AUSTRÁLIA 94 – SCHUMI “VIGARISTA” CONQUISTA SEU PRIMEIRO TÍTULO
Para quem tem menos de trinta e acompanha a Fórmula 1, já é costumeiro ver o GP da Austrália como a corrida de abertura da temporada da F1. Porém nem sempre foi assim. De 1985 a 1995, quando a corrida era realizada em Adelaide, a etapa australiana era a que encerrava a temporada. E, para azar dos australianos, somente duas vezes é que o campeão ao final da temporada só foi conhecido na “terra dos cangurus”.
E uma dessas duas ocasiões é a que será contada neste artigo inaugural da temporada de 2016 da Fórmula 1. Simplesmente a corrida que marcou a conquista do primeiro dos sete títulos do maior campeão de todos os tempos da Fórmula 1: Michael Schumacher.
A tumultuada temporada da Fórmula 1 de 1994 marcada pelas mortes de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna em consequência, em parte, da retirada de recursos eletrônicos nos carros no início da temporada, chegava na Austrália com o título do Mundial de Pilotos ainda em aberto. Os postulantes ao título eram o alemão Michael Schumacher e o inglês Damon Hill.
Schumacher teve um começo de temporada arrasador: em sete corridas havia vencido seis e alcançado um segundo lugar. Parecia que o título daquela temporada viria de maneira bem antecipada para o alemão. Porém a partir do GP da Grã Bretanha, uma combinação de fatores, entre eles desqualificações e exclusões (algumas questionáveis) somado a cinco vitórias de Damon Hill a partir desta corrida, empurraram a decisão da temporada de 1994, para a última corrida do campeonato em Adelaide, na Austrália.
Naquele final de semana “a “pole-position” foi para às mãos de Nigel Mansell, e Schumacher foi segundo. No terceiro lugar estava o seu rival Damon Hill, tendo a seu lado o finlandês Mika Hakkinen.
No momento da partida, Schumacher e Hill passaram Mansell e foram para a frente. O britânico esteve sempre a pressionar o alemão da Benetton, na esperança de este cometer um erro. Entretanto, Mansell caia mais dois lugares, ao ser ultrapassado por Hakkinen e Barrichello. Na volta 15, o “brutânico” conseguiu ultrapassar o brasileiro da Jordan e foi em perseguição de Hakkinen.
Na volta 36, veio o momento mais polêmico: no “East Terrace Corner”, Schumacher abriu demasiado a curva e despistou-se, tocando no muro. Quando o Benetton voltou à pista, Hill tentou ultrapassá-lo, mas na curva seguinte, o alemão guinou para a direita e ambos colidiram. Schumacher abandonou no momento, e Hill levou o carro para as boxes, onde detectaram danos num dos braços da suspensão, o que levou ao abandono.
Como nenhum dos dois iria marcar pontos, o alemão é declarado campeão do Mundo, o primeiro dos seus sete títulos mundiais, numa manobra considerada por muitos como uma das mais antidesportivas de sempre. Mas apesar da manobra, quer a Williams, quer os comissários de pista classificaram a manobra como um simples incidente de corrida.
Texto retirado do blog Continental Circus
A manobra em questão pode ser vista no vídeo a seguir onde se misturam as imagens reais mais imagens virtuais.
A partir daí Schumacher foi muito associado ao personagem de desenho animado Dick Vigarista. Dick, como muitos conhecem, é um personagem do famoso desenho “Corrida Maluca” que faz várias trapaças durante as corridas, mas que nunca consegue ganhar as mesmas.
Além desta corrida de 1994, outros episódios que também ocorreram em 1997 e 2006, por exemplo, ajudaram a dar a fama de trapaceiro para Schumi.
Neste ano de 2016, como desde 1996, a etapa australiana marcará o início de mais uma temporada da Fórmula 1. Em Melbourne, inicia-se uma nova batalha pela conquista do título da principal categoria do automobilismo mundial. 22 pilotos por 11 equipes diferentes buscarão escrever (ou adicionar) suas histórias na Fórmula 1.
