Existem muitas pessoas que sentem saudades da Fórmula 1 dos anos 80 e do início dos anos 90. O que para alguns podem parecer saudosismo exagerado é, de certa forma, compressível, principalmente quando se vê alguns episódios desta época

O artigo de hoje relembrará o GP do México de 1990, marcado por uma lendária ultrapassagem feito pelo “Leão” inglês Nigel Mansell, em uma das curvas mais perigosas da história da categoria: a Peraltada.

As coisas começaram de forma inusitada no fim de semana: um cão entrou na pista e bagunçou o warm up, forçando a interrupção do treino. Entretanto, a prova gerava muita expectativa, pois era o centésimo GP de Ayrton Senna. Na tarde de 24 de junho de 1990, com céu limpo e tempo seco, a largada teve Patrese como destaque, superando Senna, Berger, Boutsen e Piquet. Prost, que largou mais atrás, começou a galgar posições na pista. Na segunda volta, Senna  mostrou que queria mesmo uma corrida histórica, passando Patrese e ficando com a liderança.

Nada mudou até a 13ª volta, quando Berger cedeu o segundo posto a Piquet, após ter ido aos boxes devido ao desgaste prematuro dos seus pneus. Mas Piquet não teve vida fácil, pois foi pressionado e ultrapassado por Mansell. O inglês foi ao encalço de Senna, que àquela altura estava longe, apostando em não parar nesse dia nos boxes.

Mais atrás, Prost, que veio da 12ª posição, alcançou Mansell na volta 54, ultrapassou-o e ficou com o segundo posto, após o inglês parar para mudar pneus. Após a escalada, Prost também parou para trocar pneus, pensando já em uma provável disputa pela liderança com Senna, nas voltas finais.

Na verdade, até então Senna parecia garantido na ponta, mas voltas depois, como que por uma brincadeira do destino, estava com problemas nos pneus. A queda foi repentina e já na volta 60 foi ultrapassado. Três voltas depois, teve um pneu furado e desistiu em seguida, devido aos estragos no eixo traseiro. A corrida número 100 terminou com um amargo anticlímax.

“Com isto, Prost rumava à vitória, numa das corridas mais invulgares da história do automobilismo. Somente John Watson tinha feito melhor, em Long Beach, sete anos antes, partindo da 22ª posição. Atrás dele, Mansell dava o seu melhor para ficar com o segundo posto, que pertencia agora ao McLaren de Berger” (Texto retirado do blog Continental Circus).

Aí chegamos ao auge da corrida. A briga por posição entre Berger x Mansell. O britânico tentou de tudo para o passar e conseguiu na última curva da corrida. Ou melhor, na Peraltada. E numa incrível ultrapassagem por fora, o “brutânico” fazia mais uma das suas legendárias manobras, garantindo a dobradinha para a Ferrari. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Benetton de Alessandro Nannini, o Williams de Thierry Boutsen e o segundo Benetton de Nelson Piquet.

Uma corrida absurda, talvez uma das mais incríveis dentre as disputadas no México. O vídeo a seguir mostra esta ultrapassagem lendária.

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