Oitavo dia dos Jogos marca o adeus de Phelps e um sul-africano fazendo história
O oitavo dia dos Jogos Olímpicos de Londres ficará marcado por muito tempo como o dia da aposentadoria de Michael Phelps. Ninguém venceu tanto e dificilmente ganhará. Além disso um biamputado fez história em Londres e o futebol brasileiro deu um grande passo para exorcizar o fantasma da medalha de ouro.
No atletismo o dia não teve finais mas teve um momento histórico. O atleta da África do Sul, Oscar Pistorius, depois de se tornar multi-campeão entre os atletas paraolímpicos, conseguiu se classificar para uma Olimpíada, chegando mais longe e se classificando para as semi-finais dos 400m rasos. Um verdadeiro herói, o que Fabiana Murer nem teve chance de tentar ser. Depois de muitos erros e alegando problemas com o vento, a atleta do salto com vara desistiu da última tentativa e foi eliminada prematuramente da competição. Ela que chegou com dois títulos mundiais era muito mais favorita ao ouro do que em Pequim, quando também fracassou. Na final do Heptatlo feminino, o público do Estádio Olímpico empurrou uma das atletas britânicas mais populares, Jessica Ennis, para o ouro, superando a alemã Lilli Schwarzkopf e a russa Tatyana Chernova. Na prova de marcha de 20km masculina, vitória do chinês Ding Cheng, com Erick Barrondo, da Guatemala, em segundo e Wang Zhen, da China em terceiro. A croata Sandra Perkovic venceu a prova do lançamento de disco, desbancando a líder do ranking mundial, a russa Darya Pishchalnikova, que ficou com a prata; o bronze foi para a chinesa Li Yanfeng. A jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce, para muitos o “Usain Bolt de saias” sagrou-se bicampeã olímpica dos 100m rasos, com o tempo de 10s75. A prata ficou com Carmelita Jeter, dos EUA, e o bronze com Veronica Campbell-Brown, também da Jamaica. No salto em distância masculino, o Brasil alimentou esperanças com Mauro Vinícius da Silva, que havia se classificado com a melhor marca das eliminatórias, mas ele não passou do 7º lugar. A medalha de ouro ficou com o britânico Greg Rutherford, que saltou 8,31 m ; a prata com Mitchell Watt, da Austrália; e o bronze com Will Claye, dos EUA. O auge do dia no Estádio Olímpico foi a final dos 10.000m rasos, que levantou a torcida britânica com a vitória de um atleta da casa. Mohamed Farah fez o tempo de 27min30s42, levou o ouro e foi ovacionado pelo público. O segundo lugar ficou com o americano Galen Rupp e o bronze foi para o etíope Tariku Bekele.
O badminton chegou num momento de decisão. Nas duplas masculinas, os chinesas Cai e Fu venceram por 2×0 Koo e Tan, da Malásia; garantindo vaga na decisão contra os dinamarqueses Boe e Mogensen, que venceram os sul-coreanos Chung e Lee. Nas duplas femininas, Tian e Zaoh da China venceram por 2×0 as japonesas Fujii e Kakiiwa, conquistando o ouro. O bronze foi para as russas, Sarokina e Vislova, que beneficiadas pela exclusão de duplas da China e da Coréia do Sul, conseguiu chegar a medalha, mesmo sem estar entre as favoritas. No individual feminino, uma final chinesa, com vitória de Xuerui Li por 2×1 sobre Yihan Wang. Na disputa de bronze, vitória de Saina Nehwal, da Índia, após desistência da chinesa Xin Wang.
Na rodada do basquete masculino, os russos bateram os espanhóis por 77×74, e o Brasil atropelou a China, por 98×57. Com esses resultados, quem vencer a partida entre Brasil e Espanha pode enfrentar o Dream Team dos EUA numa eventual semi-final, situação que levanta a hipótese dos espanhóis perderem a partida propositalmente. Falando em Dream Team, os americanos não tiveram vida fácil, mas derrotaram a Lituânia, por 99×94 , numa reedição dos grandes duelos entre as duas seleções na época de Jordan e Sabonis.
No complemento das oitavas de final do vôlei de praia, a surpresa foi a eliminação da dupla brasileira Maria Elisa e Talita após derrota para as tchecas Kolocova e Slukova por 2×1. No masculino, Alison e Emanuel não deram chance aos alemães Erdmann e Matysik, vencendo por 2×0.
No boxe também foi dia oitavas de final, com lutas pelas categorias até 49kg e até 64kg. Nessa segunda o brasileiro Everton dos Santos Lopes tentou, mas foi eliminado pelo cubano Roniel Iglesias Sotolongo. O outro brasileiro que lutou, Yamaguchi Falcão Florentino, na categoria até 81kg, passou pelo chinês Fanlong Meng, garantindo vaga nas quartas de final.
