A BATALHA DA LIBERTADORES – PARTE 1
E agora começa a guerra! Depois de uma prévia, com a fase pré-Libertadores, a competição começa para valer na sua fase de grupos. Essa é de longe a competição com maior expectativa dos últimos anos, com 12 campeões e a volta dos gigantes argentinos, Boca e River. Para a ocasião, preparamos um pequeno guia da competição. Neste primeiro post, dessecaremos a pré-Libertadores e os grupos 1, 2, 3 e 4.
Pré-Libertadores
A fase eliminatória, que definiu os classificados que faltavam para a fase de grupos, deixou dois campeões de fora. Once Caldas e Nacional de Montevidéu não sobreviveram aos duelos com Corinthians e Palestino do Chile. Outra surpresa foi a queda do Cerro Porteño frente ao Deportivo Táchira. O Huracán voltou à libertadores, depois de 41 anos, e atropelou o Alianza Lima. Confira os resultados.
Grupo 1 | Dois campeões e um grupo complicado
Atlas – Segundo melhor da fase classificatória do Torneio Apertura do México, o Atlas entra em sua terceira Libertadores e sua melhor participação foi em 2008, quando chegou às quartas de final. Os Foxes, desde que Thomás Boy assumiu o comando do time, sempre se destaca na primeira fase MX League e cai logo de cara nos playoffs. O time que já contou com o brasileiro Maikon Leite como destaque, hoje aposta suas fichas no colombiano Aldo Leão Ramirez.
Atlético-MG – O Galão da Massa chega a sua sétima Libertadores, a terceira consecutiva, tentando repetir a campanha histórica do título de 2013. Classificado como campeão da Copa do Brasil (outro título histórico), o Atlético perdeu seu ídolo Tardelli e o “Capitão América” Réver, mas trouxe o goleador argentino Lucas Pratto e o meia colombiano Cárdenas. Eles se juntam a Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Leandro Donizeti, Dátolo e Luan, para formar a base do time que tenta o bi, sobre a batuta de Levir Culpi.
Colo-Colo – Único chileno campeão (1991), o Colo-Colo disputa sua Libertadores. Classificou-se com o título do Torneio Clausura e traz toda a sua tradição para a disputa. Seu destaque é o volante Jaime Valdés, “Parajito”, que voltou da Europa depois de 11 anos. Além do líder de 35 anos, o time conta co om goleiro Justo Villar, o defensor Julio Barroso e os atacantes Humberto Suazo e Esteban Paredes. No banco de reservas, o jovem técnico Hector Tapia é ex-jogador e ídolo do time, responsável por trazer o “Cacique Branco” de volta aos títulos.
Independiente Santa Fé – O albirojo disputa sua nona Libertadores, tendo como melhor resultado uma semifinal em 2013. O craque do time, o meia argentino Ómar Perez, segue comandando a equipe, apesar da pinta de ex-jogador em atividade. Novamente no grupo do Atlético, a meta traçada pelo técnico argentino Gustavo Costas é passar de fase, o que não conseguiram ano passado.
Grupo 2 | Cinco títulos e um grupo da morte
San Lorenzo – Os atuais campeões chegam sob desconfiança para sua 13ª participação. A equipe comandada por Edgardo Bauza teve uma notória queda de rendimento no Campeonato Argentino e durante a disputa do Mundial de Clubes, além de perder destaques do título do ano passado, como o jovem Angel Correa. O destaque do time é o “Pichi” Juan Mecier, que aos 35 anos organiza o meio de campo do time.
São Paulo – Vice-campeão brasileiro, o São Paulo garantiu sua vaga para disputar a 17ª Libertadores, recorde entre os brasileiros. O time se reforçou muito, trazendo Carlinhos, Dória, Bruno e o argentino Ceturión. O destaque do time é o meia Paulo Henrique Ganso, mas ninguém chama mais atenção que o interminável Rogério Ceni, que jogará aos 42 anos. Sob comando do técnico mais vitorioso dos últimos anos no clube, Muricy Ramalho, o tricolor tenta o tetra, para se tornar o brasileiro com mais títulos na competição.
Danúbio – Campeão uruguaio na temporada 2013/14, o Danúbio está em sua sétima Libertadores. Sua melhor participação até hoje foi na edição de 1989, quando começou goleando o Peñarol e chegou às semifinais, sendo eliminado pelo campeão Atlético Nacional. Seu destaque é cria da casa, o volante Ignácio Gonzalez de 21 anos. O estrategista da equipe é o técnico Leonardo Ramos, que além do título uruguaio, conquistou o Apertura de 2013. Para a Libertadores, não se espera nada do time, além de uma possível zebra.
Corinthians – Quarto colocado no Brasileirão, o Corinthians conquistou sua 12ª vaga na competição sul-americana através da pré-Libertadores, quando eliminou o Once Caldas. O Timão trouxe de volta o técnico Tite, comandante de sua melhor participação na competição, o título de 2012, ano em que também levantou a taça do mundial. O time ainda tem jogadores daquela campanha, como Cássio, Fábio Santos e Paolo Guerrero, maior destaque da equipe. Para reforçar o Timão, além de seu novo estádio, veio o atacante Vágner Love.
