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BRASILEIRÃO: O CAMPEONATO LOUCO!

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Não existe muita dúvida de que o Campeonato Brasileiro é o campeonato mais equilibrado do mundo. Nenhum outro começa com tanto time candidato a título e nenhum outro termina com um desses candidatos rebaixado, como é comum acontecer por aqui (o Inter vem forte, inclusive).

Mas este ano, o equilíbrio está de parabéns!

Ah vá! Com o Corinthians 500 pontos à frente do segundo colocado?

Sim! O Corinthians sapateou na cara dos recordes no primeiro turno:  maior número de pontos, não perdeu, abriu uma vantagem absurda, etc, etc, etc… Mas o restante do campeonato está uma loucura sem precedentes!

Time que está na zona de rebaixamento, com duas vitórias em rodadas consecutivas entra de voadora na briga por uma vaga no G6. E isto não é visto em lugar algum da face da Terra, seja liga de ponta ou liga pequena. Inclusive, gostamos!

Primeiro, os louros ao Corinthians! Começou o ano em uma turbulência enorme, com um time desacreditado, o técnico não era a primeira opção, briga política interna, problema financeiro gravíssimo. Ainda assim, a “quarta força” ganhou o paulistão e fez no primeiro turno de 2017, o mesmo número de pontos que o Cruzeiro fez em 2003 (talvez o maior campeão dos pontos corridos, até em função do tamanho do campeonato), mas com quatro(!) rodadas a menos para fazê-lo. É um absurdo a campanha corintiana. Parabéns aos envolvidos.

 

Agora ponderemos sobre o restante da tabela. Temos algumas decepções, principalmente Palmeiras e Flamengo. Os dois montaram times fantásticos, gastaram as burras de dinheiro para trazer jogadores de grande nome e não engrenaram no campeonato. Cruzeiro e Atlético-MG também davam boa esperança a seus torcedores antes de o campeonato começar, mas também não engrenaram e nem no G6 figuram na virada do turno. O Galo, inclusive, mais preocupado com o Z4 que com o G6, o que é um absurdo completo.

Mas nenhum tem situação pior que o São Paulo: em janeiro, foi colocado à frente do Corinthians; na virada do turno, está na zona de rebaixamento e tirando o sono de sua torcida. Uma sucessão de erros fez o São Paulo entrar numa lama que fica muito difícil de sair no segundo turno. A missão do tricolor será inglória e hercúlea.

 

Além disso, temos as gratas surpresas, capitaneadas pelo Sport. O time começou mal o ano, meio claudicante, mas a velha raposa Vanderlei Luxemburgo assumiu o pojeto, alavancou o leão ao G6, lá está a um bom tempo e não está com cara que sairá facilmente. O Botafogo, com elenco curto, problemas com lesões, jogando no limite desde janeiro, está lutando bravamente em três frentes: semifinalista da Copa do Brasil, segue firme no brasileiro e ganhou a ida das oitavas da Libertadores contra o grande Nacional do Uruguai.

Outro que faz boa campanha é o Santos. Foi o vice-campeão na temporada passada, mas começou mal o ano, trocou trinador, trocou vários jogadores, sofre com seguidas e graves lesões além da idade avançada de alguns de seus destaques. Mesmo assim ressurgiu durante o campeonato e vira o turno na terceira colocação, coisa inimaginável na data de início do certame.

Exemplo do equilíbrio do campeonato é o Coritiba: na 17ª rodada perdeu para o Galo em casa e entrou na zona de rebaixamento. Ganhou do São Paulo e da Chape nas rodadas seguintes e vira o turno na 9ª colocação (três posições e três pontos atrás de uma vaga na Libertadores).

Números e ponderações

Temos alguns pontos a avaliar: primeiro que é a primeira vez que temos um G6 desde o início do campeonato, podendo chegar a G8. É muita vaga para a libertadores e de fato, a impressão que passa é que quem não rebaixa vai para a Liberta ano que vem. Tem a Libertadores ocorrendo, embora tenhamos 45 dias entre cada jogo da competição continental. Quase não ocorre, mas o espectro dela está sempre ali assombrando os times que a disputam.

Mas temos também alguns números que mostram a loucura que é o brasileirão: 56% dos jogos não terminaram com vitória do mandante. Parei. Até ano passado, basicamente, jogar em casa era garantia de três pontos. Por exemplo, o Santos na Vila, que era garantia de vitória santista e o Galo no Horto. O Atlético-MG ganhou apenas DOIS jogos em BH, contra o Avaí (com todo o respeito aos catarinenses, mera obrigação) e contra o Cruzeiro, que é clássico e pode acontecer de tudo. Se falasse no início do ano, que a campanha atleticana seria assim, iam rir da sua cara.

