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GP DO CANADÁ: KUBICA E A SEGURANÇA NOS CARROS DA FÓRMULA 1

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Desde a morte de Ayrton Senna no GP de San Marino em 1994 nenhum outro piloto morreu durante um final de semana da Fórmula 1. Isso se deve, principalmente, as melhorias das condições de segurança, tanto dos carros quanto dos pilotos, reforçada após a morte do piloto brasileiro. Afinal de contas, acidentes graves para que novas mortes ocorressem na Fórmula 1 não faltaram de lá para cá.

Vista aérea do Circuito Gilles Villeneuve onde se realiza o GP do Canadá desde 1978. FOTO: www.autofocus.ca
Vista aérea do Circuito Gilles Villeneuve onde se realiza o GP do Canadá desde 1978. FOTO: www.autofocus.ca

A história de hoje relembra o GP do Canadá de 2007 e o seu protagonista foi o polonês Robert Kubica. Em sua segunda temporada na Fórmula 1, o polonês Robert Kubica vinha se destacando nas primeiras corridas da temporada. A bordo de sua BMW Sauber, Kubica vinha de dois bons resultados nas corridas anteriores e no Canadá queria mais.

Robert Kubica em 2007. FOTO: www.taringa.net
Robert Kubica em 2007. FOTO: www.taringa.net

Só que aquela corrida seria marcada, não só pra ele como para todo o circo da Fórmula 1, por mostrar como o nível de segurança dos carros da categoria haviam melhorado muito nos últimos anos.

Como é comum de ocorrer nos GP’s canadenses o Safety Car tinha entrado na pista naquela corrida. Na volta 26 ocorreu a relargada. Os líderes já passavam pela reta dos boxes quando as câmeras focalizaram a BMW de Kubica horrivelmente destruída. O polonês mexeu os braços e parecia estar bem, mas a preocupação era geral no paddock. Afinal de contas, aquela havia sido uma pancada das mais fortes já vistas na Fórmula 1.

Perseguindo Jarno Trulli, Kubica precipita-se ao tentar uma manobra no hairpin de Montreal. O polonês se aproxima demais do italiano e toca a traseira da Toyota, projetando-se para fora da pista, em alta velocidade e de forma imediata. A partir daí, Kubica vira passageiro do carro e protagonista de uma dos acidentes mais espetaculares da história.

Sem ter como controlar a BMW, o polonês passa por um pequeno salto na área de escape, que acaba com qualquer chance de evitar a barreira de proteção. Logo depois, Kubica bate na Toro Rosso de Scott Speed, que havia abandonado mais cedo. O choque com o muro é violento e até um pouco assustador.

A BMW sai rodando pela grama do circuito, com apenas uma roda ainda presa ao chassis. Quando volta para o asfalto, Kubica dá uma pequena quicada e completa um giro perfeito no ar, antes de deslizar em direção à proteção do outro lado da pista. A segunda batida já acontece em velocidade mais lenta, mas é suficiente para virar o carro de lado. O polonês sofreu durante um milésimo de segundo uma pressão de 75G, ou seja, seu corpo recebeu um impacto 75 vezes maior do que a força da gravidade em parte do acidente.

Acidente de Kubica foi um dos mais assustadores da história recente da Fórmula 1. FOTO: Reuters
Acidente de Kubica foi um dos mais assustadores da história recente da Fórmula 1. FOTO: Reuters

Kubica fica assim, tombado, até que as equipes médicas cheguem ao local do acidente. O polonês é levado ao hospital. Enquanto isso, as informações que circulam pelo paddock são as mais diversas. Alguns dizem que Kubica havia apenas machucado o braço. Outros garantem que o polonês havia quebrado as duas pernas.

No fim, o saldo foi ridículo, considerando a força da pancada: apenas um tornozelo torcido e a ausência na corrida seguinte que foi realizada nos Estados Unidos. De fato, Kubica teve muita sorte. Em outros tempos, não teria durado nem segundos. Ajudado pelos níveis de segurança da Fórmula 1, o polonês saiu andando do hospital apenas um dia após o Grande Prêmio do Canadá. O grave acidente, com direito a uma animação em 3D, pode ser visto no vídeo a seguir.

A sempre tumultuada corrida do Canadá também possui o “ilustre” Muro dos Campeões, aonde nada menos que 5 campeões mundiais já beijaram o mesmo ao longo da história. Este ano será que mais algum campeão o verá perto demais?

O circuito da corrida

O Grande Prêmio do Canadá já foi disputado em 2 circuitos diferentes, Mosport Park e Mont-Tremblant, antes do que passou a ser utilizado desde 1978 pela F1. O circuito localizado na cidade de Montreal ganhou sua atual nomenclatura, Circuito Gilles Villeneuve, em 1982, após a morte do piloto canadense na Bélgica naquele ano.

