Naquele fatídico 8 de julho minha expectativa antes do jogo era mesmo de derrota brasileira, não por torcer contra. Apenas era a constatação de que a seleção da CBF não tinha muita condição de igualar a melhor seleção daquela Copa. Era um jogo muito desigual de um time que vinha mostrando falta de conjunto e um futebol totalmente longe do que era esperado pelo torcedor, contra uma seleção com muito talento em todo o time e principalmente com um conjunto muito melhor e mais preparado, formado há muito mais tempo e com muito mais planejamento que a combalida seleção da CBF.

Para piorar havia o desfalque de Neymar. Mas claro que não esperava nem de longe algo perto do que estava por vir. Esperava uma grande disputa, com o talento fazendo a diferença para a Alemanha. Não achava nem mesmo que aquela aposta que restava ao Brasil, de jogar no embalo da torcida e na confiança que hino à capela poderia passar para os jogadores em campo levaria o Brasil a vencer aquele jogo. A única torcida de minha parte era ver uma boa partida de Bernard, o ídolo do meu clube de coração, que fazia sua primeira partida de Copa do Mundo.

O que aconteceu todo mundo viu. O maior massacre que se tem noticia em uma Copa do Mundo num jogo que parecia de uma seleção repleta de craques contra o time de pelada dos meus amigos. O pior é que eu não me senti nem um pouco humilhado. Fiquei foi maravilhado com aquela aula de futebol que eu pude assistir. Grande admirador que sou, do futebol preocupado com a qualidade do jogo e que tem o resultado com consequência. Ao mesmo tempo ficou a tristeza de ver que nós não sabemos mais jogar desse jeito, como já fizemos um dia e não temos capacidade de resgatar a qualidade que o nosso futebol já teve. Mais que isso, vemos que o futebol que a geração dos nossos pais viu hoje é desempenhado por quem antes nos admirava. E nós, jogando algo parecido com futebol. Gol da Alemanha!