Um gênio da bola, 305 gols marcados na carreira, 39 títulos, duas vezes o melhor jogador do mundo, um dos nove jogadores a conquistar UEFA Champions League e Copa Libertadores da América, Campeão do Mundo com a Seleção Brasileira em 2012. Este é o currículo invejável de Ronaldinho Gaúcho, um craque que por anos encantou o mundo com seus dribles e jogadas, gols antológicos e muitas vezes improváveis. Mas e agora? Chegou o momento de R10 parar?

Ronaldo marcou seu nome na história do futebol mundial. Mudou as histórias de Barcelona e Atlético Mineiro, conquistando títulos e sendo venerado por suas torcidas. No Galo, depois de saída conturbada do Flamengo, mais uma em sua carreira, deu uma improvável resposta a uma imprensa perseguidora que sempre cobrou do craque atuações de gala como nos tempos de Barcelona.

Para o mundo, Ronaldinho sempre será o gênio vencedor e responsável por espetáculos dentro de campo. Para o Brasil as pessoas insistem em transforma-lo em um monstro sem coração mercenário. Bastou ser anunciada sua saída do Fluminense para todos voltarem a acusa-lo de mal caráter.

Com 35 anos, claro, Ronaldinho não é mais o mesmo, até porquê se fosse não estaria no futebol brasileiro. Também não podemos, jamais, esquecer a má influência de seu irmão e empresário, Assis. Talvez o maior responsável por todos os conflitos que o craque passou na carreira. Mas fato é que, tirando o Grêmio, clube que o revelou, e que merecia mais respeito, as outras saídas foram aceitáveis.

Do PSG, ele buscou um time que lhe proporcionasse conquistas, o que não teria em Paris. O Barcelona lhe deu tudo que queria. Depois de sua melhor faze, foi para Milão buscar novos desafios, certamente não foi o mesmo, mas ainda assim teve uma boa passagem e foi campeão italiano. A conturbada volta para casa teve mais o protagonismo do seu empresário, que criou um leilão em volta do atleta, do que do próprio jogador. No Flamengo saiu porque não recebia, erro do clube que prometeu o que não podia cumprir, algo muito comum no futebol brasileiro, infelizmente.

Sua saída do Galo foi depois de uma conquista, já não rendia mais como no ano anterior é verdade, porém seus objetivos no clube foram todos conquistados, deu a volta por cima depois que deixou o Rio e conquistou títulos. O Queretáro foi uma aventura onde, ainda assim, levou o clube a decidir o campeonato mexicano pela primeira vez. E se todos o acusavam de ser um jogador sem princípios, a saída do Fluminense, no meu ponto de vista, foi de uma pessoa honrosa, reconheceu que não estava rendendo, que não estava feliz com a situação, e que era uma grande sacanagem continuar.

Se sua carreia foi afetada por seu comportamento extracampo, com baladas e festas particulares, ou se poderia ter jogado mais tempo em alto nível caso tivesse mais cuidado, provavelmente sim. Mas o que não podemos deixar acontecer é a tentativa exacerbada da imprensa brasileira em destruir a história de um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, única e simplesmente porque desejávamos que ele ainda jogasse como nos tempos de Barcelona.

Claro que seria bom ter Ronaldinho em alto nível por mais tempo, mas comportamentos que vão contra a profissão de atleta é fato costumeiro para os jogadores brasileiros, vide Romário, Renato Gaúcho, Ronaldo, Adriano Imperador, e até mesmo Garrincha…. Se é o momento de sua aposentadoria? Acho que quem deve decidir é ele, como disse Marcelo Barreto no Seleção Sportv, ninguém tem o direito de dizer a outra pessoa o seu momento de aposentar.

Certa vez, quando ainda estava no Atlético, Ronaldinho em uma entrevista disse que enquanto estivesse se divertindo jogando bola, ele iria continuar. Segundo alguns relatos, e noticiados na grande mídia, sua falta de alegria também foi motivo para sair do Fluminense.

Que Ronaldinho tome a melhor decisão para a sua vida, mas que sempre quando falarmos de R10, que ele seja visto como o craque que foi, campeão de tudo, e muito receptivo com todos que se aproximava dele. Qualquer que seja a decisão de Ronaldinho, seus lances já são eternos nas mentes dos apaixonados por futebol.