No ciclismo, teve ouro, recorde mundial e Paul McCartney na arquibancada, para prestigiar a vitória da equipe britânica. Na prova de perseguição por equipes feminina, as britânicas venceram com o tempo 3min14s682, estabelecendo o recorde mundial, deixando a prata para os EUA e o bronze para o Canadá. No pódio, o público entoou a canção Hey Jude, dos Beatles.
Os saltos ornamentais teve dia de semi-finais no trampolim de 3m feminino. No hipismo o dia foi de eliminatórias na prova de saltos individual e por equipes. Os brasileiros Álvaro Affonso de Miranda, o Doda, e José Roberto Reynoso Filho, se classificaram entre os 32 primeiros do torneio individual. Já na prova de equipes, o Brasil passou para a final em 7º lugar, mesmo com atleta Carlos Eduardo Mota Ribas, o Cacá, sendo cortado devido a uma lesão do seu cavalo. O dia também foi de recorde no hipismo: o cavaleiro canadense Ian Millar, de 65 anos, conhecido como “Capitão Canadá” alcançou sua décima participação em Jogos Olímpicos, superando assim o recorde anterior, que era do velejador austríaco Hubert Raudaschl.
A sul-coreana Shin A Lan, que emocionou o mundo na prova individual, depois de ser eliminada em uma decisão polêmica da arbitragem, desta vez, conquistou a prata na prova da espada por equipes. A sua equipe perdeu o ouro para a China, numa derrota por 39×25. Na disputa do bronze, os EUA venceu a Rússia por 31×30.
O futebol olímpico guardou boas surpresas nas quartas de final do masculino. A equipe japonesa conseguiu um ótimo resultado ao eliminar o Egito, vencendo por 3×0, em Old Trafford, Manchester. O México passou aperto e precisou da prorrogação para eliminar o Senegal por 4×2. Os mexicanos chegaram a abrir 2×0, mas levaram o empate e contaram com grandes intervenções do goleiro Corona. Na prorrogação os mexicanos se valeram do melhor preparo físico e se classificaram. O Brasil viu o fantasma da eliminação assombrar de novo, mas conseguiu a virada e a classificação sobre Honduras. A vitória por 3 a 2, teve duas viradas e começou com um gol estranho num chute de Martinez que encobriu o goleiro Gabriel. Crisanto foi expulso aos 32, deixando Honduras com um a menos. Leandro Damião empatou aos 37. Quando parecia que ia engrenar, o Brasil sofreu o segundo gol, marcado por Espinoza, no único contra-ataque hondurenho. O Brasil não se abalou o virou, com Neymar, de pênalti e novamente com Damião, espantando a zebra hondurenha. Quem não teve a mesma sorte foi a seleção da Grã-Bretanha, que empatou com a Coréia do Sul em 1×1, sendo eliminada na disputa de pênaltis por 5×4. Em um estádio lotado, os sul-coreanos comemoraram a vitória após defesa do goleiro reserva Lee Bum-Young na cobrança de Daniel Sturridge. Com a vitória, os asiáticos avançam às semifinais e jogam contra o Brasil.
No handebol, o destaque do dia foi a reedição da final Olímpica de Pequim, entre Islândia e França, vencida pelos islandeses por 30×29.
No hóquei de grama feminino a Argentina confirmou a liderança do grupo B, ao lado de Austrália e Nova Zelândia, ao derrotar por 3×1 a Alemanha. A superação ficou por conta da britânica Kate Walsh, que atuou na vitória por 2×1 sobre a China, após passar por uma cirurgia devido a uma fratura depois de uma tacada, na partida contra o Japão.
No remo foram realizadas quatro finais. No skiff simples feminino, ouro para a Rep. Tcheca com Miroslava Knapkova, prata para a Dinamarca, com Fie Udby Erichsen, e bronze para Kin Crow, da Austrália. Na prova de skiff duplo peso leve masculino, a Dinamarca levou a melhor e ficou com o ouro, com a dupla Mada Rasmussen e Rasmus Quist, que derrotou o atuais campeões olímpicos, os britânicos Zac Purchase e Mark Hunter; o bronze foi para a Nova Zelândia. Apesar desse revés, a Grã-Bretanha conquistou dois ouros. Pelo skiff duplo peso leve feminino, Katherine Copeland e Sophie Hosking superaram as favoritas chinesas Xu Dongxiagn e Huang Wenyi, que são campeãs do mundo. As chinesas ficaram com a prata e as gregas Christina Giazitzidou e Alexandra Tsiavou com o bronze. No quatro sem timoneiro masculino, com a equipe Grã-Bretanha se tornou bicampeã olímpica, seguida por Austrália e EUA.
