles que ainda pode ser campeão em 2014 é Daniel Ricciardo, da Red Bull. Mas teria que acontecer “coisa demais” para o australiano ser campeão este ano.

Hamilton e Rosberg se encontram em momentos distintos no campeonato. Enquanto Hamilton vem de 4 vitórias seguidas, ultrapassou Rosberg e abriu 17 pontos na liderança, o alemão não vence desde o GP da Alemanha. Nico vai ter que ter “braço mais forte” se quiser superar seu companheiro de equipe, que já venceu uma vez em Austin.

Outros destaques da corrida americana serão as ausências das equipes Marussia e Caterham. Enfrentando problemas financeiros as duas equipes ficarão de fora desta etapa e, provavelmente, do restante do campeonato. Sem elas, o Q1 e Q2 eliminarão 4 pilotos e não 6 como era até a corrida passada.

Outro detalhe: como o horário de começo da corrida é às 18 horas (horário de Brasília) não haverá transmissão ao vivo na TV aberta. Quem quiser assistir a corrida, ou assiste pela Sportv (canal pago) ao vivo, ou vê o VT na Globo, após o Fantástico.

Felipe Massa deve fazer um final de temporada para somar pontos e melhorar algumas posições na tábua de classificação já que dificilmente conseguirá superar seu companheiro de equipe Valtteri Bottas em pontuação ao final desta temporada. Acelera Massa!

Hamilton está em um melhor momento que Rosberg na disputa pelo título de 2014. FOTO: Reuters
Hamilton está em um melhor momento que Rosberg na disputa pelo título de 2014. FOTO: Reuters

Horários:

Classificação – 01/11/2014 (sábado), 16:40h (horário de Brasília). Corrida – 02/11/2014 (domingo), 17:50h (horário de Brasília). Boa corrida a todos.

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