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A COPA DAS MANIFESTAÇÕES

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Este é um blog de esportes mas, antes de tudo, é um local de produção de conteúdo, composto por brasileiros. Como tal não podemos nos manter alheios ao que está acontecendo. Este post é apenas um homenagem ao poder do povo de fazer valer seus direitos. Naturalmente, somos a favor de manifestações pacíficas, que alcancem suas causas por meio de propostas articuladas e de idéias discutidas e desenvolvidas com amplo debate entre as pessoas. Somos terminantemente contra baderna e violência. Queremos paz e luta por atitudes justas, necessárias e benéficas ao país, por parte de seus governantes.

O título do post é uma citação feita pelo jornalista Juca Kfouri acerca da série de manifestações que se espalham pelo país durante a Copa das Confederações, que representa muito o momento vivido atualmente, que tem, como um dos motivos principais, o rio de dinheiro que investimos na Copa, deixando áreas como educação e saúde pra trás. A história nos mostrou e continua mostrando que ir as ruas é um ato democrático e que, para que ele surta efeito, devemos antes mudar a nós mesmos. Esse é o começo. Essa mesma história reúne alguns momentos marcantes, onde o esporte foi porta-voz de movimentos sociais cujas reivindicações ganharam visibilidade por meio de atletas, agremiações e torcedores, que aproveitaram o espaço que tinham para divulgar uma causa.

O PROTESTO DOS PANTERAS NEGRAS

Em 1968, nas olimpíadas da Cidade do México, os atletas Tommie Smith e John Carlos, primeiro e terceiro colocado na prova  dos 200m rasos do atletismo, receberam suas medalhas e levantaram o punho cerrado e abaixaram a cabeça durante a execução do hino nacional norte-americano. O ato simbolizava o movimento Panteras Negras e levou ao conhecimento do mundo a luta dos negros norte americanos por direitos iguais, independente da cor da pele, além de difundir essa ideia pelo mundo. A atitude teve espaço também no Brasil, com jogadores de futebol como Sócrates e, principalmente Reinaldo.

O ESPORTE PARANDO GUERRAS

Em 1969, o prestígio e fama de Pelé pararam uma guerra na África. O antigo Congo Belga vivia uma sangrenta guerra civil causada pelos conflitos de etnias e pelo abalo provocado pela exploração colonizadora promovida pela Bélgica, naquele pais. Porém a ida do Santos em excursão para jogar lá parou o confronto. Para que o amistoso contra a seleção do centro-oeste da Africa ocorresse o governador decretou feriado e uma trégua na guerra e permitiu que toda a população chegasse ao estádio para presenciar o jogo. O futebol e Pelé apaziguavam uma guerra ainda que temporariamente, mas deram à população um sopro de paz.

A DEMOCRACIA CORINTIANA

No Brasil na década de 80 um movimento no futebol contribuiu para o fim do regime militar. Jogadores do Corinthians liderados por Sócrates e Casagrande, dois dos atletas com maior engajamento político,  criaram a “Democracia Corintiana”. Era um modelo no qual os próprios jogadores, junto com funcionários e dirigentes, decidiam sobre os mais variados assuntos internos do clube, como contratações, regras internas, entre outros; por meio do voto de peso igual para todos. Esse movimento contribuiu para chamar a atenção da população para a necessidade de eleições diretas e de volta a democracia.

 

A ESPERANÇA EM MEIO A MISÉRIA DO HAITI

Em agosto de 2004, o Haiti vivia um momento de caos e extrema miséria, pedindo ajuda à comunidade mundial. Em um importante ato diplomático o Brasil que apoiava o país com ajuda do exercito e doações para, convoca a seleção brasileira, então campeã do mundo, para um amistoso contra a seleção haitiana. O objetivo de dar alegria e alguns momentos de paz para a população sofrida. O objetivo foi conquistado e o país parou para ver e venerar os craques de renome internacional, que por onde passaram arrastaram uma multidão atrás dos veículos que os levavam ao estádio. No jogo uma vitória fácil, como não poderia deixar de ser, mas fora dele mais uma vitória histórica do esporte sobre a guerra.

O RUGBY NA ÁFRICA DO SUL E O FIM DO APARTHEID

Em 1995, a África do Sul – recém saída do Apartheid e que um ano antes havia realizado sua primeira eleição multirracial, vencida por Mandela – sediou o mundial de rugby. Foi o primeiro torneio internacional a aceitar a participação do país, punido em virtude do seu regime de segregação racial. A desconfiança inicial foi inevitável, pois a seleção consistia apenas por brancos, mas isso mudou quando o negro Chester Williams foi convocado às pressas para substituir um companheiro lesionado, sendo de fundamental importância para a conquista da Copa, contra a favoritíssima Nova Zelândia. A vitória foi um marco para a história da República da África do Sul que pela primeira vez o país era legitimamente representado em nível internacional por uma seleção multirracial. A seleção se tornou um símbolo da nova nação.

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