Nas competições de vela, o dia foi marcado pelas eliminações dos brasileiros Bruno Fontes, 13º na classe Laser, e Adriana Kostiw, 25ª colocada na classe Laser Radial. Como somente os 10 primeiros se classificam para a medal race, os atletas acabaram de fora da luta por medalha.
No tiro foram realizadas duas finais. A atiradora italiana Jessica Rossi conquistou o ouro na fossa olímpica, ficando à frente da eslovaca Suzana Stefecekova, prata, e da francesa, Delphine Reau-Racinet, bronze. A italiana também bateu o recorde mundial e o recorde olímpico nas classificações com uma pontuação perfeita de 75 alvos alcançados. Na prova de rifle 50m em 3 posições, a americana Jamie Lyn Gray levou o ouro, seguida da sérvia Ivana Maksimovic e da tcheca Adela Sykorova.
No tênis de mesa seguem as eliminatórias por equipes. No feminino, domínio asiático com Japão, China, Cingapura e Coréia do Sul se classificando para as semi-finais.
No tênis, semi-finais das duplas mistas, onde Robson e Murray, da Grã-Bretanha eliminaram a dupla da Alemanha, garantindo vaga na decisão contra a dupla Azarenka e Miyrny, da Bielorússia, que eliminou a dupla dos EUA. Nas duplas femininas, as irmãs Willians, dos EUA, passaram à final, eliminando a dupla da Rússia. Uma das irmãs, Serena Willians, também comemorou no simples, ao conquistar a medalha de ouro para os EUA, atropelando a russa Maria Sharapova, por 2×0 (6/1 e 6/0). O bronze ficou com Victoria Azarenka, da Bielorússia, que derrotou a russa, Maria Kirilenko por 2×0. Nas duplas masculinas, ouro para os irmão Bryan, dos EUA, que venceram os franceses Llodra e Tsonga, por 2×0. Pelo mesmo placar, a outra dupla francesa, Benneteau e Gasquet, garantiu o bronze com a vitória sobre os espanhóis Ferrer e Lopez.
No trampolim acrobático feminino, ouro para o Canadá, com Rosannagh Mac Lennan, que derrotou as chinesas ShanShan Huang (prata) e Wenna He (bronze).
No triatlo feminino uma das chegadas mais espetaculares dos Jogos. A suíça Nicola Sprig “empatou” no tempo divulgado com a sueca Lisa Norden, mas terminou com a primeira colocação na prova, devido a milésimos de segundo. A australiana Erin Densham completou o pódio com o bronze. A brasileira Pâmella Oliveira estava em 4º quando caiu de bicicleta, se machucou e terminou apenas em 30º.
No vôlei masculino o dia foi cheio de grandes partidas. Com grande atuação do reserva Wallace, o Brasil virou sobre a Sérvia, venceu por 3×2 e garantiu a classificação. Já os russos, salvaram um match-point, viraram sobre os EUA por 3×2 e assumiram a liderança do equilibrado grupo B. Pelo grupo A, a surpresa foi a enorme dificuldade encontrada pela Itália para derrotar a Austrália por 3×2.
No pólo-aquático masculino o dia foi da penúltima rodada da fase de grupos.
O levantamento de peso teve a final da categoria 94 kg masculina. O cazaque Ilya Ilyin se tornou bicampeão olímpico com direito a quebra de dois recordes mundiais. O atleta de 24 anos estabeleceu as melhores marcas no arremesso, com 233 kg, e no total, com 418 kg. O russo Alexandr Ivanov levou a prata e Anatoli Ciricu, da Moldávia, o bronze.
O último dia da natação marcou a despedida de um mito. Michael Phelps conquistou seu 18º ouro olímpico no revezamento 4×100 medley, com a equipe dos EUA. A prata foi para o Japão e o bronze para a Austrália. Na mesma prova, porém no feminino, os EUA também levaram o ouro, seguidos de Austrália e Japão. Nos 1500m livres masculino ouro para a china, com Sun Yang, que arrasou seu próprio recorde mundial, com 14min31s02. A prata foi para o canadense Ryan Cochrane e o bronze para tunisiano Oussama Mellouli. Nos 50m metros livres feminino, a holandesa Ranomi Kromowidjojo, que já tinha vencido os 100m livres, levou o ouro. A prata foi para Aliaksandra Herasimenia, da Bielorússia, e o bronze para Veldhuin Marleen, também da Holanda.
No Comment