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O BASQUETE FEMININO MUDOU, MENOS PARA OS EUA

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mundialfemininoA Turquia sediou o Mundial de Basquete Feminino e serviu de palco para mais uma exibição de gala dos EUA. Assim como no Mundial Masculino, o Dream Team de moças reinou soberano e segue hegemônico na competição, com cinco títulos nos últimos sete mundiais, sendo o atual bicampeão. Entretanto, ao contrário do domínio das americanas, o cenário do basquete está bem mudado.

O Mundial começou com dezesseis equipes e um regulamento esdrúxulo. Ao invés de simplificar e colocar duas vagas por grupo e um mata-mata de quartas de final, foi criada mais uma fase. Para aumentar o número de jogos, os líderes de grupo passaram direto às quartas e os segundos e terceiros se enfrentavam numa seletiva. Para que né?

Tabela do Mundial. FOTO: FIBA
Tabela do Mundial. FOTO: FIBA

No que diz aos participantes, as novidades vieram da África, com as raramente vistas seleções de Moçambique e Angola, que pouco apresentaram e acabaram ocupando as duas últimas posições. Nisso, nada mudou. A primeira fase também vitimou duas seleções asiáticas, Japão e Coréia do Sul. Essas duas são claramente escolas de basquetebol decadentes. O Japão, que já foi vice-campeão mundial em 75, nunca mais repetiu a boa campanha e raramente se classifica para as fases agudas. As sul-coreanas que já possuem cinco semifinais de mundiais e dois vice-campeonatos, não põe mais medo em ninguém.

Seleção Brasileira se esforça mas para na França. FOTO: FIBA
Seleção Brasileira se esforça mas para na França. FOTO: FIBA

As outrora potências, Brasil e Cuba, sofreram para passar de fase e pouco puderam fazer. Cuba vive uma fase de pouco brilho no esporte, voltou a se classificar para o Mundial de Basquete, mas suas meninas não foram páreo para as sérvias e morreram na primeira fase de mata-mata. Já o Brasil, um dos únicos quatro selecionados com títulos mundiais, não vive nem de perto uma boa fase. Não passou do 12º lugar, com uma vitória e três derrotas. Faça-se a ressalva de que a seleção passava por uma reformulação, com muitas novatas e não se esperava muito mesmo, mas a situação já preocupa. Com pouco investimento, times que não conseguem investir em revelação de atletas e ligas que não se sustentam, o basquete feminino no Brasil sofre um grave problema de gestão. Com o futuro cada vez mais incerto, fica difícil esperar que os sucessos da geração de Hortência, Paula e Janete voltem a acontecer..

A Bielorussia decepcionou sua torcida. Depois da grande atuação no Mundial de 2010, onde surpreendeu e terminou em quarto lugar, a equipe do leste europeu passou em segundo lugar no seu grupo, mas foi derrotada pela China, que havia passado em terceiro. O gigante asiático voltou a ter uma equipe forte e capaz de fazer frente as grandes forças mundiais. Na mesma situação da Bielorussia, a República Tcheca, caiu para um adversário que se classificou em terceiro na primeira fase. As tchecas que chegaram como favoritas ao pódio e acabaram eliminada pela seleção canadense, que veio de uma campanha fraca na primeira fase e sempre teve histórico de coadjuvante. Apesar da supremacia tcheca, que era atual vice-campeã mundial e vinha de boas campanhas em outras competições, as favoritas morreram na boa atuação da seleção do Canadá, que sempre joga bem, dá trabalho mas não tem poder de decisão.

Todos os líderes de grupo na primeira fase venceram suas partidas pelas quartas. Canadá e China mostraram se esforçaram, mas não o suficiente para eliminar Austrália e Espanha. Já a França, bicampeã europeia e atua terceira força do continente, jogou muito bem, mostrou ter uma equipe entrosada e poderia ter ido mais longe. Pena que deu o azar de pegar o Dream Team nas quartas, assim como já tinha dado azar no mundial passado, quando pegou a Espanha, na mesma fase. O grande duelo ficou por conta de Sérvia e Turquia, que foi decidido por apenas um ponto, em favor das donas da casa.

Australianas voltam ao pódio em mundiais. FOTO: FIBA
Australianas voltam ao pódio em mundiais. FOTO: FIBA

Os quatro finalistas foram Espanha, Turquia, Austrália e EUA. As turcas fizeram um grande campanha, muito além do esperado. Jogar em casa foi um diferencial, mas não o suficiente para uma final inédita, como fez a seleção masculina ao sediar o mundial de 2010. O favoritismo espanhol se confirmou e a seleção da Espanha bateu a zebra turca e foi à decisão do caneco. Para a Austrália foi um recomeço. Depois de conquistar o título no Brasil, em 2006, o time da Oceania fracassou em 2010, ao cair nas quartas-de-final para a República Tcheca. Agora voltou a uma fase aguda da competição, caindo frente as suas arqui-rivais americanas. O bronze foi muito comemorado pelas meninas da terra dos cangurus.

Mesmo sendo a maior força do basquete europeu no momento e tendo algumas das maiores jogadores do basquete mundial, como Albas Torrens, a Espanha nada pode fazer contra a fortíssima seleção americana, com base nas atletas da WNBA. Do lado americano, Maia Moore, destaque do Minnessota Lyns, finalmente jogou muito com a camisa do Dream Team e foi a MVP da competição.

A seleção do torneio contou com as espanholas Alba Torrens e Sancho Lyttle, a australiana Penny Taylor e as americanas Maya Moore e a gigante Brittney Griner, rainha das enterradas.

As três seleções medalhistas formam a seleção do torneio. FOTO: FIBA
As três seleções medalhistas formam a seleção do torneio. FOTO: FIBA

Misturando campeãs olímpicas e mundiais com as revelações da WNBA, os EUA montou uma seleção muito forte, que não possuía adversário para lhe fazer frente. Na verdade, na atual conjuntura do basquete, em nenhuma das modalidades, o Dream Team encontra adversários.

Meninas do Dream Team com o troféu de campeãs. FOTO: FIBA
Meninas do Dream Team com o troféu de campeãs. FOTO: FIBA
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