Imagem do lendário “Muro dos Campeões” que já fez várias vítimas ao longo dos anos nos GP’s do Canadá. FOTO: http://garagemdorovida.blogspot.com.br
Imagem do lendário “Muro dos Campeões” que já fez várias vítimas ao longo dos anos nos GP’s do Canadá. FOTO: http://garagemdorovida.blogspot.com.br

Uma curiosidade do circuito canadense – composto por 13 curvas e algumas retas, nos seus 4361 metros – é que ele possui um lago em seu interior e fica em uma ilha. Bom, pelo menos nenhum carro foi parar dentro do lago ao longo destes anos. Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 70 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa canadense da Fórmula 1. O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.

Circuito Gilles Villeneuve onde se realiza o GP do Canadá desde 1978. FOTO: ra-gmr.blogspot.com.br

Pilotos e equipes sempre devem ficar atentos, pois a chuva pode aparecer durante os treinos e a corrida o que pode gerar grandes espetáculos, mas também vários acidentes e situações inusitadas, como a ocorrida em 2011 onde a corrida durou 4 horas (a mais longa da história da Fórmula 1) em função da chuva. Jenson Button foi o vencedor da mesma.

Dados históricos

Nas 45 edições realizadas até agora do GP do Canadá, desde 1967 (ocorreram períodos neste espaço de tempo em que a corrida não foi realizada lá), 32 pilotos diferentes venceram. O australiano Jack Brabham foi o primeiro vencedor, em 1967, correndo no circuito de Mosport Park. Em Montreal (circuito atual) o primeiro vencedor foi o canadense Gilles Villeneuve, em 1978.

O maior vencedor de GPs do Canadá – e também maior vencedor no circuito de Montreal – é o alemão Michael Schumacher com 7 vitórias, seguido por Nelson Piquet e Lewis Hamilton, com 3 vitórias cada. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a McLaren com 13 vitórias (9 em Montreal), seguida pela Ferrari, com 11 vitórias (10 em Montreal).

A pole mais rápida foi feita por Ralf Schumacher, pela Willians, em 2004, com o tempo de 1min 12s 275 (com os carros com motores V10) e a volta mais rápida foi feita por Rubens Barrichello, também em 2004, pela Ferrari, com o tempo de 1min 13s 622 (também com os carros com motores V10).

Expectativa para a corrida

Todo mundo está sujeito a erros. Mas há alguns que podem custar muito caro e ter graves consequências. Na corrida passada a vitória parecia nas mãos de Lewis Hamilton. Porém, um pit stop adicional e desnecessário feito pela Mercedes no piloto inglês, o fez terminar a corrida em terceiro lugar e abriu espaço para que Nico Rosberg fizesse história ao vencer a terceira corrida seguida em Mônaco. Hamilton terminou a corrida com cara de poucos amigos e viu a distância entre ele e Nico diminuir ainda mais no campeonato de pilotos.

Foi no Canadá que a hegemonia da Mercedes foi quebrada no ano passado, com a primeira vitória de Daniel Ricciardo pela Red Bull. Este ano será que algum dos pilotos do time alemão vencerá lá desta vez?

Este ano quem está mais próximo de fazer isto é um dos carros da Ferrari que, até agora, venceu uma corrida e esteve presente em todos os pódios da temporada ao lado dos pilotos da Mercedes.

A McLaren finalmente conseguiu pontuar nesta temporada com o oitavo lugar de Jenson Button em Mônaco. Mas o time inglês deverá voltar a sofrer novamente no Canadá com a falta de potência dos motores Honda dos carros da equipe.

Felipe Massa e a Williams tentarão se recuperar do fracasso da última corrida. E o rápido circuito canadense cai como uma luva para o rápido, mas aerodinamicamente desequilibrado, carro azul e branco de Frank Williams.

Felipe Nasr se destacou de novo. Contando com abandono de concorrentes e mantendo o carro na pista, chegou em nono lugar e somou mais dois pontos para ele e para a Sauber. No entanto, vamos ver se as limitações do carro voltarão a atrapalhar o desempenho do piloto brasileiro no GP do Canadá.

Rosberg fez história a custa de erro absurdo da Mercedes com Hamilton. FOTO: formula1.com
Rosberg fez história a custa de erro absurdo da Mercedes com Hamilton. FOTO: formula1.com

Horários:

Classificação – 06/06/2015 (sábado), 14:00h (14:30 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília);

Corrida – 24/05/2015 (domingo), 15:00h (horário de Brasília);

O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.

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