As táticas de pit stop, muitas das vezes, costumam definir qual será o resultado final de um piloto durante uma corrida. Michael Schumacher que o diga. Muitas vezes o alemão ganhou posições e/ou corridas por fazer táticas de pit stops, melhores que seus concorrentes.

Mas o artigo desta etapa falará de um piloto inglês, o atual campeão Lewis Hamilton. A história ocorreu no ano passado.

Hamilton travava uma disputa “encardida” com seu companheiro de equipe na Mercedes Nico Rosberg. Apesar de Hamilton ter mais vitórias, Rosberg era quem liderava o campeonato com 22 pontos a frente do piloto inglês. Mas, naquela noite, ficou claro, quem seria o vencedor do Mundial de Pilotos de 2014.

Antes da largada já aconteceu algo inesperado. O carro de Nico Rosberg da Mercedes não pegou por causa de problemas no volante para a volta de apresentação e o alemão foi obrigado a ir para os boxes e largar em último. Kamui Kobayashi (Caterham) também ficou pelo caminho durante a volta de apresentação.

A largada foi limpa, mas bem movimentada. Hamilton manteve a primeira posição. Alonso (Ferrari) largou bem e chegou a estar em segundo, mas passou reto em uma curva e para não sofrer uma punição cedeu o segundo lugar para Vettel (Red Bull). Ricciardo (Red Bull) ficou em quarto, Raikkonen (Ferrari) subiu para quinto e Massa (Williams) manteve a sexta posição após recuperar duas posições com uma disputa dos carros da McLaren. Button (McLaren), Bottas (Williams), Magnussen (McLaren) e Kvyat (Toro Rosso) completavam o Top 10 ao final da volta 6.

Enquanto isso, Rosberg sofria com os problemas do seu volante e não conseguia ultrapassar a Caterham de Ericsson. Na volta 14, o piloto alemão foi fazer seu pit stop, trocou de volante de novo, mas como não conseguiu resolver o problema abandonou a corrida.

Na volta 31, numa disputa com Sutil (Sauber), Pérez (Force India) quebrou parte do bico do carro. Por causa da sujeira na pista em função deste episódio. o Safety Car foi acionado e alguns pilotos fizeram seus segundos pit stops.

Durante as voltas de Safety Car foi visto algo inusitado: Magnussen colocava alternadamente as mãos para fora do carro para “refrescar-se” um pouco. Além do calor, a umidade é muito alta em Cingapura.

A relargada ocorreu na volta 38, de maneira limpa. Duas voltas depois Hamilton já tinha mais de 3 segundos de vantagem sobre Vettel. Ricciardo seguia o alemão de perto e os outros já estavam mais ou menos 1 segundo de diferença em relação aos outros.

Hamilton tinha, a esta altura da corrida, que operar um “milagre” para garantir a vitória, pois o mesmo ainda precisava fazer mais um pit stop ainda e já andava no limite do carro, com pneus super-macios. No final da volta 47 a diferença entre Hamilton e Vettel já era de 20 segundos. Na volta seguinte Pérez fez uma bela dupla ultrapassagem para assumir o 14º lugar.

Hamilton finalmente seu terceiro pit stop na volta 53 e voltou em segundo, atrás de Vettel, mas a diferença entre carros e pneus era tão grande que no meio da volta seguinte Hamilton recuperou a primeira posição e o “milagre” foi operado. Hamilton venceu a corrida tendo percorrido somente 60 das 61 voltas previstas, pois o limite de 2 horas da corrida já havia sido superado quando o mesmo completou a volta de número 60. Foi uma pilotagem espetacular. Digna de um piloto campeão da Fórmula 1.

O vídeo a seguir mostra um breve resumo da corrida, com a comemoração de Hamilton ao final da mesma.

Este ano, se Hamilton vencer novamente em Cingapura, igualará a quantidade de vitórias alcançadas por Sebastian Vettel e por seu ídolo Ayrton Senna (41 vitórias). Quem se candidata a impedir o feito de Lewis?

O circuito da corrida

O Grande Prêmio de Cingapura pertence à nova leva de países que passaram a integrar o calendário mundial da Fórmula 1 a partir de 1999, quando Bernie Ecclestone decidiu levar a Fórmula 1 para novos países, principalmente na Ásia.

Feito nas ruas do pequeno país asiático, cujo porto é o mais movimentado do mundo, a corrida apresenta justamente o diferencial de ser realizada à noite (fato que já não é exclusivamente de lá visto que nos EAU a corrida começa de dia e acaba de noite e no Barein, que neste ano teve sua corrida também é à noite).

Composto por retas curtas e médias e incríveis 23 curvas o traçado possui 5065 metros. Mesmo sendo um circuito de rua, existem alguns bons pontos de ultrapassagem em seu traçado.

Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 61 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa de Cingapura da Fórmula 1.O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.

Apesar de ter condições climáticas semelhantes à da Malásia, a chuva não é presença muito vista nas corridas realizadas por lá até hoje.

Dados históricos

Nas 7 edições realizadas até agora do GP de Cingapura desde 2008, 3 pilotos diferentes venceram lá. O espanhol Fernando Alonso foi o primeiro vencedor pilotando uma Renault no ano em questão.

O maior vencedor do GP de Cingapura é o alemão Sebastian Vettel com 3 vitórias alcançadas, seguido pelo espanhol Fernando Alonso e pelo inglês Lewis Hamilton com 2 vitórias alcançadas. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Red Bull com 3 vitórias, seguida pela Renault, McLaren, Ferrari e Mercedes com 1 vitória cada.

A pole mais rápida foi feita por Sebastian Vettel pela Red Bull em 2013 com o tempo de 1min 42s 841 (com os carros com motores V8) e a volta mais rápida também foi feita por Kimi Raikkonen pela Ferrari, em 2008, com o tempo de 1min 45s 599 (também os carros com motores V8).

Expectativa para a corrida

Hamilton deu um passe fundamental para a conquista do tricampeonato na última corrida. Com mais uma vitória e o abandono de Rosberg, o inglês abriu 53 pontos na frente de seu companheiro de equipe na disputa pelo Mundial de Pilotos.

Tudo bem, ainda restam muitas corridas para serem disputadas, mas é cada vez mais nítida a superioridade de Hamilton sobre Rosberg. A impressão que dá é que a pergunta não é mais “se Hamilton vai ser campeão?”, mas, a partir de agora, “quando Hamilton vai ser campeão?”

A Ferrari deve ficar com o segundo lugar no mundial de equipes. E, se manter uma curva evolutiva, voltar a disputar por mais vitórias e títulos em 2016.

A McLaren voltou a decepcionar. Quem sabe desta vez no circuito de rua de Cingapura, volte pelo menos a conseguir alguns pontinhos?

A Williams desta vez correspondeu à expectativa em torno dela e conseguiu os terceiros e quartos lugares na última corrida na Itália, com direito ao intenso duelo entre Massa e Bottas “vencido” pelo piloto brasileiro. No travado circuito de rua, no entanto, o time inglês normalmente não consegue bons resultados. Será que desta vez a “regra” será “quebrada”?

Já Felipe Nasr viu seu companheiro de equipe terminar mais uma corrida a sua frente. No entanto a pontuação de Nasr (que vem sofrendo com a falta de evolução da sua Sauber) ainda é maior que a de Ericsson em 2015.

Horários:

Classificação – 19/09/2015 (sábado), 10:00h (10:30 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília),
Corrida – 20/09/2015 (domingo), 09:00h (horário de Brasília)
O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.