VETTEL VOLTA A VENCER NO MOVIMENTADO GP DA HUNGRIA
Em uma corrida totalmente fora dos padrões do que costuma ser as etapas da F1 na Hungria, Sebastian Vettel da Ferrari voltou a vencer nesta temporada. E desta vez, nenhum dos pilotos das Mercedes estiveram no pódio (fato que não ocorria desde o GP do Brasil de 2013). Quem acompanhou o alemão (que igualou a marca de 41 vitórias de Ayrton Senna), foram os pilotos da Red Bull, o russo Daniil Kvyat (primeiro pódio do piloto russo na Fórmula 1) e o australiano Daniel Ricciardo.
Os pilotos brasileiros tiveram um final de semana muito ruim. Felipe Massa, com uma Williams totalmente desequilibrada, fez pit stops a mais e chegou somente em 12º lugar. Logo a frente dele, em 11º chegou Felipe Nasr. Ambos ficaram sem pontuar nesta etapa da Fórmula 1.
A Fórmula 1 entra nas férias de verão. Assim sendo, a próxima etapa da temporada será o GP da Bélgica no circuito de Spa-Francorchamps, em Spa, somente no dia 23 de agosto, às nove da manhã, horário de Brasília.
A corrida
Nas entrevistas realizadas antes da corrida, os pilotos da Ferrari apontavam a RBR e a Williams como principais adversárias deste domingo. Mas a aparente falta de confiança não impediu que Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen dessem o bote na Mercedes logo na largada, tomando as posições do pole Lewis Hamilton e do segundo colocado, Nico Rosberg. A partir de então, o alemão, novo líder da corrida, e o companheiro finlandês passaram a abrir distância.
Hamilton caiu para quarto, atrás do companheiro Rosberg, e não conseguiu processar bem a reviravolta na largada. Ao tentar atacar o alemão, o bicampeão errou, saiu da pista e voltou apenas em 10º, atrás do brasileiro Felipe Massa, da Williams. Nico se estabilizou na terceira posição, enquanto Vettel e Raikkonen ditavam o ritmo na liderança do pelotão. Valtteri Bottas era o quarto, e Felipe Nasr apenas o 18º.
Hamilton não poupou ataques a Felipe Massa, mas o brasileiro não facilitou a ultrapassagem do inglês. Os dois chegaram a encostar as rodas traseiras, até que o piloto da Mercedes finalmente conseguiu superar o colega da Williams, na décima volta. Massa fez sua primeira parada cinco voltas depois, quando cumpriu 5s de punição por ter se posicionado errado no grid durante a primeira tentativa de largada, que precisou ser abortada. Por isso, o brasileiro voltou para a pista apenas em 16º.
Aproveitando a pista esvaziada quando boa parte dos pilotos faziam suas primeiras paradas, Hamilton tratou de acelerar a Mercedes para tentar descontar o prejuízo da mal sucedida largada. O inglês já estava em quinto quando foi para os boxes, e conseguiu manter a posição ao retornar à pista. Quando chegou a vez de Vettel fazer o pit stop, Raikkonen assumiu a liderança apenas provisoriamente, até o alemão reaver a ponta. Na 20ª volta, Maldonado dividiu a pista com o mexicano Sergio Pérez e não economizou na ousadia, encostando no carro do adversário e o mandando para fora da pista.
Na volta 26, Hamilton se aproximou da RBR de Ricciardo, mas só conseguiu fazer a ultrapassagem para assumir a quarta posição três voltas depois. Enquanto isso, Nasr, em 17º, passou a atacar o xará Massa. O brasileiro da Sauber não precisou concretizar a manobra, porque o compatriota da Williams preferiu retornar aos boxes para trocar os pneus médios por macios. Após superar Ricciardo, o alvo de Hamilton passou a ser o companheiro Nico Rosberg. Mas a diferença entre os dois ainda era de 10s. A distância caiu significativamente para 6s até a volta 41. A esta altura, Vettel já estava 13s à frente do companheiro Raikkonen, despontando de forma confortável como piloto em melhores condições de vencer.
Na volta 43, a asa dianteira de Hulkenberg quebrou sozinha, de forma repentina. O alemão da Force India perdeu o controle do carro e passou reto na curva, batendo de frente na barreira de proteção (vídeo). O safety car virtual foi acionado, e os outros pilotos aproveitaram para ir aos boxes. Hamilton e Rosberg fizeram o segundo pit stop praticamente em sequência, mas o inglês não teve a mesma sorte do companheiro, amargando mais uma parada demorada (5s1), como já havia ocorrido da primeira vez. Os pilotos da Mercedes apostaram em pneus médios, na tentativa de conter o desgaste nas voltas restantes da corrida.
A direção de prova decidiu acionar o safety car real para retirar os detritos do acidente de Hulkenberg. Os pilotos, inclusive, precisavam cruzar os boxes, enquanto era feito a limpeza da reta principal. O episódio deu nova dinâmica à disputa, com Hamilton e Rosberg em condições de atacar as Ferrari. A situação era especialmente complicada para Raikkonen, com problema no sistema de recuperação de energia do motor, que tirava cerca de 3s por volta de seu rendimento. Na relargada, na volta 49, Nico não perdeu tempo e tomou a segunda posição de Kimi. Ricciardo tentou passar Hamilton, mas levou um “chega pra lá” do inglês. No incidente, Hamilton teve parte de sua asa dianteira quebrada e foi superado, caiu para sexto, precisou ir aos boxes fazer reparos e voltou em 12º. Tentando desviar, Bottas acabou tocando em Kvyat e furando o pneu.