Também, quem tem posse de bola, não costuma ganhar os jogos, o que tem muito a ver com a história dos mandantes, pois quem joga em casa costuma ficar com a bola, tentar propor o jogo…

Seleção do primeiro turno

E nisso, entramos na escalação da seleção do primeiro turno. Tivemos vários esquemas escalados ao longo das rodadas, mas o esquema que mais ocorreu foi com três atacantes, e assim a seleção foi escalada. Não é o campeonato do meio de campo, com transição rápida, contra-ataque, abdicação da posse, chutão, etc… Por isso, nossa seleção terá apenas um meia, que será escolhido em um empate entre OITO candidatos, todos com apenas duas indicações. Desempenho muito fraco dos meias. O escolhido foi Rodriguinho, por motivo de “8 pontos de vantagem para o segundo colocado”.

Para completar a meiúca, dois volantes. Um, entrou pelo número de votos, como tem que ser. Depois, houve um empate entre Gabriel, do Corinthians (que já é um motivo para entrar na seleção) e Ramiro, do Grêmio. Mas o escolhido foi o gremista para que nossa seleção tenha, pelo menos, UM jogador do vice-líder. Isso mesmo! Se não fosse essa escolha, digamos, aleatória, não teria nenhum jogador gremista figurando na seleção, mesmo com “o melhor futebol do país”, “o time que vai ‘disputar’ com o Corinthians” e com “o melhor jogador do campeonato: Luan” (que não entrou na seleção). Esse campeonato é muito louco, não dá para explicar em poucas palavras.

Por último, Arana é o dono da lateral esquerda. São soberbas 6 indicações, que já lhe conferem liderança na busca pelo título de craque do campeonato, que será dado ao final dele.

Agora, como diz o outro, é a hora que o filho chora e a mãe não vê. Enfrentar o São Paulo vai ser uma loucura pois estarão jogando a vida para se livrar do rebaixamento. Não será qualquer um que viajará a Recife e trará pontos. Veremos o que as fases finais dos mata-mata interferirão no campeonato, principalmente em relação do Grêmio, que tem boas chances na Copa do Brasil e na Libertadores. E ao final, veremos quem terá o ano salvo, quem vai encontrar a glória e quem terá um natal mais triste por conta do time. Vamos à seleção.

Goleiro

  • Vanderlei (Santos) é o escolhido, com 4 indicações, como tem que ser. Victor (Atlético-MG) teve 3 indicações e é o vice-líder.

Lateral Direito

  • Fagner (Corinthians), Jonathan (Atlético-PR), Nino Paraíba (Ponte Preta) e Romero (Cruzeiro) tiveram duas indicações cada um. O escolhido foi o corintiano, por motivos óbvios.

Zagueiros

  • Balbuena (Corinthians) com 5 indicações e Réver (Flamengo) com 3 formam o centro da defesa. Sete (!) nomes aparecem logo atrás com duas indicações cada um.

Lateral Esquerdo

  • Só dá Guilherme Arana (Corinthians) com 6 (!) indicações. Sidicley (Atlético-PR) é o segundo com 3 indicações.

Volantes

  • Bruno Silva (Botafogo) mostra o grande ano do time da estrela solitária e entra com 4 indicações. Gabriel (Corinthians) e Ramiro (Grêmio) têm 3 indicações cada; entra Ramiro por motivo de “precisamos premiar o Grêmio”.

Meia

  • Cazares (Galo), Douglas (que estava no Vasco, foi para o City e depois para o Girona), Éverton Ribeiro (que chegou outro dia no Flamengo), Guerra (Palmeiras), Lindoso (improvisado no meio pelo Botafogo), Renê Júnior (Bahia), Thiago Neves (que já foi vaiado no Cruzeiro, mas depois engrenou) e Rodriguinho (Corinthians) tiveram apenas dois votos cada um. O corintiano entra pelo conjunto da obra.

Atacantes:

  • André (Sport), Jô (Corinthians) e Lucca (Ponte) tiveram 3 indicações cada e formam a linha de frente. Todos centroavantes, porque, afinal, azar da marcação! O importante é fazer gol. Outros Sete (!) nomes aparecem logo atrás deles com duas indicações cada um.

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