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No último dia 27 de novembro, o mundo do futebol se despediu de um dos maiores laterais que já pisaram nos gramados mundo afora. Depois de 88 anos de uma vida repleta de glórias, Nilton Santos faleceu no Rio de Janeiro.
O jogador que carregou pela vida o apelido de “Enciclopédia” desfilou elegância, técnica e eficiência por onde jogou se tornando uma das maiores figuras do Botafogo, único clube que defendeu na vida. No time da estrela solitária se tornou ídolo, é um dos jogadores que mais atuou pelo clube e foi o grande parceiro de Garrincha, de quem se tornou grande amigo e responsável por leva-lo a jogar no Botafogo.
Além do Fogão, fez história na seleção, disputando quatro Copas do Mundo, o que o levou à fama mundo afora. Fez parte de momentos negros da história, como o Maracanazzo em 50, quando era reserva, e também da traumática eliminação para a Hungria de Puskas, em 54. Mesmo depois de dois fracassos, Nilton estava fadado ao sucesso. E assim foi em 58 e 62, quando conquistou o bicampeonato Mundial ao lado de Pelé, Garrincha, Didi e uma série de outros craques.
Na conquista de 58, na Suécia, o lateral ficou marcado pelo gol marcado contra a Áustria, quando arrancou do campo de defesa e levou a bola até marcar o gol, coisa raríssima para defensores naquela época. Já em 62, cometeu um pênalti contra a Espanha, quando o time perdia o jogo e corria o risco de eliminação. Na pura malandragem, deu um passo a frente e ludibriou o juiz, que marcou falta fora da área. Além dessas, muitas outras histórias ilustram a página da Enciclopédia, símbolo máximo dos grandes craques brasileiros.
Depois de encerrar a carreira, Nilton chegou a fazer parte da cúpula do futebol do Botafogo, mas a carreira como dirigente chegou ao fim quando agrediu com um soco o então árbitro Armando Marques, após uma partida no Maracanã, em 1971.
Ainda em vida, recebeu o reconhecimento da FIFA, que o listou entre os 100 melhores da história, integrando inúmeras seleções de melhores de todos os tempos. Nos últimos anos, sofrendo de Mal de Parkinson, passou o fim da vida numa clínica para idosos, com auxílio do Botafogo.
Nilton Santos se despediu do futebol e levou com ele parte daquela áurea época em que o futebol era feito de emoção e arte. Mas por outro lado, deixou para os amantes do futebol a prova de que o futebol e a alegria não podem andar separados.
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