Sem potência, Raikkonen cedeu a terceira posição para Ricciardo, que tinha Rosberg logo à frente. O alemão da Mercedes, por sua vez, passou a perseguir o líder Vettel, pouco mais de 1s à frente. Enquanto isso, inglês foi considerado culpado pelo toque em Ricciardo, tendo que pagar um drive through e vendo sua situação se complicar ainda mais ao cair para 14º. Em 10º, Massa foi mais uma vez aos boxes e saiu da zona de pontuação, enquanto Raikkonen abandonava de vez a prova. Nesse momento, Rosberg poderia até assumir a liderança do campeonato.
Pressionado pelo compatriota da Mercedes, Vettel manteve a distância na casa de 1s. Mas sem conseguir alcançar o alemão da Ferrari, Nico passou a ser atacado por Ricciardo, em terceiro. Na volta 64, o australiano se excedeu na tentativa de ultrapassar a Mercedes no fim da reta. Na tentativa de Rosberg em dar o “X” no australiano, ambos se tocaram. Resultado: pneu furado para o alemão, e asa quebrada para Ricciardo.
O piloto da RBR ainda conseguiu amenizar o prejuízo, ao velocidade razoável até chegar aos boxes e se segurou em terceiro, atrás do parceiro Daniil Kvyat, que lucrou com o incidente. Já Rosberg se arrastou por quase uma volta até o pit lane, trocou o pneu avariado e voltou apenas em 10º, atrás de Marcus Ericsson, da Sauber.
Quem agradeceu a confusão foi Vettel, que voltou a disparar na liderança. A presença inesperada de Daniil Kvyat, da RBR, na segunda posição dava mostras de que o desfecho da prova seria uma dos mais inesperados desta temporada. Sem ameaças, o tetracampeão acelerou de forma segura rumo à segunda vitória com o uniforme da Ferrari. Kvyat foi punido por 10s após sair da pista e obter vantagem, mas já tinha vantagem suficiente para garantir o segundo lugar. Ricciardo saiu praticamente ileso do toque com Rosberg e confirmou a terceira posição.
Resultado final do GP da Hungria:
1) Sebastian Vettel (ALE/Ferrari) 1h46m09s985
2) Daniil Kvyat (RUS/Red Bull-Renault) +15s748
3) Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull-Renault) +25s084
4) Max Verstappen (HOL/Toro Rosso-Renault) +44s251
5) Fernando Alonso (ESP/McLaren-Honda) +49s079
6) Lewis Hamilton (ING/Mercedes) +52s025
7) Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) +58s578
8) Nico Rosberg (ALE/Mercedes) +58s876
9) Jenson Button (ING/McLaren-Honda) +1m07s028
10) Marcus Ericsson (SUE/Sauber-Ferrari) +1m09s130
11) Felipe Nasr (BRA/Sauber-Ferrari) +1m13s458
12) Felipe Massa (BRA/Williams-Mercedes) +1m14s278
13) Valtteri Bottas (FIN/Williams-Mercedes) +1m20s228
14) Pastor Maldonado (VEN/Lotus-Renault) +1m25s142
15) Roberto Merhi (ESP/Manor Marussia-Ferrari) +2 voltas
16) Will Stevens (ING/Manor Marussia-Ferrari) +5 voltas
Abandonaram:
Carlos Sainz Jr. (ESP/Toro Rosso-Renault)
Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari)
Sergio Pérez (MEX/Force India-Mercedes)
Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes)
Volta mais rápida: Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull-Renault) com 1m24s821, na 68ª volta.
Mundial de Pilotos:
Classificação | Pontos |
1 Lewis Hamilton (ING/Mercedes) | 202 |
2 Nico Rosberg (ALE/Mercedes) | 181 |
3 Sebastian Vettel (ALE/ Ferrari) | 160 |
4 Valtteri Bottas (FIN/Williams-Mercedes) | 77 |
5 Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) | 76 |
6 Felipe Massa (BRA/Williams-Mercedes) | 74 |
7 Daniel Ricciardo (AUS/RBR-Renault) | 51 |
8 Daniil Kvyat (RUS/RBR-Renault) | 45 |
9 Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes) | 24 |
10 Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) | 23 |
11 Max Verstappen (HOL/Toro Rosso-Renault) | 22 |
12 Felipe Nasr (BRA/Sauber-Ferrari) | 16 |
13 Sergio Pérez (MEX/Force India-Mercedes) | 15 |
14 Pastor Maldonado (VEN/Lotus-Renault) | 12 |
15 Fernando Alonso (ESP/McLaren-Honda) | 11 |
16 Carlos Sainz Jr. (ESP/Toro Rosso-Renault) | 9 |
17 Jenson Button (ING/McLaren-Honda) | 6 |
18 Marcus Ericsson (SUE/Sauber-Ferrari) | 6 |
19 Roberto Merhi (ESP/Manor Marussia-Ferrari) | 0 |
20 Will Stevens (ING/Manor Marussia-Ferrari) | 0 |
21 Kevin Magnussen (DIN/McLaren-Honda) | 0 |
Mundial de Construtores:
Classificação | Pontos |
1 Mercedes | 383 |
2 Ferrari | 236 |
3 Williams-Mercedes | 151 |
4 Red Bull Racing-Renault | 96 |
5 Force India-Mercedes | 39 |
6 Lotus-Renault | 35 |
7 Toro Rosso-Renault | 31 |
8 Sauber-Ferrari | 22 |
9 McLaren-Honda | 17 |
10 Manor Marussia-Ferrari | 0 |
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