O DIA EM QUE HAMILTON DEU UMA AULA NO GP DO BAHREIN
Disputas entre companheiros de equipe sempre chamaram a atenção na Fórmula 1. A história de hoje ocorreu no Bahrein, no ano passado (no histórico GP de número 900 na história da Fórmula 1) e pode-se dizer que foi lá que ficou evidente que aquele campeonato só poderia terminar nas mãos de um dos pilotos das Mercedes. Foi lá também que Hamilton exibiu toda a sua genialidade a bordo de um carro de Fórmula 1.
Ano passado o Barein foi a terceira etapa do campeonato de Fórmula e, nas etapas anteriores, só tinha dado Mercedes – Rosberg na Austrália e Hamilton na Malásia. Nada fazia crer que algo diferente ocorreria no pequeno sultanato do Oriente Médio.
No sábado Rosberg havia vencido a primeira “queda de braço”, fazendo a pole e deixando Hamilton em segundo. Mas logo na largada, no dia seguinte, Hamilton superou o companheiro de equipe e assumiu a ponta de uma corrida que teve emoção do início ao fim. O principal destaque foi o grande número de disputas entre pilotos da mesma equipe durante a corrida.
Para se ter uma ideia, basta lembrar que logo após o venezuelano Pastor Maldonado fazer o mexicano Esteban Gutiérrez ver o mundo de “cabeça para baixo” e forçar a entrada do Safety Car, nas nove primeiras posições os companheiros de equipe de Mercedes, Force India, Red Bull e Willians estavam juntos disputando diretamente posições na corrida.
Logo após a relargada as disputas foram intensas. O principal destaque ficou por conta de Daniel Ricciardo da Red Bull. Ele conseguiu superar seu companheiro de equipe Sebastian Vettel e Nico Hulkenberg da Force India, terminando em quarto, colado no terceiro colocado, Sergio Pérez.
Hamilton deu uma aula de pilotagem nas voltas finais e não deixou que seu companheiro de equipe, Nico Rosberg – com pneus mais macios que os de Hamilton, que davam ao alemão melhor rendimento no carro, mas com durabilidade inferior se comparado aos do inglês – o ultrapassasse, garantindo a vitória no GP 900 da história da Fórmula 1. Alguns momentos da acirrada, porém leal, disputa podem ser vistos no vídeo a seguir.
Naquele dia ficou provado que Hamilton é mais piloto que Rosberg. Porém, o alemão com um misto de sorte e competência, conseguiu levar a disputa do campeonato do ano passado até a última corrida em Abu Dhabi.
Em Sakhir veremos se alguém, principalmente Vettel, consegue surpreender as Mercedes, ou se, assim como foi em 2014, não haverá espaço para a concorrência na busca pela vitória no Bahrein.
O circuito da corrida
O Grande Prêmio do Bahrein faz parte do calendário da Fórmula 1 desde 2004. De lá pra cá, só não esteve presente no calendário da principal categoria do automobilismo mundial em 2011, em função dos protestos da população durante a chamada “Primavera Árabe”.
O circuito utilizado é o Circuito Internacional do Bahrein, localizado na cidade de Sakhir. A pista foi desenhada por Hermann Tilke e, por isso, se assemelha muito a outros circuitos desenhados pelo alemão, como os circuitos de Sepang, Xangai, Marina Bay, Yas Marina, entre outros.
As quatro longas retas e 15 curvas, em sua maioria lentas, nos seus 5.412 metros são servidas por grandes áreas de escape asfaltadas, que dão uma grande segurança para os pilotos quando estão em ação. Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 57 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa. O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.
Assim como em outros modernos circuitos, o de Sakir possui diferentes formas de se montar a extensão a ser percorrida, incluindo uma versão em formato de oval não homologada. O clima é o desértico, caracterizado por dias quentes, noites frias e chuvas quase ausentes.
Dados históricos
Foram realizadas até agora, 10 edições do GP do Barein. De 2004 pra cá, seis pilotos diferentes venceram a prova. O alemão Michael Schumacher foi o primeiro vencedor, em 2004. Mas é Fernando Alonso que, até agora, detém o maior número de vitórias, com três, seguido por Felipe Massa e Sebastian Vettel, com duas vitórias cada um. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Ferrari com 4 vitórias, seguida pela Red Bull e a extinta Renault, com 2 vitórias cada.
A pole mais rápida foi feita por Michael Schumacher pela Ferrari, em 2004, com o tempo de 1min 30s 139. A volta mais rápida foi feita também por Schumi, no mesmo ano, com o tempo de 1min 30s 252.
Expectativa para a corrida
Se na Malásia poderíamos ter a impressão de já ter surgido um rival a altura para os carros da Mercedes, na China esta possibilidade foi temporariamente “deixada de lado”. Sem muito esforço as Mercedes venceram uma monótona corrida (ao menos no que tange as primeiras posições). Hamilton parece que desta vez não vai dar “trela pro azar” pois, até agora, manteve-se sempre à frente do seu companheiro de equipe, Nico Rosberg.
Se disputar “de igual a igual” ainda está difícil para a Ferrari, pelo menos o posto de segunda força nesta temporada, vem sendo consolidado.
A McLaren continua seu “calvário”. Mesmo terminando a corrida com seus dois carros, o 12º e 14º lugares alcançados pelo time inglês, estão longe de representar uma significativa melhora nos bólidos ingleses.
Se Massa está um pouco decepcionado por estar perdendo a disputa com as Ferraris, Nasr brilhou de novo e, com o oitavo lugar, fez mais três pontos em mais uma brilhante corrida feita pelo brazuca, estreante nesta temporada.
Horários:
Classificação – 18/04/2015 (sábado), 12:00h (12:30 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília),
Corrida – 19/04/2015 (domingo), 12:00h (horário de Brasília)
O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.
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