Estádios lotados, duelos emocionantes e grande arrecadação. Parece que finalmente um torneio realizado no Brasil foi bem sucedido. Estamos falando da Copa do Nordeste, o único torneio organizado por uma liga no país.

Primeiro, a final já foi apoteótica. O Ceará bateu o Bahia por 2×1 num Castelão (Arena Fortaleza, para os mais formais) com mais de 60 mil espectadores. Aliás, o maior público do Brasil em 2015, sem falar que o Nordestão tem, pelo terceiro ano seguido, a maior média de público do país no primeiro semestre. Numa comparação rasa, com o maior estadual do país, a Lampions League (para mim melhor que o nome original) tem média 7.727 pagantes, contra o 7.598 do Paulistão.

Outro ponto chave para o sucesso é a lógica das premiações. Quanto mais longe o clube for, mais ele ganha. O Ceará, campeão, deve ganhar mais de R$ 5,5 milhões, que é quase o que o time ganhou com a Série B do ano passado, cerca de R$ 7,5 milhões. Proporcionalmente muito mais, pois cada jogo gera uma renda de R$ 462.639, ao contrário dos 198 mil da série B. É de se pensar duas vezes.

Para mim, nada prova tanto o sucesso da Copa do Nordeste quanto o interesse de Goiás e Flamengo em disputar a competição ano que vem. Quem se importa com a geografia? O Goiás, descontente com o estadual, quer jogar a Copa do Nordeste e não a Copa Verde, como outros times do Centro-Oeste. Já o Mengão brigou com a FERJ e está de olho no Nordeste, onde torcedor não lhe falta.

Aliás, a torcida dá um show a parte nessa competição. É uma prova de que com uma competição bem montada, dá para aproveitar sim as rivalidades regionais. Cada jogaço, como a épica semifinal entre Bahia x Sport são um convite para casas cheias. Ai sim, vimos as arenas do nordeste sendo bem usadas.

Por falar em bom uso, a marca da Copa do Nordeste foi bem trabalhada. Vimos um cuidado digno de Champions League nos jogos decisivos, com direito a moeda especial na decisão, flâmulas especiais e fitinhas nas cores dos finalistas. Nada mais do que ORGANIZAÇÃO.

Tem time pequeno também, como o Globo-RN, o Serrano-BA, o Coruripe-SE e o Socorrense-SE. E tem que ter, pois se garantiram a vaga, tem méritos para estar na Liga. Afinal, liga não pode ser confundida com clube, onde time pequeno não tem vez.

No fim das contas deu Ceará, do Magnata e da torcida que encheu o Castelão para comemorar o título inédito. Mas podia ter dado Bahia, Sport, Vitória… Aliás, não deu só Ceará. Deu o futebol nacional. Deu o Nordeste.