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A LIBERTADORES E AS TRADIÇÕES ALÉM DA CATIMBA

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O primeiro passo para se entender a Libertadores é saber que ela é completamente diferente da Champions League. São as competições mais importantes de seus continentes e tem uma fórmula de disputa parecida. Só se parecem nisso. No mais são universos diferentes e a Libertadores tem seu charme nas tradições que se consolidam ano após anos, com suas peculiaridades que a fazem totalmente especial. Algumas delas se comprovaram nesta temporada, como vamos citar neste post.

A arrogância brasileira

A primeira que podemos citar é aquela velha arrogância brasileira de início de temporada: “tirando as equipes brasileiras, não vemos nenhuma outra com chance de levar a taça”. Sinceramente, não sei como ainda caímos nessa. Bom o Palmeiras tá aí pra provar que essa empáfia dura pouco. Tá bom que o grupo era difícil, mas o Verdão deu muito mole contra o Nacional-URU e acabou se complicando todo, ficando na primeira fase, com seu time montado para ser campeão. O São Paulo quase embarcou nessa também.

Derrota para o Nacional em casa comprometeu a campanha do Palmeiras. FOTO: Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Derrota para o Nacional em casa comprometeu a campanha do Palmeiras. FOTO: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

 

Times desconhecidos

Tem sempre aqueles times dos quais – por mais que tenham participado de outras edições – você nunca ouviu falar. Aí você fica conhecendo logo na maior competição sul-americana. Esse ano, fomos apresentados ao Melgar do Peru e ao Cobresal do Chile, ambos com participações passadas, porém quase desconhecidos do grande público. Se os peruanos perderam todos os jogos, o chilenos (que vem de uma cidade no meio do deserto do Atacama e que pode desaparecer) venceram um jogo contra o Cerro Porteño.

Cobresal fez jogo duro com o Corinthians no deserto da Atacama. FOTO: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
Cobresal fez jogo duro com o Corinthians no deserto da Atacama. FOTO: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

Ah, teve também o Trujillanos, que mesmo na sua terceira participação ainda era praticamente uma cara nova para quem não acompanha o futebol venezuelano. Somou quatro pontos no seu grupo, vencendo o The Strongest, empatando com o São Paulo e perdendo por 4×3 no Monumental de Nuñez para o River, num jogo que não lhe valia nada, mas foi muito aberto. Ótimo cartão de visitas.

As surpresas

Tem também as surpresas, como o Pumas e o Deportivo Táchira, que desbancaram os times mais tradicionais do grupo 7, Olímpia e Emelec, avançando a próxima fase. Também o Del Valle, por que não, que despachou o Colo Colo num confronto direto no Chile. E o Toluca, que terminou líder do grupo do Grêmio, despachando dois campeões de Libertadores, a LDU e o San Lorenzo.

Toluca venceu a LDU no Equador. FOTO: Rodrigo Buendía / AFP / CP
Toluca venceu a LDU no Equador. FOTO: Rodrigo Buendía / AFP / CP

As classificações desesperadas

Outra coisa que vemos em toda Libertadores (vá lá, pelo menos nas três últimas edições) é um time se complicando nas três primeiras rodadas para se recuperar e garantir a vaga no último lance do último jogo. Em 2014 foi o San Lorenzo, em 2015 o River Plate e nesta edição o São Paulo. Mas que fique claro que, ao contrário das duas últimas temporadas, essa reação não tem necessariamente que ser um padrão para título. Só estamos citando. Não comparando.

Finais de jogos emocionantes

Por falar em São Paulo, o tricolor protagonizou outra coisa tradicionalíssima da Libertas: os finais de jogo emocionantes. Jogando pelo empate na altitude e com o placar favorável contra o The Strongest, o time paulista teve o goleiro Dênis expulso por cera (isso, dois amarelos por cera) e terminou o jogo com o zagueiro Maicon no gol em meio a uma pressão absurda.

Ah, e o que dizer de Peñarol e Huracán, que teve um gol anulado dos argentinos aos 47 e um gol de goleiro dos uruguaios invalidado aos 50? Imagina a treta. O 0x0 eliminou o gigante de Montevidéu.

Os caldeirões e os campos de várzea

Aproveitando a deixa, o Peñarol se despediu do Centenário nesta Libertadores. Agora seu novo caldeirão é o Campeón Del Siglo, mais um que chega para a lista de estádios que botam medo nos adversários. Este ano marcou também a volta do Gigante de Arroyito do Rosário Central, depois de muitos anos, dando o ar da sua graça na competição, assim como fez o Cilindro de Avellaneda fez na temporada passada.

O Caldeirão de Rosário voltou a fazer parte das "canchas" da Livertadores. FOTO: Goal Argentina
O Caldeirão de Rosário voltou a fazer parte das “canchas” da Livertadores. FOTO: Goal Argentina

Por outro lado, existem os campos de várzea, como o estádio Rumiñahui do Independiente del Valle, que chega dar orgulho aos campos de muito time de segundona do Brasil.

O Rumiñahui prova que não se precisa de um bom estádio para se jogar a Libertadores. FOTO: Guto Rabelo
O Rumiñahui prova que não se precisa de um bom estádio para se jogar a Libertadores. FOTO: Guto Rabelo

Catimba e polêmicas

Agora sim, chegamos à catimba. Quem já viu Libertadores sem esse tipo de artimanha? Quem já assistiu um jogo da competição em que o goleiro não demorou uma vida para bater um tiro de meta? Nem vale a pena citar um exemplo, pois teria que elencar todos. Mas as polêmicas… Já falamos do gol de goleiro anulado do Peñarol e da expulsão de Dênis em La Paz, mas dá para citar os pênaltis suspeitos, os impedimentos duvidosos e principalmente os juízes caseiros. Isso tem aos montes. Das brigas não vale a pena falar. E, por incrível que pareça tem gente que acha que esses quebra paus são patrimônio da competição.

Os mata-matas

Os mata-matas são uma competição totalmente à parte. Acontece de tudo e não são poucos os casos em que os melhores jogos acontecem nessa fase. E de agora em diante, os que sobreviveram, terão que se preparar para o que der e vier, como fizeram Corinthians, Galo, San Lorenzo e River Plate, nos últimos anos.

Com o fim da primeira fase, estão definidos os confrontos das oitavas de final. Como sempre, já vem clássico logo de cara. Não é como ano passado, que tivemos um Boca x River, mas não é nada mal ver logo de cara jogos como Racing x Atlético-MG, Nacional-URU x Corinthians e Grêmio x Rosário Central.

E o que vai acontecer com os que sobraram? Só o tempo vai nos dizer. Mas de uma coisa podemos ter certeza: a Libertadores continuará apaixonante. Do seu jeito, é claro.

oitavas

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