DA FORMAÇÃO AO DESEJO MAIOR POR CONQUISTA
Hoje chegou ao fim a 47ª Copa São Paulo de futebol júnior, tendo o Flamengo com campeão, o clube carioca conquista sua terceira copinha. Mas o que fica da Copinha, principal competição de base do país?
https://youtu.be/g-lziaMsJ2I
https://youtu.be/Qp5uMgPd9sQ
Voltando um pouco ao tempo, vimos nossa Seleção sofrer o maior vexame de sua história, os 7 a 1 para a Alemanha acendeu o sinal de alerta, e as grandes indagações da mídia e de comentaristas são: não temos bons jogadores, não formamos jogadores mais, o processo na base está errado…. Destas, concordo apenas que o processo na base está errado.
Deixamos de usar as competições de base para formar atletas, para apurar fundamentos de futuros jogadores. Hoje competições de base é quase tão importante quanto os campeonatos profissionais, vide a indignação da torcida do Palmeiras quando o time foi eliminado para o América – MG, isso porque o time nunca ganhou a Copinha e todos os rivais de São Paulo já possui o caneco. A torcida do Corinthians cercando o ônibus do time sub-15 depois de uma eliminação….
Fatos que ilustram perfeitamente o que vivemos nos times de base do país, garotos que estão em formação e que já são obrigados a conviver com a necessidade imediata de resultados. A base perdeu o foco e os 7 a 1 é reflexo desta perda, não preocupamos mais em lapidar atletas, mas em buscar conquistas para a base, até contratar atletas para reforçar a categoria de base está se tornando uma prática usual no Brasil, o que eu considero um atentado a formação de atletas.
Depois do jogo entre Flamengo e Corinthians, pude assistir algumas partes de alguns programas que debatiam a final da Copinha, o grande ponto em todas as mesas redondas era o pênalti perdido por Matheus Pereira, garoto de 18 anos que tentou uma cavadinha e acabou errando o pênalti. Dez de cada 10 comentaristas condenaram veemente o garoto, o mais espantoso, os mesmos que disseram que o Brasil não produz mais jogadores.
Os mesmos que cobram são os primeiros a colocar ainda mais pressão em jovens jogadores que estão em estágio de aprendizagem, por isso a competição é de base. Mas como no Brasil sempre existe um culpado para derrota e nunca um merecedor da conquista, hoje Matheus é o culpado, e olha que se trata de um jogador com muito talento, e com enorme potencial, mas que já estamos tratando de queimar, assim vai ficar complicado formar atletas.
No meu modo de pensar, Matheus errou no momento certo, arriscou no momento certo e vai aprender com este erro, aprender que decisão é preciso mais concentração e seriedade. Não podemos julga-lo como profissional que ele ainda não é. Afinal, a Copa São Paulo nada mais é do que mais um estágio de aprendizado para jovens talentos que podem contribuir e muito para o futuro de nosso futebol.
Em uma breve análise, diversos craques do nosso futebol não ganharam a Copa São Paulo, e tantos outros que a conquistaram não tiveram posições de destaque no profissional. Chega de inverter o processo e de criar a necessidade de conquista em categoria de base, de colocar pressão em jovens talentos que neste momento devem apenas se preocupar em apurar suas habilidades e aprender com os erros.
De positivo da Copa São Paulo fica os diversos talentos de diferentes posições. Mas ainda são garotos, com uma longa caminhada pela frente, e com muita coisa para aprender, tanto em termo técnicos com em termos de responsabilidade. Porém, uma coisa já se pode destacar, os nossos garotos evoluíram muito em termos de responsabilidades táticas, tendo mais compromisso com suas funções em campo.
Agora só falta voltarmos a entender, clubes e mídia, que competições de base é para formar atletas e não colocar ainda mais responsabilidades em garotos que estão começando suas carreiras.
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