GP DO BRASIL DE 1991 E A DRAMÁTICA PRIMEIRA VITÓRIA DO SENNA NO BRASIL
Vencer no seu país uma corrida de Fórmula 1 costuma ser muito marcante na carreira de um piloto. Quando se é um ídolo local, mais ainda. Porém quando a mesma é carregada de um drama de proporções homéricas, vira história.
Na etapa em nossa casa, relembraremos hoje o GP do Brasil de 1991 que se destacou por ter sido a corrida aonde o eterno ídolo Ayrton Senna conseguiu sua primeira vitória no Brasil. Um fato que sozinho já seria histórico, mas que por causa das circunstâncias, virou um episódio épico na história do automobilismo brasileiro.
No dia da corrida, o tempo estava incerto, mas seco na hora em que o semáforo acendeu a luz verde. Senna partiu perfeitamente, com os dois Williams atrás de si, enquanto que Berger teve um principio de incêndio na sua McLaren e tinha sido ultrapassado pelos Ferrari. Mas inexplicavelmente, este se apagou e ele pode prosseguir a corrida sem problemas. Na frente, Senna abria uma vantagem que já era de três segundos no final da oitava volta, e parecia que ia ser outro passeio como em Phoenix.
Mas Mansell reage e vai buscar o brasileiro, encostando-se a ele aos poucos, chegando a menos de um segundo no final da volta 20, aumentando a emoção da corrida. Um pouco atrás, Prost tinha ido às boxes, tentando livrar-se de um Nelson Piquet que o bloqueava no caminho no ataque ao terceiro lugar. Pouco depois, foi a vez de Mansell parar, e quando voltou, não tinha perdido o segundo posto, embora com Piquet mesmo atrás dele. O britânico partiu de novo ao ataque à liderança de Senna, que também tinha parado nos boxes, mas não tinha perdido o comando. Parecia que tinha tudo controlado, o brasileiro.
E parecia que sim. Apesar de Mansell aumentar o ritmo para o apanhar, Senna controlava as coisas, tentando perder o menos possível. Mas nenhum dos dois sabia que o outro estava a começar a ter problemas com as suas caixas de velocidades… Aliás, a primeira paragem de Mansell tinha sido um desastre por causa da dificuldade de engatar uma marcha para sair dali…
Na volta 50, porém, Mansell vai às boxes com um furo lento. Faz a paragem e volta à pista, mas tem um minuto de desvantagem sobre Senna. Tenta sair dali da única maneira que sabia, mas a caixa faz das suas e provoca um despiste. Na volta 59, deixa de colaborar e o “brutânico” vê o resto da corrida dos boxes.
texto retirado do blog Continental Circus
Fim de corrida para o Leão, que deu um show, mas acabou fora da corrida de novo. Senna agora tinha uma vantagem de 40 segundos na Frente de Patrese, agora eram 11 voltas para Senna administrar a corrida. Mas o drama da corrida ainda estava por vi, o maior de todos os problemas. Com 60 voltas, o que poderia impedir a vitória de Senna em Interlagos, uma vitória quase certa.
A 10 Voltas do Final a Lotus-Judd de Mika Hakkinen se aproximava de Senna e andava junto da Mclaren-Honda V12, Na Volta 61 Senna virou 1:27 com Patrese virando 1:23, algo estava estranho, Senna não iria diminuir o seu ritmo de corrida de forma tão gritante assim, a Única justificativa que poderia se ter, o altíssimo desgaste dos pneus de Senna, mas algo que o público não sabia era que o Câmbio de Senna estava enfrentando problemas, as marchas já começavam a não entrar, e as voltas ficavam mais e mais lentas, na volta 65 Senna virava 1:28.3, e Patrese virava 1:21.3, Gachot a poucas voltas do Final Abandonava a corrida após boa corrida. Senna virava de novo 1:28 e Patrese 1:22. O carro de Senna já demonstrava sérios problemas, estava lento e a diferença era de 14.080, mas caia assustadoramente.
Na Volta 67, Senna fazia 1:25. Mas Patrese virou 1:21.4. Quatro voltas para terminar a corrida, Patrese vinha com tudo pra cima de Senna, que agora tinha que mostrar o seu enorme talento em conduzir um carro com problemas. Há três voltas do final, Patrese diminuía de 9 para 5 segundos. Restando três voltas para o final de corrida, era um verdadeiro drama de Senna para tentar a vitória. Na volta 69, Senna conseguia 1:24, contra 1:25. Quatro segundos na frente de Patrese, eram oito quilômetros. Os mais difíceis da Carreira dele.
Na Última volta era um verdadeiro martírio para Senna e a torcida, 4 quilômetros, um pouco mais de 4 quilômetros para concretizar um sonho que estava sendo alimentado a 7 anos, em sua 8 corrida no Brasil, Senna queria a consagração diante de sua torcida.
A chuva aumentou e a direção de prova decidiu encerrar a prova.
Senna venceu por apenas 2,9 segundos de Patrese, tendo que ser retirado do carro devido à exaustão. Berger completou o pódio.
O esforço foi tão grande que o Senna teve que se resgatado pelo Safety Car, pilotado por Wilson Fittipaldi, para retornar aos boxes. Na chegada ao pit lane, o piloto vê o pai dentre as várias pessoas que o cercavam e gritou para que se aproximasse. Quando chegou perto do pai, Senna desabou no ombro dele e pediu um beijo. No pódio, faltou força para levantar o troféu, devido aos espasmos musculares que sentiu no fim da prova.
“Só voltei à realidade quando vi a bandeirada. (3s à frente de Patrese). Aí senti um imenso prazer em viver, em estar em Interlagos, na minha terra e vendo a minha gente feliz. Não foi a maior vitória da minha vida, mas foi a mais sacrificada.”
Há quem considere a façanha impossível e fique procurando algum sinal nos vídeos onboard. O fato de o piloto reduzir para pegar sua bandeira do Brasil com um fiscal seria a prova de que o carro não tinha tantos problemas, mas o sofrimento estampado no rosto de Senna naquele pódio vale mais que mil palavras.
Foi uma corrida de gigante, uma vitória de gênio, que o engrenou para a conquista do tricampeonato.
texto retirado do site www.gpexpert.com.br
Qualquer adjetivo é pouco para qualificar o que aconteceu naquela corrida. No vídeo a seguir podemos nos lembrar do que aconteceu naquele dia, desde a última volta, até a premiação no pódio, passando pelo atendimento médico que Senna teve que receber depois da corrida.
Quem tenta vencer pela primeira vez na terra do seu ídolo é o inglês Lewis Hamilton. Com o tri na mão resta a ele no restante desta temporada acumular mais vitórias para tentar se tornar, provavelmente em 2016, o segundo piloto com maior número de vitórias na história da Fórmula 1, superando Prost e ficando somente atrás de Schumacher.
A pole mais rápida do atual Interlagos foi feita por Rubens Barrichello com uma Ferrari em 2004 com o tempo de 1min 10s 646 (com os carros com motores V10) e a volta mais rápida foi feita por Juan Pablo Montoya com uma Willians, também em 2004, com o tempo de 1min 11s 473 ( também com os carros com motores V10).
Para saber mais sobre o GP do Brasil, clique aqui.
No Comment