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GP DOS EUA 2005: UM DOS CAPÍTULOS MAIS VERGONHOSOS DA F1

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Há momentos em nossas vidas que o que mais desejamos é simplesmente esquecermos daquilo que ocorreu. Na Fórmula 1 não é diferente. E um destes episódios de imensa vergonha é o que será relatado no artigo de hoje.

Imagem aérea do Indianapolis Motor Speedway. No inferior à direita se encontra a “famigerada” curva 13 de deu origem a todos os problemas daquele final de semana FOTO: www.asphaltandrubber.com.
Imagem aérea do Indianapolis Motor Speedway. No inferior à direita se encontra a “famigerada” curva 13 de deu origem a todos os problemas daquele final de semana FOTO: www.asphaltandrubber.com.

Naquele ano o GP dos Estados Unidos era novamente realizado no grande templo do automobilismo de lá, o Indianapolis Motor Speedway. Desde que havia retornado a terra do Tio Sam, em 1999, a Fórmula 1 tinha a sua etapa realizada lá em um traçado que englobava o famoso oval da também famosa 500 Milhas de Indianápolis e um trecho misto desenhado especialmente para a Fórmula 1.

Os problemas do final de semana começaram na tarde de sexta-feira, durante os treinos livres: “o Toyota de Ralf Schumacher despista-se na famigerada Curva 13, quase no mesmo local onde um ano antes tinha ficado lesionado nas costas, e que o faria falhar boa parte da temporada. A causa desse acidente tinha sido uma falha no pneu traseiro-esquerdo da marca Michelin. A Curva 13 é a Curva 1 no traçado usado pela CART/IRL nas 500 Milhas de Indianápolis, onde já houve alguns acidentes fatais no passado. Como ambos os acidentes aconteceram no mesmo local, com os mesmos pneus, os responsáveis da Michelin ficaram preocupados, pois viram que a pressão dos pneus no “banking” dessa curva é superior ao normal. Logo, pediram um novo conjunto de pneus à sede, em Clermont-Ferrand, que verificaram não serem adequados a aquele piso.

Sendo assim, pediram aois responsáveis da FIA se poderiam colocar uma chicane provisória na Curva 13, no sentido de diminuir a velocidade de ponta dos carros, no sentido de minimizar o perigo de novos acidentes. A FIA recusou, afirmando que qualquer alteração no traçado à ultima da hora implicaria que a prova não contasse para o campeonato.

À medida que se aproximava da hora da corrida, a tensão entre a Michelin e a FIA aumentava. As negociações continuavam, mas não se chegava a um acordo. E a ameaça da corrida ter apenas seis carros (os unicos equipados com pneus Bridgestone) era real. Houve várias tentativas de compromisso, e mesmo as equipas com pneus Bridgestone (Jordan e Minardi) concordaram com a instalação de uma chicane provisória na Curva 13, mas a FIA estava irredutível. A corrida era para se fazer. Sendo assim, a Michelin cumpriu a ameaça: não iria correr o GP americano. Com os carros alinhados para a volta de aquecimento, pensava-se que a ameaça não iria ser cumprida”.
(texto retirado do blog Continental Circus)

“Charlie Whiting sinalizou luz verde para iniciar a volta de apresentação, e todos os vinte carros foram para a volta única, antes de formar o grid de largada. Antes de chegar na curva 13 (a curva que foi o centro da controvérsia), os carros das sete equipes da Michelin se dirigiram aos boxes, sobrando apenas os carros das equipes Ferrari, Jordan e Minardi no grid de largada.

A passagem pelas equipes, de chegar ao grid e, em seguida, voltar para o pit após a volta de apresentação, indignou os fãs, que não tinham ideia do que estava acontecendo. Vaias foram ouvidas, e alguns objetos foram jogados na pista. As duas Ferraris assumiram rapidamente a liderança, com Michael Schumacher e Rubens Barrichello, respectivamente, seguidos, pelas Jordans de Tiago Monteiro e Narain Karthikeyan, em um distante terceiro e quarto, e pelas Minardis de Christijan Albers e Patrick Friesacher, nas duas “últimas” posições.”

Foto do grid de largada com somente os carros que utilizavam pneus Bridgestone. FOTO: grandepremio.uol.com.br
Foto do grid de largada com somente os carros que utilizavam pneus Bridgestone. FOTO: grandepremio.uol.com.br

O vídeo a seguir mostra como ocorreu a largada “histórica” desta corrida.

