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Só falta o título

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Final2013

por Marcelo Marques

O time de melhor futebol na competição. O elenco, um dos melhores de todos os tempos do clube, com um craque de renome internacional. Assim é escrita a história do Galo na Libertadores em roteiro comparável aos melhores filmes. A chegada à sua primeira final na competição veio com sofrimento e amadurecimento do bom time que foi melhorado com a chegada de jogadores experientes, compondo um grupo que já vinha de boa campanha no Campeonato Brasileiro de 2012.

O Galo estreia na Libertadores na quarta feira de cinzas encarando logo o São Paulo considerado por quase todos como o adversário mais complicado do grupo. Num jogo equilibrado e tenso, como não poderia deixar de ser, o Galo se impõe no Independência como tem sido em quase todos os jogos da equipe. É a partida de reestreia da tão sonhada contratação para a temporada: o atacante Diego Tardelli. Com isso Cuca apresenta como novidade a alternância de posições entre o trio ofensivo completado por Jô e Bernard, o que dificulta bastante a marcação por parte do São Paulo. O galo abre o placar com gol de Jô após jogada de Ronaldinho, que se aproveita do cochilo da zaga do São Paulo que o deixou livre na pequena área antes da cobrança de lateral, no episódio que ficou marcado pela malandragem de Ronaldinho. Após ser ajudado por Rogério Ceni com um gole d’agua, recebeu sem marcação e fez a jogada do polêmico gol. O Galo chega a 2×0 com Réver em cobrança de escanteio de Ronaldinho e o São Paulo diminui com Aloísio. O Galo controla o resultado e começa com vitória na Libertadores.

A polêmica da água contra o São Paulo. FOTO: lancenet
A polêmica da água contra o São Paulo. FOTO: lancenet

O jogo seguinte foi o primeiro fora de casa e contra o Arsenal de Sarandí. O Galo manteve o time da primeira partida e começou o jogo nervoso e sofrendo com a pressão do Arsenal, que abriu o placar num erro na saída de bola do Atlético. Porém o time se tranquilizou e equilibrou o jogo com uma mudança tática que revelou sua capacidade de adaptação ao jogo. Junior César foi recuado para a zaga e o atlético corrigiu a saída de bola, com Leandro Donizete chegando mais a frente. No ataque o quarteto ofensivo desequilibrou e o Galo dominou a partida, aplicando uma goleada fora de casa por 5×2, com direito a três gols de Bernard e grande partida de todo o setor ofensivo.

Entrada criminosa do zagueiro do Arsenal em Ronaldinho. FOTO: Uol Esportes
Entrada criminosa do zagueiro do Arsenal em Ronaldinho. FOTO: Uol Esportes

Os jogos seguintes são contra o Strongest o primeiro na Bolivia. O Galo enfrenta a altitude e mostra maturidade para jogar em condições tão desfavoráveis. Fechado atrás, sofre com a pressão e os chutes de longe do adversário mas sai com precisão para os contra ataques. Com as poucas chances que tem, decide, conseguindo importante vitória que o colocava como líder do grupo. O jogo no Horto foi mais equilibrado. O adversário dificultou a vida do Galo com uma postura de boa marcação impedindo o jogo de velocidade do time da casa. Mas os jogadores de ataque mais uma vez desequilibram e conseguem furar o bloqueio do Strongest e o inspirado goleiro Vaca, vencendo mais uma e garantindo o primeiro lugar no grupo.

Vitória na altitude contra o Strongest. FOTO: R7
Vitória na altitude contra o Strongest. FOTO: R7

O primeiro lugar geral passava a ser objetivo e foi conquistado em grande jogo no Independência contra o Arsenal. Uma partida espetacular de Ronaldinho com direito a uma pintura do craque no quarto gol do Galo. O time encantava o continente com um futebol bonito ofensivo e eficiente e alcançava o primeiro lugar geral com duas rodadas de antecedência, ajudado pelos resultados dos demais grupos.

O ultimo jogo era com o São Paulo no Morumbi. O jogo que para o Galo apenas servia para cumprir tabela era uma decisão para o São Paulo. O galo perde jogando mal e na sequência, com os resultados finais da fase de grupos, o adversário do galo nas oitavas seria exatamente o São Paulo. Muita tensão foi criada para o jogo após as partidas nervosas entre os dois na primeira fase. Uma guerra foi criada em virtude de declarações de Ronaldinho na primeira fase. Do lado alvinegro havia o temor de que o São Paulo ganhasse força devido à vitória no ultimo jogo e acabasse superando o Galo.

