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AUSTRÁLIA: DO FINAL AO INÍCIO

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Para quem tem menos de 30 anos a maioria dos que acompanham a Fórmula 1 se acostumaram a ver o GP da Austrália como a corrida de abertura da temporada da F1. Porém nem sempre foi assim. De 1985 a 1995, quando a corrida era realizada em Adelaide, a etapa australiana era a que encerrava a temporada. E, para azar dos australianos, somente em duas vezes o campeão ao final da temporada só foi conhecido na “terra dos cangurus”.

Vista aérea do circuito temporário de Albert Park onde se realiza desde 1996 o GP da Austrália. FOTO: f1-grandprix.com.
Vista aérea do circuito temporário de Albert Park onde se realiza desde 1996 o GP da Austrália. FOTO: f1-grandprix.com.

E nessa mistura de começos e finais vamos relembrar a última vitória do grande ídolo do automobilismo brasileiro Ayrton Senna no GP da Austrália de 1993.

A etapa australiana era a última do mundial daquele ano. A corrida foi realizada no Circuito de Rua de Adelaide. O Mundial de Pilotos naquele ano já havia sido conquistado por Prost, em Portugal, com duas etapas de antecipação. Senna buscava confirmar o vice-campeonato contra Damon Hill, companheiro de equipe do francês na Williams.

Conquistar a segunda posição no campeonato daquele ano era quase um título paralelo, pois os carros da Willians de Prost e Hill eram muito superiores em relação aos demais.

              “Senna fez a pole no sábado. Na largada da corrida, Senna resistiu melhor ao ataque de Alain Prost à liderança, enquanto o Larrousse de Toshio Suzuki toca no Lotus de Pedro Lamy, fazendo-o descolar e não andar mais do que 200 metros.

            Nas primeiras voltas, Senna seguia à frente de Prost, com Hill e Schumacher logo atrás. Hakkinen, que partira mal e deixara ultrapassar Berger, era sétimo. O alemão da Benetton ia parar cedo, para imprimir um ritmo mais forte, mas na volta 20, motor subitamente calou-se e as férias vieram mais cedo.

               À medida que a corrida prosseguia, a liderança de Senna era cada vez maior. Quando Senna foi à boxes, na volta 25, Prost herdou a liderança, mas não durou mais do que quatro voltas, pois quando foi a vez do francês ir trocar de pneus, o brasileiro retomou naturalmente a liderança.

              Com as segundas paradas, tudo ficou na mesma, embora na volta 55, Damon Hill tenha perdido o controle do carro na curva Adelaide, e perdia a segunda posição para o francês. E foi assim até a 79ª e última volta da corrida.

            No final, Senna vencia o 41º Grande Prêmio da sua carreira. Era o seu último pela McLaren e assim, fechava esse capítulo, garantindo o vice-campeonato. Alain Prost vinha logo atrás e conseguia a segunda posição, subindo ao pódio na sua última corrida de uma longa carreira. Já Damon Hill, o representante da nova geração (apesar de ter 33 anos, os mesmos que Senna…), era o terceiro classificado. O vídeo a seguir mostra, entre outras coisas, o pódio daquela corrida.


               Quando os três subiram ao pódio, Senna agarrou a mão de Prost e ergueu-o, demonstrando respeito pelo seu maior rival, com quem tinha feito muitos cabeçalhos nos jornais. A multidão aplaudiu, sabendo que aquilo simbolizava o final de uma era na Formula 1. O que não se sabia era que o rival de Prost e seu sucessor na Williams, não iria viver por muito mais tempo… ” (texto retirado do livro de Francisco Santos, Fórmula 1 93/94)

Neste ano de 2015, como desde 1996, a etapa australiana marcará o início de mais uma temporada da Fórmula 1. Em Melbourne, inicia-se uma nova batalha pela conquista do título da principal categoria do automobilismo mundial. 20 pilotos por 10 equipes diferentes buscarão escrever (ou adicionar) suas histórias na Fórmula 1.

A cena histórica de Senna erguendo o braço de Prost. FOTO: F1
A cena histórica de Senna erguendo o braço de Prost. FOTO: F1

O circuito da corrida

O Grande Prêmio da Austrália faz parte do calendário da Fórmula 1 desde 1985. De lá pra cá esteve sempre presente no calendário da principal categoria do automobilismo mundial.

O circuito utilizado é o Circuito de Albert Park, localizado em Melbourne, que corresponde a trechos de estrada de trânsito regular próximas a um lago dentro do parque, que são fechadas e recebem arquibancadas durante o final de semana da Fórmula 1.

Imagem da reta dos boxes do Circuito de Albert Park. FOTO: www.f1fanatic.co.uk.
Imagem da reta dos boxes do Circuito de Albert Park. FOTO: www.f1fanatic.co.uk.