“Rubens Barrichello liderou a corrida por 22 voltas, mas, terminou em segundo. A corrida foi marcada pelas estratégias de parada, com ultrapassagens apenas em voltas sobre retardatários. Albers foi o único piloto a parar três vezes, com os demais pilotos fazendo duas paradas. As únicas trocas na liderança aconteceram na volta 26, quando Barrichello assumiu a liderança, após a segunda parada de Schumacher, que foi de 32 segundos, e na volta 51, quando Schumacher fez uma parada de 23.615 segundos, dando-lhe tempo suficiente para sair do pit lane ao mesmo tempo em que Barrichello passava na reta, o que resultou em uma dividida de curva entre eles, com Barrichello passando pela grama, na curva um. Após o incidente, que não foi investigado pelos fiscais da corrida, ambos pilotos foram avisados, pelo rádio, para manter suas posições, e administrarem a distância confortável que tinham para os outros competidores. Todos os seis completaram a prova, sendo a terceira vez na história da Fórmula 1 que não houve abandono, dos pilotos que largaram. Jordan e Minardi marcaram seus primeiros pontos, no caso da Minardi os únicos, na temporada, com os seus pilotos marcando seus primeiros pontos na Fórmula 1.

Na cerimônia do pódio, em que nenhum dos apresentadores programados estavam presentes, todos os membros da equipe Ferrari receberam tranquilamente seus prêmios e saíram rapidamente. No entanto, Monteiro ficou para trás, para comemorar o seu primeiro pódio e o primeiro para um piloto português.”
(texto retirado do site gpexpert.com.br)

Imagem do pódio do GP dos EUA de 2005. FOTO: www.gps.gpexpert.com.br.
Imagem do pódio do GP dos EUA de 2005. FOTO: www.gps.gpexpert.com.br.

Dez anos depois deste vexame histórico, os Estados Unidos (agora em Austin, no Texas) podem ser palco de novo de um feito histórico, desta vez de modo positivo. Lewis Hamilton está muito próximo de se sagrar tricampeão mundial na Fórmula 1. Vettel e Rosberg ainda podem impedi-lo de realizar tal façanha nos Estados Unidos. Mas pelo andar da carruagem das últimas duas corridas…

O circuito da corrida

A história do Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1 é provavelmente, aquela que demanda mais tempo para ser totalmente conhecida.

De 1950 a 1960 as 500 Milhas de Indianápolis faziam parte do calendário da Fórmula 1, mas não valiam pontos para a temporada, mesmo assim seus ganhadores são considerados vencedores na Fórmula 1.

A partir de 1959 é que a etapa americana, desta vez realizada em Sebring, passou a valer oficialmente no campeonato de Fórmula 1.

De lá pra cá o grau de presença dos EUA na Fórmula 1 variou muito. De 1976 a 1981 e em 1983 e 1984, os americanos sediaram duas etapas do Mundial de Fórmula 1 no mesmo ano. E em 1982, os EUA se tornaram o único país, até hoje, a sediar 3 etapas da Fórmula 1 na mesma temporada (Detroit, Las Vegas e Long Beach).

Porém de 1992 a 1999 e de 2008 a 2011 a Fórmula 1 não esteve presente no solo americano. Desde 2012 a corrida voltou a ser realizada na terra do Tio Sam.

Esse “balaio de gatos” na história do GP americano reflete também na quantidade de circuitos utilizados até hoje pela Fórmula 1. Foram 10 circuitos: Sebring, Riverside, Watkins Glen, Phoenix, Indianápolis, Detroit, Long Beach, Las Vegas, Dallas (nos quatro últimos as etapas não eram denominadas GP dos Estados Unidos) e o atual em Austin, Texas.

Vista aérea do Circuito das Américas onde se realiza o GP dos Estados Unidos desde 2012. FOTO: sportv.globo.com
Vista aérea do Circuito das Américas onde se realiza o GP dos Estados Unidos desde 2012. FOTO: sportv.globo.com

O atual circuito utilizado é o Circuito das Américas localizado em Austin, capital do estado do Texas. Desenhado pelo alemão Hermann Tilke o circuito possui duas retas maiores e vinte curvas, sendo que há duas sequências desafiadoras de curvas (entre a curva 03 e 09 e entre as curvas 13 e 18). Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 53 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa americana da Fórmula 1. O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.

Circuito das Américas onde se realiza o GP dos Estados Unidos desde 2012. FOTO: corridadeformula1.com
Circuito das Américas onde se realiza o GP dos Estados Unidos desde 2012. FOTO: corridadeformula1.com

As corridas anteriores foram realizadas com tempo seco. Porém o furacão Patricia já está causando chuvas por lá e este ano, pode ser que a corrida, ou pelo menos o treino classificatório ocorram debaixo de chuva.

