GP DA ÁUSTRIA 84: A ÚNICA VITÓRIA DE UM AUSTRÍACO EM CASA
Pessoas diferentes podem obter feitos semelhantes em suas vidas. Ayrton Senna, por exemplo, já era bicampeão mundial, mas nunca havia vencido no Brasil. Em 1991, carregado de uma carga dramática, Senna finalmente venceu no Brasil e terminou a temporada como tricampeão mundial de pilotos naquele ano. Com o personagem de hoje a história transcorreu de maneira semelhante.
O artigo de hoje lembrará a história do GP da Áustria de 1984 aonde o austríaco Niki Lauda obteve a única vitória de um piloto local na história da Fórmula 1. Lauda já tinha vivido muita coisa até 1984: dois títulos do Mundial de Pilotos (1975 e 1977), quase morrido em um acidente na Alemanha em 1976, abandonado a Fórmula 1 por duas temporadas (1980 e 1981) e retornado as pistas em 1982.
Naquele dia 19 de agosto de 1984, que foi o GP de nº 400 na história da Fórmula 1 “na partida, Prost larga melhor do que Piquet e passa para a liderança, com Lauda e um surpreendente Ayrton Senna no quarto posto, pois De Angelis tinha ficado parado na grelha, e os Renault tiveram de o contornar. Senna, largando do lado direito, mais rápido e ousado do que os Renault, conseguiu ganhar seis posições. Contudo, no final da primeira volta, os comissários agitam inexplicavelmente a bandeira vermelha, já que não tinha havido qualquer acidente, e De Angelis conseguira depois largar. Descobriu-se depois que tinha sido um mau procedimento de largada, e decidiram repetir a partida.
Após uma nova volta de aquecimento, a segunda partida resultou que Piquet volta a largar mal do que Prost, mas recupera a liderança na Hella-Lucht-Kurwe, com os dois Renault e o Lotus de Elio de Angelis atrás deles. Lauda fizera uma má partida, caindo para o nono posto no final da primeira volta, E Senna não repetia o feito da primeira partida, porque o Ferrari de Michele Alboreto se meteu no caminho. Aos poucos, Lauda recuperava posições, e no final da nona volta era terceiro classificado, depois de passar os Renault.
As coisas se mantiveram estáveis nos lugares da frente, com De Angelis na quarta posição e Senna em quinto, após ultrapassar Alboreto e Mansell e beneficiar das desistências de Rosberg e Warwick. Esta ordem só seria alterada na volta 29, quando o motor Renault de De Angelis rebenta na Rindt Kurwe, a rápida curva antes da meta. O óleo largado pelo carro do italiano terá consequências na corrida, pois na volta seguinte, Prost passa sobre ela e despista-se, terminando ali a sua prova.
Lauda passa para a segunda posição e aproxima-se de Piquet, para conseguir ultrapassá-lo na volta 40, quando ambos se aproximavam de Michele Alboreto, que ia ser dobrado. Só que mais adiante, parecia que tudo iria acabar, pois Lauda abrandava visivelmente o seu andamento, devido a problemas na caixa de velocidades. Mas resolveu-os logo ali, e partiu de novo em busca do brasileiro. Nessa altura, Senna já tinha retirado com outro motor rebentado, e o lugar tinha sido ocupado por Tambay. O francês iria chegar à terceira posição, mas foi sol de pouca dura, pois na volta 43, foi a vez dele rebentar o seu motor. Assim, Alboreto ficava com o lugar mais baixo do pódio.
Piquet tentou o resto da corrida a tentar escapar-se do austríaco, mas no final, os pneus deram de si e cedeu o primeiro lugar ao piloto da casa, preocupando-se mais em levar o carro até ao fim. E quando a bandeira de xadrez foi mostrada, Lauda tinha finalmente ganho o seu GP caseiro, treze anos depois da sua estreia. Piquet e Alboreto acompanhavam-no no pódio, e nos restantes lugares pontuáveis ficavam três carros com motor BMW: o Brabham de Teo Fabi e os Arrows de Thierry Boutsen e Marc Surer. E no final da corrida numero 400, Lauda, o vencedor, era agora o lider do campeonato, beneficiando da desistência do seu companheiro”.
