Mesmo passado algum tempo, mas para entrar na semana da decisão mais esperada do futebol mundial, a final da UEFA Champions League, voltemos a final da Liga Europa. De um lado o Sevilla em sua segunda final seguida, do outro o Dnipro, o azarão da Ucrânia. No final deu a lógica, Sevilla campeão pela segunda vez seguida, o quarto título da Liga Europa na história do clube, o maior vencedor da competição.

O Estádio Nacional de Varsóvia, na Polônia viu uma grande final, um jogo que terminou em 3×2, cheio de alternativas e onde o grande herói, com uma assistência e dois gols foi o colombiano Carlos Bacca. Foi a confirmação da relação de sucesso entre o time espanhol e a competição, que venceu quatro vezes em dez anos (duas como Copa da UEFA e duas como Liga Europa). Porém o que mais chamou a atenção na competição não foi o campeão.

O futebol é apaixonante, justamente por muitas vezes surpreender a todos, onde o inesperado, a surpresa, o inacreditável acaba dando as caras. É o gol no final do jogo, a defesa no último minuto, o gol perdido, o gigante sendo derrubado pelo pequeno… Entre outras tantas situações inesperadas e que acabam entrando para o livro do inesquecível.

Entretanto, o futebol mesmo não sendo, para nossa alegria, uma ciência exata, geralmente dá a lógica. A final da Liga Europa na semana passada não foi diferente, deu Sevilla, um time como maior investimento e consequentemente mais qualificado tecnicamente. O Dnipro surpreendeu, passou por equipes como Ajax e Napoli, que são mais qualificadas e capacitadas que o grupo ucraniano.

Mas o Dnipro foi além, o grupo comandado por Myron Markevych, se mostrou mais forte que o esperado. Mesmo em meio à guerra civil existente na Ucrânia desde 2013, o Dnipro conseguiu ficar alheio, se concentrou no futebol e escreveu uma história memorável no certame europeu. Com luta e determinação, muito empenho e obediência tática, o time ucraniano chegou a sua primeira final no âmbito europeu.

O Dnipro, não venceu, a torcida viveu a triste situação do quase, tão perto e, ao mesmo tempo, muito longe. Não conseguiram suportar a superioridade técnica do Sevilla, mas esta equipe já entrou para a história e sempre quando falar sobre a Liga Europa será obrigatório falar do Dnipro, a equipe que venceu a guerra.

Este time se torna histórico, não só para seus fiéis torcedores, mas para a história do futebol. O Dnipro venceu mais que seus adversários, ele conseguiu, em um momento de dor, dificuldade e frustração, driblar como Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo, Ronaldinho… Todas as adversidades que lhe foram apresentadas, passou por grandes adversários dentro e fora de campo, e como um verdadeiro exército foi vencendo seus inimigos um a um, de forma destemida e apaixonante.

A Dnipro pode não ter conquistado o título da Liga Europa, mas se tornou um grande exemplo de que quando a determinação, a vontade e o desejo de vencer são maiores que as adversidades, é possível sim chegar a um final, se não feliz, ao menos honroso. A tão esperada taça não veio, mas a conquista do respeito e admiração dos amantes do futebol será eterna. Vocês já tiveram a maior conquista que poderiam sonhar, vocês venceram a guerra, apontaram uma luz de alegria no final de um túnel que parecia obscuro demais para imaginar esta final.

Parabéns guerreiros, vocês fizeram história e agora também estão glorioso livro das grandes histórias do futebol. Mais uma vez deu a lógica, venceu um exército da paz. Viva Dnipro e seus campeões.