LEBRON, OS CAVS E A REDENÇÃO DE CLEVELAND
Demoramos muito para falar sobre o que os Cavs fizeram pela cidade de Cleveland. Ainda mais, ante a grandeza da conquista. Mas, ainda em tempo, faço aqui nossas ponderações a respeito do acontecido na temporada 15/16 da NBA.
O time do Cleveland seguia com seu estigma de fracassado. Estigma, aliás, carregada pela cidade como um todo, que não conseguia conquistar uma liga sequer entre os principais esportes americanos. Fazia muiiiiito tempo. No basquete, a dor era um pouco maior. O time tinha o maior jogador da última década do esporte, LeBron James, que já em sua segunda passagem pela equipe não havia ainda erguido o troféu pelo time. Parecia que não era pra ser.
Para piorar, na temporada 14/15, os Cavaliers fizeram grande campanha e chegaram às finais contra o expoente time do Golden State Warriors. Perderam e perderam de forma dura. Com a equipe mal e LeBron levando o time nas costas, o Cleveland Cavaliers viu decepcionado o sonho ser adiado.
Um ano depois, a final se repetiu. Era um novo contexto e muito, mas muito menos favorável aos Cavs. Os Warriors tiveram um começo de temporada avassalador e terminaram a fase regular com a melhor campanha da história da liga, superando o lendário Bulls de Michael Jordan. Já os Cavs fizeram a melhor campanha e dominaram o lado leste, principalmente nos playoffs.
Na final, o time de Oakland – que vinha de uma virada incrível contra o OKC Thunder na final da Conferência Oeste – varreu o Cleveland nas duas primeiras partidas do playoff final, abriu 3×1 e decidiria o jogo cinco em casa. Com as costas na parede os Cavs pareciam de mãos dadas com o fracasso de novo. Mas ganharam, se tornando o primeiro time da história a transformar um 3×1 contra em 4×3, numa final de NBA.
Como? O que mudou tão bruscamente para que o time de Cleveland saísse do buraco e fizesse a cidade finalmente soltar o grito de campeão da garganta? Um bocado de coisa.
Primeiro, o astro do time assimilou o título como uma questão de honra para a cidade e, principalmente, para ele mesmo. Cumpriu a promessa que havia feito, de voltar a cidade que o mostrou para o mundo do basquete e ganhar lá um título da NBA. LeBron jogou como LeBron. Desempenho acima da média, como se espera dele, mas sem absorver apenas para si o jogo.
Se na final anterior contra os Warriors, que tentou ganhar sozinha – até porque só havia ele mesmo – ele fracassou miseravelmente, dessa vez ele resolveu fazer o time jogar com ele. Funcionou muito bem, pois peças importantes do elenco, como Kyrie Irving e Kevin Love, brilharam em momentos decisivos e, assim, fizeram do grupo dos Cavs um ponto forte nas finais. Até o Tistan Thompson, de quem eu assumo que falava mal, como visto abaixo:
Tristan Thompson! Isso mesmo, até ele! Vai ter jogo 7 #NBAfinals @NBABrasil #FinaisNBAnaESPN
— Bruno Santos (@brunocssantos) 17 de junho de 2016
Teve dinheiro também. Os Cavs gastaram mais do que ninguém na Liga para manter seu elenco. Foram 107 milhões de dólares de folha salarial, quase 10 milhões a mais que o rival Warriors, segundo da lista. King James, Kyrie e Love, estavam entre os vinte maiores salários da NBA. Ainda bem que deu retorno.
E claro, teve a cidade de Cleveland, que abraçou o time no momento de maior dificuldade, torceu e empurrou quando o jogo era em casa e foi as ruas para mandar vibrações positivas ao time que decidiu sua sorte longe de casa. E voltou as ruas depois, para fazer a festa.
E assim, LeBron cumpriu sua promessa de dar o título da NBA a Cleveland. O time exorcizou o fantasma do quase e a cidade pode festejar depois de muito tempo e depois de uma das melhores séries finais da história e, seguramente, a mais impressionante virada já conquistada na decisão do título.
Para encerrar, vale ver esse curta feito pela NBA, para contar a história do título dos Cavs. Se for torcedor do time, fique à vontade para chorar 🙂
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