Imersos nas fases decisivas da Copa do Mundo, ás vezes temos a impressão de que o resto do mundo do esporte parou por causa da Copa. Porém, com a Fórmula 1 não é assim. E neste final de semana acontece a corrida em mais um templo sagrado da F1. Aliás, mais um não, o templo maior.

É impossível falar da história da Fórmula 1 sem citar o Circuito de Silverstone, pois foi simplesmente lá que ocorreu a primeira corrida da história da Fórmula 1.

Na data de 13 de maio de 1950, para um público estimado de 100 mil pessoas, entre eles o rei e a rainha da Inglaterra foi realizada a primeira corrida de Fórmula 1 da história em um antigo aeroporto militar utilizado durante a Segunda Guerra Mundial na cidade de Silverstone na Inglaterra, adaptado como circuito automobilístico. Era o primeiro capítulo desta modalidade esportiva que já possui 64 anos e que já transformou pessoas comuns em deuses do Olimpo esportivo mundial.

Voltando para 2014, após a vitória de Ricciardo no Canadá e a dobradinha da Willians nos treinos classificatórios do GP da Áustria, parecia que a realidade mudaria um pouco na disputa do campeonato este ano. Porém as Mercedes colocaram “ordem na casa” e fizeram novamente mais uma dobradinha ao final do GP austríaco com Rosberg ampliando sua vantagem sobre Hamilton. É melhor o inglês aproveitar a corrida em casa e começar a reagir logo, antes que seja tarde demais na disputa do campeonato deste ano.

  O circuito da corrida

O Grande Prêmio da Grã Bretanha (mais conhecido no Brasil como GP da Inglaterra) junto com o GP da Itália constituem-se nas únicas etapas da história da Fórmula 1 que sempre aconteceram de forma interrupta, ou seja, nestes 64 anos sempre durante uma temporada de Fórmula 1 as etapas da Grã Bretanha e da Itália sempre estiveram presentes no calendário da F1.

Além de Silverstone, a Fórmula 1 na “Ilha da Rainha” já utilizou os circuitos de Aintree e de Brands Hatch pare realização de corridas da categoria, sendo que 1955 á 1986 a corrida ocorria um ano e Silverstone e no ano seguinte em Aintree ou Brands Hatch e voltando no outro ano para Silverstone. Somente em 1987 é que a etapa da Grã Bretanha passou a ocorrer somente em Silverstone.  Ainda ocorreu uma corrida em Donington Park no ano de 1993, mas que valeu como GP da Europa e não como GP da Grã Bretanha.

O lendário circuito de Silverstone passou por várias modificações desde a primeira corrida realizada por lá em 1950 para atender as exigências da FIA ao longo dos últimos anos. O traçado atual utilizado composto por retas, várias curvas rápidas e algumas lentas (onde o traçado pode ser montado com combinações diferentes) possui 5891 metros e pode ser visto na figura abaixo.

Pilotos e equipes devem ficar atentos. Na cinzenta Inglaterra a chuva é sempre possível de ocorrer, adicionando mais emoção à corrida.

Dados históricos

Nas 64 edições realizadas até agora do GP da Grã Bretanha desde 1950, 38 pilotos diferentes venceram lá. O italiano Giuseppe Farinafoi o primeiro vencedor, em 1950, correndo no antigo traçado de Silverstone.

Os maiores vencedores de GPs da Grã Bretanha são o inglês Jim Clark e o  francês Alain Prost com 5 vitórias cada, sendo que Prost é o maior vencedor em Silverstone, pois todas as suas 5 vitórias foram conquistadas lá. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Ferrari com 16 vitórias (13 em Silverstone), seguida pela McLaren, com 14 vitórias (12 em Silverstone).

A pole mais rápida do atual traçado foi feita por Lewis Hamilton pela Mercedes em 2013 com o tempo de 1min 29s 507 (com os carros com motores V8) e a volta mais rápida foi feita por Fernando Alonso em 2008, pela Ferrari com o tempo de 1min 30s 874 (também com os carros com motores V8).

Expectativa para a corrida

Após um suspiro de uma possível novidade na disputa do campeonato deste ano com a vitória de Ricciardo no Canadá e a dobradinha das Willians no treino classificatório da Áustria Rosberg e Hamilton puseram a “casa em ordem” e fizeram novamente mais uma dobradinha vitoriosa ao final da corrida da Áustria.

Porém quem “lucrou” mais nestas duas últimas corridas foi Rosberg que anulou qualquer possível efeito negativo após a polêmica vitória em Mônaco e abriu uma boa diferença para seu companheiro de equipe Lewis Hamilton.

O inglês, aliás, deve aproveitar o fator “casa” e voltar a vencer, antes que a equipe comece a favorecer Rosberg na disputa pelo campeonato de pilotos.

A principal expectativa está em torno dos carros da Willians. Após o bom desempenho na Áustria, o time de Frank Wilians espera se firmar como segunda força nesta temporada, pois os títulos, tanto de pilotos, quanto de construtores, parece cada vez mais nas mãos da Mercedes.