O circuito da corrida
O Grande Prêmio da Austrália faz parte do calendário da Fórmula 1 desde 1985. De lá pra cá esteve sempre presente no calendário da principal categoria do automobilismo mundial.
O circuito utilizado é o Circuito de Albert Park localizado em Melbourne que corresponde a trechos de estrada de trânsito regular próximas a um lago dentro do parque, as quais são fechadas e são montadas arquibancadas durante o final de semana da Fórmula 1.
Uma coisa que chama muito a atenção da corrida australiana é o alto índice de abandono de pilotos durante a mesma. Muito se deve ao fato de que na primeira etapa não se possui ainda pleno conhecimento dos carros e muitos imprevistos e quebras ocorrem durante a mesma.
Apesar do jeitão de circuito de rua e de não ser muito fácil ultrapassar por lá, é uma pista interessante, rápida, composta por retas e 16 curvas, ora rápidas, ora mais lentas que se distribuem ao longo dos seus 5303 metros, os quais os pilotos deverão fazê-lo, em situações normais, por 58 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa australiana da Fórmula 1.
O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.
A chuva, apesar de já ter ocorrido algumas vezes, em outros anos, não costuma ser presença muito comum nesta corrida.
Dados históricos
Foram realizadas até agora, 31 edições do GP da Austrália desde 1985. Deste ano até 1995, foi utilizado um circuito de rua construído na cidade de Adelaide. De 1996 prá cá, a corrida sempre se realizou no Albert Park em Melbourne. O primeiro vencedor de um GP da Austrália foi o finlandês Keke Rosberg em Adelaide. Em Melbourne o primeiro vencedor foi o inglês Damon Hill. O maior vencedor de GP’s da Austrália, e também em Melboune é o alemão Michael Schumacher, com 4 vitórias, seguido pelo inglês Jenson Button, com 3 vitórias Por equipes, quem mais venceu até agora foi a McLaren com 11 vitórias (6 em Melbourne) seguida pela Ferrari com 7 vitórias (também 6 em Melbourne).
A pole mais foi feita por Sebastian Vettel pela Red Bull em 2011 com o tempo de 1min 23s 529 (com os carros com motores V8) e a volta mais rápida foi feita por Michael Schumacher, pela Ferrari, em 2004, com o tempo de 1min 24s 125 (com os carros com motores V10).
A expectativa para a temporada de 2016
Considerando os testes de inverno e o treino classificatório já realizado parece que esta temporada de 2016 será mais um “repeteco” das duas temporadas anteriores. A Mercedes possui novamente o melhor carro do grid e deve conquistar novamente os mundiais de pilotos e construtores neste ano. Porém creio que com um pouco mais de dificuldade.
A Ferrari conseguiu melhorar em alguns aspectos o carro de 2015 e creio que Vettel e Raikkonen colocarão “mais pressão” sobre a dupla da Mercedes este ano.
Dentre as demais equipes destaque positivo para a McLaren que, ao que parece não vai mais disputar a “rabeira” do grid neste ano. No entanto, as vitórias ainda devem continuar longe do time inglês. E negativo para a Williams e Sauber. Os times dos brasileiros Felipe Massa e Felipe Nasr, respectivamente não conseguiram manter a evolução que tiveram em 2015. A Williams não deve conseguir este ano repetir os feitos dos últimos dois anos e deve, no máximo, ser a terceira força desta temporada, mas desta vez numa disputa bem mais apertada com as demais equipes. Já a Sauber enfrentou dificuldades para desenvolver o seu carro para esta temporada e deve disputar com a novata Haas, o posto de segunda pior equipe da temporada, que deve ficar mais uma vez com a Manor.