Dados históricos

Como GP dos Estados Unidos foram 36 edições realizadas desde 1959, ano em que passou a valer oficialmente para a temporada de Fórmula 1. Se considerarmos as etapas realizadas de 1981 a 1988 (que não se chamavam GP dos EUA) este número salta para 54 corridas. O inglês Bruce McLaren foi o primeiro vencedor, em 1959, correndo no circuito de Sebring. Em Austin o primeiro vencedor foi o inglês Lewis Hamilton em 2012, pela McLaren.

O maior vencedor do GP dos Estados Unidos é o alemão Michael Schumacher com 5 vitórias, todas em Indianápolis, seguido por Graham Hill e Jim Clark, com 3 vitórias cada um. Em Austin, o maior vencedor é o inglês Lewis Hamilton com duas vitórias até hoje. Cabe lembrar que Senna também venceu 5 vezes nos EUA, mas 3 de suas vitórias foram em Detroit quando a etapa não se chamava GP dos Estados Unidos. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Ferrari com 9 vitórias, seguida por Lotus e McLaren, com 8 vitórias cada.

A pole mais rápida do atual circuito utilizado foi feita por Sebastian Vettel, pela Red Bull em 2012, com o tempo de 1min 35s 657 (com os carros com motores V8). A volta mais rápida também é dele, no mesmo ano, com o tempo de 1min 39s 347.

Expectativa para a corrida

Hamilton está muito perto de se sagrar tricampeão do Mundial de Pilotos na Fórmula 1. Além da competência, a sorte está ajudando mais o piloto inglês em 2015. Basta lembrar que, nas últimas quatro corridas, seu companheiro de equipe e principal rival, Nico Rosberg, não pontuou em duas delas em função de problemas na sua Mercedes. Já Hamilton não pontuou em Cingapura, mas Rosberg foi apenas quarto colocado naquela corrida.

Para conquistar seu terceiro caneco nos Estados Unidos, Hamilton precisa marcar 9 pontos a mais que Vettel e dois a mais que Rosberg. De modo simplicado: se Hamilton vencer a corrida e Vettel não for o segundo colocado, o piloto inglês fatura o tri já nos EUA.

Porém a instabilidade no clima causada pelo furacão Patricia, pode gerar emoções adicionais tanto na corrida quanto na disputa pelo título do Mundial de Pilotos, já que o de Equipes foi confirmado pela Mercedes na Rússia.

Para facilitar ainda mais a vida de Hamilton, Vettel e Raikkonen perderão 10 posições no grid de largada por terem que utilizar um quinto motor nesta temporada (o limite para que não ocorra punições é de 4 motores durante a temporada)

Os pilotos brasileiros vão em busca de seus objetivos para esta temporada: enquanto Felipe Massa (após boa corrida de recuperação na Rússia) disputa o quarto lugar com Raikkonen e Bottas, Felipe Nasr (que alcançou um sexto lugar na Rússia) trava uma disputa paralela com Max Verstappen e Carlos Sainz Jr. pelo “título” de melhor piloto novato desta temporada. Pra cima deles Brasil!

Hamilton venceu o GP da Rússia e está cada vez mais próximo do tri. FOTO: formula1.com
Hamilton venceu o GP da Rússia e está cada vez mais próximo do tri. FOTO: formula1.com

Horários:

Classificação – 24/10/2015 (sábado), 16:00h (16:45 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília),
Corrida – 25/10/2015 (domingo), 17:00h (horário de Brasília)

O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Porém a corrida só será transmitida ao vivo pelo Sportv (canal pago). Pela Globo será transmitido o VT do evento a partir das 23:55. Boa corrida para todos.

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1 Comment

  1. Gerson Alves Dourado
    14/06/2021 at 9:16 — Responder

    Olá,
    Gostaria de sugerir o vídeo:
    TIRANDO COELHOS, LEVANTANDO A LEBRE
    Podemos observar um conceito de pneu com uma base líquida (líquido gelado, ar refrigerado ou lonas intermediárias com cura menor), isso foi destinado à Michelin em nome do Senhor Renato Silva em 2003.
    Não posso afirmar que esse novo conceito foi aplicado, em caso afirmativo, poderia explicar a superioridade em 2005 e 2006.
    Obrigado pela atenção

    GERSON ALVES DOURADO

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