Uma coisa que chama muito a atenção da corrida australiana é seu alto índice de abandono de pilotos. Muito se deve ao fato de que na primeira etapa não se possui ainda pleno conhecimento dos carros e muitos imprevistos e quebras ocorrem durante a mesma.

Apesar do jeitão de circuito de rua e de não ser muito fácil ultrapassar por lá, é uma pista interessante, rápida, composta por retas e 16 curvas, ora rápidas, ora mais lentas que se distribuem ao longo dos seus 5303 metros, que os pilotos deverão fazer, em situações normais, por 58 vezes, para que se conheça o vencedor da etapa australiana da Fórmula 1. O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.

A chuva, apesar de já ter ocorrido algumas vezes, em outros anos, não costuma ser presença muito comum nesta corrida.

Circuito de Albert Park onde se realiza o GP da Austrália, desde 1996. FOTO: commons.wikimedia.org.
Circuito de Albert Park onde se realiza o GP da Austrália, desde 1996. FOTO: commons.wikimedia.org.

Dados históricos

Foram realizadas até agora, 30 edições do GP da Austrália desde 1985. Até 1995, foi utilizado um circuito de rua construído na cidade de Adelaide. De 1996 prá cá, a corrida sempre se realizou no Albert Park, em Melbourne. O primeiro vencedor de um GP da Austrália foi o finlandês Keke Rosberg, em Adelaide (Nico Rosberg repetiu o feito do pai ano passado). Em Melbourne, o primeiro vencedor foi o inglês Damon Hill. O maior vencedor de GP’s da Austrália, e também em Melboune, é o alemão Michael Schumacher, com 4 vitórias, seguido pelo inglês Jenson Button, com 3 vitórias. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a McLaren com 11 vitórias (6 em Melbourne) seguida pela Ferrari com 7 vitórias (também 6 em Melbourne).

Mais uma vez é na Austrália que vai iniciar mais uma temporada da Fórmula 1. FOTO: www.hardmob.com.br.
Mais uma vez é na Austrália que vai iniciar mais uma temporada da Fórmula 1. FOTO: www.hardmob.com.br.

A pole mais rápida foi feita por Sebastian Vettel da Red Bull, em 2011, com o tempo de 1min 23s 529 (com os carros com motores V8) e a volta mais rápida foi feita por Michael Schumacher, pela Ferrari, em 2004, com o tempo de 1min 24s 125 (com os carros com motores V10).

Expectativa para a corrida

Mais uma temporada vai se iniciar na Fórmula 1 e o que os testes de inverno deixaram em evidência é que a Mercedes mais uma vez vai começar sobrando nesta temporada. Tanto em velocidade, quanto em confiabilidade e em ritmo de corrida a Mercedes se mostrou superior. Porém, a distância em relação aos concorrentes é menor desta vez . Williams, Red Bull e Ferrari demonstraram que, em situações atípicas, podem sim “roubar” poles e até, vitórias das Mercedes.

A McLaren é a grande dúvida entre as grandes. Rodou pouco com novo motor Honda, ainda não muito confiável, e, para piorar, o estranhíssimo acidente que forçou o espanhol Fernando Alonso a não correr nesta etapa (será substituído pelo antigo titular e agora piloto de testes Kevin Magnussen), aumentou ainda mais a desconfiança sobre o bólido inglês.

Entre as demais equipes, destaque para a Sauber. A equipe, que fez bons tempos durante os testes de inverno, se vê as voltas com um problema de última hora: o ex-piloto de testes da equipe em 2014, o holandês Giedo Van der Garde, conseguiu na justiça o direito de pilotar um dos carros da Sauber nesta temporada. Para esta etapa o time suíço teria que optar entre Ericsson e o brasileiro e estreante, Felipe Nasr, mas um acordo com o Van der Garde garantiu que nada mudasse para a abertura da temporada.

Felipe Massa buscará em 2015 reencontrar o caminho das vitórias. Com um carro melhor ainda que o de 2014 (em média todos os carros foram 2 segundos mais rápidos nos tempos finais em relação aos do ano passado) o brasileiro busca renascer na carreira após o acidente que sofreu no GP da Hungria em 2009. “Fé em Deus” e “pé na tábua” Haja coração para mais esta temporada da Fórmula 1.

Será que a temporada de 2015 girará novamente entorno destes dois? FOTO: pilotosnuncaerram.com.br.
Será que a temporada de 2015 girará novamente entorno destes dois? FOTO: pilotosnuncaerram.com.br.

Horários:

Classificação – 14/03/2015 (sábado), 03:00h (03:40 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília),

Corrida – 15/03/2015 (domingo), 02:00h (horário de Brasília)

O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.

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