(Texto retirado do blog Continental Circus)
O trecho final desta corrida pode ser visto no vídeo a seguir (a bandeirada ocorre no ponto 9:45 do vídeo).
https://www.youtube.com/watch?v=Q2I3e4Uc0yI
Se hoje a Áustria não possui piloto na Fórmula 1, pelo menos a equipe Red Bull é de lá. Será que os “touros vermelhos” conseguirão triunfar em casa? Ou a Mercedes vence mais uma? Ferrari e Williams podem ter alguma chance?
O circuito da corrida
O Grande Prêmio da Áustria foi disputado pela primeira vez em Zeltweg em 1964 e, depois, de 1970 a 1987, no extenso circuito de Österreichring. Posteriormente o circuito de Österreichring foi refeito, teve sua extensão reduzida, foi rebatizado como A1 Ring e recebeu mais algumas etapas da Fórmula 1 entre 1997 e 2003.
Após 11 anos em que o mesmo começou a ser desmanchado, mas posteriormente reconstruído e agora batizado como Red Bull Ring (porém conservando o mesmo traçado de 2003) a Fórmula 1 voltou para a Áustria em 2014. O mesmo possui um traçado com 4326 metros composto de longas retas e várias curvas rápidas Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 71 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa austríaca da Fórmula 1.O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.
Dados históricos
Nas 28 edições realizadas até agora do GP da Áustria desde 1964 (ocorreram períodos neste espaço de tempo em que a corrida não foi realizada lá), 21 pilotos diferentes venceram lá. O italiano Lorenzo Bandini foi o primeiro vencedor, em 1964, correndo no circuito de Zeltweg. Em Red Bull Ring (circuito atual, neste caso vamos considerar desde 1997, onde apesar da mudança de nome de A1 para Red Bull, o traçado ficou o mesmo) o primeiro vencedor foi o canadense Jacques Villeneuve em 1997.
O maior vencedor de GPs da Áustria é o francês Alain Prost com 3 vitórias, no antigo Österreichring. Em Red Bull Ring os maiores vencedores são os alemães Michael Schumacher e Nico Rosberg e o finlandês Mika Häkkinen com 2 vitórias cada. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a McLaren com 6 vitórias (3 em Red Bull), seguida pela Ferrari, com 5 vitórias (3 em Red Bull).
A pole mais rápida foi feita por Rubens Barrichello pela Ferrari em 2002 com o tempo de 1min 08s 082 (com os carros com motores V10) e a volta mais rápida foi feita por Michael Schumacher em 2003, pela Ferrari com o tempo de 1min 08s 337 (também com os carros com motores V10).
Expectativa para a corrida
A cada corrida a disputa entre Rosberg e Hamilton se revela cada vez mais imprevisível nesta temporada. Rosberg começou voando, Hamilton reagiu e na última corrida no Azerbaijão Rosberg voltou a vencer e foi beneficiado com a corrida ruim de Hamilton que largou em 10º após bater o carro no treino de classificação. Desta vez quem vai largar atrás é Rosberg. Hamilton fez a pole, Rosberg o segundo tempo, mas como teve que trocar o câmbio por ter se acidentado em um dos treinos livres, vai largar em 7º.
Aliás, os treinos na Áustria foram uma loteria por causa do clima, com direito a resultados inesperados. Com a punição de Rosberg, Nico Hulkenberg da Force India, sairá em segundo e Jenson Button da Mclaren em terceiro. E na corrida a instabilidade climática vai ser mais um fator a “colocar fogo” na corrida.
Destaque para o Force India: com dois pódios nas últimas três corrida e um segundo lugar no treino de hoje, o time indiano vem evoluindo bem ao longo desta temporada. Mas a primeira vitória ainda é uma realidade distante.
Já para os pilotos brasileiros: Felipe Massa, mesmo largando em décimo pode conseguir algo melhor pois é uma pista aonde a Williams rende bem (inclusive foi a última vez que o Brasil fez uma pole na Fórmula 1, com ele mesmo em 2014) e é fácil de se ultrapassar. Já Felipe Nasr, largará em último e se conseguir superar o seu companheiro de equipe Marcus Ericsson na corrida estará no lucro. O carro da Sauber é muito ruim. Em algumas corridas, pior que os carros da Manor.
Resultado do treino classificatório
Horário
Corrida – 02/07/2015 (domingo), 09:00h (horário de Brasília)
A corrida será transmitida pela Rede Globo. Boa corrida para todos.
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