Grupo 3 | Um grupo fácil para um novo Cruzeiro
Cruzeiro – O atual bicampeão brasileiro desmontou o time e começa a reformular o elenco para tentar o tri da maior competição sul-americana. Em sua 15ª participação, o time mineiro terá um boa chance de repetir os títulos de76 e 97, principalmente pelo grupo fácil da primeira fase. Os destaques são o goleiro Fábio é o meia uruguaio De Arrascaeta, que veio numa leva que conta com Riascos, Mena, Paulo André, Willians, Joel, Damião e outros, que ainda pode receber mais reforços. O comandante do bicampeonato nacional, Marcelo Oliveira, terá uma missão difícil para fazer com que o time encaixe rápido, a tempo de lutar pelo título.
Huracán – Após 41 anos, o Huracán volta a jogar a Copa Libertadores, para sua segunda participação na competição. O time se classificou ainda disputando a segundona argentina, pois conquistou a Copa Argentina. O time estava em crise e jogadores e torcida brigavam, quando o técnico Néstor Apuzzo assumiu e guiou o time para o acesso depois de estar em último na “promoción”. Embora tenha vendido sua principal figura, o Pity Martinez, ao Rver Plate, o time segue em alta, ainda mais depois de varrer o Alianza Lima na pré-Libertadores. Ramón Abila, no ataque, e Patricio Toranzo, como armador, são as suas principais figuras e Alejandro Romero Gamarra, o substituto de Martinez, é a grande promessa.
Universitário de Sucre – Assim como o Huracán, o Clube de Desporto Universitário de Sucre disputa sua segunda Libertadores. Em 2009, foi eliminado na fase de grupos. Sem grandes estrelas em seu elenco, o time foi campeão boliviano sob comando de Javier Veja, que acabou sendo demitido em dezembro devido a uma campanha ruim no segundo semestre. Com o atual técnico Júlio Cesar Baldivieso (um dos maiores jogadores da história da Bolívia), a equipe de Sucre vai usar seu Estádio Olímpico Pátria, a quase 3 mil metros acima do mar, como arma. Dentro de campo, o craque e capitão do time é o meia-atacante de 29 anos, Maurício Saucedo.
Mineros – O Mineros de Guayana é um dos grandes da Venezuela, mas é apenas a segunda vez que o time irá representar o país na fase de grupos da Libertadores. Em 1997, caiu num grupo com Colo Colo, Universidad Católica e Minervén, seu rival, que está agora na segunda divisão venezuelana. A equipe de Puerto Ordaz tem como destaque o centroavante Richard Blanco, o “Avioncito”, marcando 25 gols com a camisa do clube nas duas últimas temporadas. No banco, o time conta com o recém chegado Marcos Mathias, que vai ter que repetir os bons resultados obtidos pelo seu antecessor, Richard Paez.
Grupo 4 | Inter e Universidad de Chile como favoritos
Internacional – O Inter chega a sua 11ª participação em busca do tri. Longe dos times campeões em 2006 e 2010, a equipe atual está em processo de remodelação. Com um novo técnico, o ex-jogador do time, o uruguaio Diego Aguirre cria um esquema em torno do destaque do time, o maestro argentino D’Alessandro, com nove títulos pelo clube. O colorado conta ainda com os reforços de Réver, Nilton, Vitinho, Léo, Ernando e Anderson, que vão se juntar a boa base deixada pelo ex-técnico Abel Braga.
Emelec – Os Elétricos são presença constante na Libertadores. Em sua 24ª participação só conseguiram ir às semifinais em 95. O time veio empolgado pela temporada 2014, onde foi campeão nacional, mas de cara já terá que se adaptar a mudança de treinador. O consagrado Gustavo Quinteros, após duas temporadas impecáveis no comando do clube, foi escolhido para assumir a comando da seleção equatoriana. Só em março saberemos quem comandará o time. A despeito dessa incógnita, o Emelec se apoia em seu capitão Quiñones para tentar avançar às oitavas.
The Strongest – Mais um time comum na Libertas, o The Strongest representa a Bolívia pela 21 vezes. Apesar do nome, o Strongest está longe de ser o mais forte e é até uma surpresa para esta edição. Eliminou o Monarcas Morélia do México, se aproveitando da má fase do time adversário e da grande partida do meia Pablo Escobar. O técnico argentino Nestor Craviotto conta, além de Escobar, com o principal nome do time, Cristaldo, e a altitude de La Paz, claro. Não deve ir longe.
Universidad de Chile – La U está mais uma vez como favorita do grupo, mas como de costume, não se sabe o que esperar dela. Com quatro semifinais (70, 96, 2010 e 2012) em 19 participações, os chilenos devem disputar a vaga contra o Emelec. O time do uruguaio Martin Lasarte, atual campeão chileno, manteve seu elenco e espera que a experiência de jogadores como o goleiro Johnny Herrera possa fazer a diferença.
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