Se entre os pilotos novatos nenhum inicialmente chama a atenção entre as equipes os destaques são o retorno da Renault para a Fórmula 1 como equipe e a entrada da americana Haas. Com experiência na Nascar e na Fórmula Indy, o time americano deve, inicialmente disputar as últimas posições com a Sauber e a Manor.
O novo formato para o treino classificatório não agradou ninguém. A emoção obtida no Q1, foi se esvaindo aos poucos, chegando ao cúmulo de faltando ainda três minutos para acabar o treino, nenhum piloto foi mais para a pista. Hamilton obteve a pole position mais uma vez, a 50ª em sua carreira. Já esta em discussão a mudança deste formato já para a próxima prova no Barein. O resultado do treino classificatório se encontra logo abaixo, sendo que o piloto Rio Haryanto (MRT) perdera três posições no grid por conta de um incidente com Romain Grosjean no terceiro treino livre.
Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Q1 | Q2 | Q3 | Grid |
1 | 44 | Lewis Hamilton | Mercedes | 1:25.351 | 1:24.605 | 1:23.837 | 1 |
2 | 6 | Nico Rosberg | Mercedes | 1:26.934 | 1:24.796 | 1:24.197 | 2 |
3 | 5 | Sebastian Vettel | Ferrari | 1:26.945 | 1:25.257 | 1:24.657 | 3 |
4 | 7 | Kimi Räikkönen | Ferrari | 1:26.579 | 1:25.615 | 1:25.033 | 4 |
5 | 33 | Max Verstappen | Toro Rosso-Renault | 1:26.934 | 1:25.615 | 1:25.434 | 5 |
6 | 19 | Felipe Massa | Williams–Mercedes | 1:25.918 | 1:25.644 | 1:25.458 | 6 |
7 | 55 | Carlos Sainz Jr. | Toro Rosso–Renault | 1:27.057 | 1:25.384 | 1:25.582 | 7 |
8 | 3 | Daniel Ricciardo | Red Bull–Renault | 1:26.945 | 1:25.599 | 1:25.589 | 8 |
9 | 11 | Sergio Pérez | Force India–Mercedes | 1:26.607 | 1:25.753 | 9 | |
10 | 27 | Nico Hülkenberg | Force India–Mercedes | 1:26.550 | 1:25.865 | 10 | |
11 | 77 | Valtteri Bottas | Williams–Mercedes | 1:27.135 | 1:25.961 | 11 | |
12 | 14 | Fernando Alonso | McLaren–Honda | 1:26.537 | 1:26.125 | 12 | |
13 | 22 | Jenson Button | McLaren-Honda | 1:26.740 | 1:26.304 | 13 | |
14 | 30 | Jolyon Palmer | Renault | 1:27.241 | 1:27.601 | 14 | |
15 | 20 | Kevin Magnussen | Renault | 1:27.297 | 1:27.742 | 15 | |
16 | 9 | Marcus Ericsson | Sauber-Ferrari | 1:27.435 | 16 | ||
17 | 12 | Felipe Nasr | Sauber-Ferrari | 1:27.958 | 17 | ||
18 | 26 | Daniil Kvyat | Red Bull-Renault | 1:28.006 | 18 | ||
19 | 8 | Romain Grosjean | Haas-Ferrari | 1:28.322 | 19 | ||
20 | 21 | Esteban Gutierrez | Haas-Ferrari | 1:29.606 | 20 | ||
21 | 88 | Rio Haryanto | MRT-Mercedes | 1:29.627 | 22 1 | ||
22 | 94 | Pascal Wehrlein | MRT-Mercedes | 1:29.642 | 21 | ||
Tempo dos 107%: 1:31.325 |
Bem amigos é mais uma temporada que se inicia na Fórmula 1. Fé em Deus e “pé na tábua”.
Horário:
Corrida – 20/03/2016 (domingo), 02:00h (horário de Brasília).
A transmissão será feita pela Rede Globo. Boa corrida para todos.
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