No primeiro jogo, em São Paulo, o Galo é dominado no início e acaba sofrendo um gol logo nos primeiros dez minutos, ficando mais nervoso em campo. O são Paulo cria várias chances, mas peca nas finalizações. Até que no final do primeiro tempo o zagueiro Lúcio é expulso e muda o jogo. O galo consegue se recuperar, empata ainda no primeiro tempo com Ronaldinho e consegue virar o jogo no segundo tempo. A importante vitória no primeiro jogo traz a confiança de volta para o Galo que se impõe e atropela o São Paulo no jogo de volta vencendo por 4×1 e jogando muito, numa partida quase perfeita. A euforia estava de volta aos atleticanos.

Ronaldinho e Jô no massacre contra o São Paulo. FOTO: Atlético
Ronaldinho e Jô no massacre contra o São Paulo. FOTO: Atlético

Nas quartas o Galo enfrenta o mexicano Tijuana na eliminatória que mais causou dificuldades. No primeiro embate a desgastante viagem e o famigerado gramado sintético dificultaram muito a vida do Galo, que foi dominado durante quase todo jogo. Poderia ter sido goleado, mas se beneficiou da incompetência do adversário nas finalizações e de ter conseguido criar um pouco mais no fim do jogo, principalmente após a entrada de Luan que acabou por empatar a partida. Ótimo resultado que fez parecer que o pior havia passado e que no Horto o Galo iria atropelar. Mas como não poderia deixar de ser o jogo foi dramático e o adversário ainda saiu. Porém o Galo empatou e continuou buscando a vitória e correndo riscos na defesa. O lance capital do jogo que poderia eliminar o Galo veio aos 48 do segundo tempo com o pênalti marcado para o Tijuana. O estádio silenciou e o torcedor já via a excelente campanha na primeira fase ir para o buraco. O que parecia impossível aconteceu e o goleiro Victor faz brilhante defesa com o pé esquerdo. Começava a aparecer o herói da campanha atleticana até aqui.

A defesa histórica de Victor contra o Tijuana. FOTO: Lancenet
A defesa histórica de Victor contra o Tijuana. FOTO: Lancenet

Na semifinal o adversário era o Newell’s Old Boys, de Maxi Rodriguez e Scocco. Mais uma vez o Galo joga mal no primeiro jogo embora tenha suportado bem a pressão do adversário, até sofrer o gol no inicio do segundo tempo. A partir dali o Atlético sente. sofre o segundo em cobrança de falta de Scocco e ainda tem um gol anulado que poderia ter melhorado um pouco sua situação na eliminatória. No segundo jogo o galo precisava mais que em toda a competição recuperar o futebol da primeira fase, pois precisaria vencer por 3 gols de diferença ou por 2×0, para decidir nos pênaltis. A torcida lota o estádio mais uma vez e joga com o time desde o primeiro minuto, vendo o Galo abrir o placar logo no começo, com Bernard. O jogo segue com domínio atleticano, porem o Newell’s se segura durante todo o restante do primeiro tempo, sobretudo pela marcação implacável em cima de Ronaldinho. O segundo tempo ganha em drama com o tempo passando e o Galo não conseguindo o segundo gol e sem ter o volume de jogo do primeiro tempo. O Newell’s começa a criar perigo e a equilibrar o jogo e o Galo nervoso via a chance de chegar a final escapar até que ocorre um problema nos refletores de um dos lados do estádio e a partida é interrompida até que a iluminação voltasse ao normal. A parada foi fundamental para que o técnico Cuca alterasse a equipe colocando em campo Alecsandro e Guilherme. Este seria um dos heróis da noite ao fazer aos 38 minutos o gol que levava a partida para os pênaltis dando nova esperança aos sofridos torcedores no estádio. A partida vai para os pênaltis e o drama segue com duas cobranças certas para cada lado até que Jô perde para o Galo. Na sequencia mais uma cobrança do Galo e duas do Newell’s desperdiçadas, enquanto a de Ronaldinho é certeira. Maxi Rodriguez cobra o último pênalti para defesa do segundo herói da épica noite. Victor faz o estádio vir abaixo e a euforia tomar conta dos atleticanos. O Atlético está na final inédita na história do clube.

Victor heroico na disputa de pênaltis contra o Newell's Old Boys. FOTO: Uol Esportes
Victor heroico na disputa de pênaltis contra o Newell’s Old Boys. FOTO: Uol Esportes

O momento histórico vem de forma heroica e pode ser coroado nessa final, contra o tradicional Olímpia do Paraguai. Pode ser o maior momento do alvinegro de Minas. Falta apenas o título.

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