O FRACASSO CANARINHO, A EVOLUÇÃO DO PERU, O VASCO CONTINENTAL E O SONHO CHILENO
A Copa América acabou e nós ainda não tínhamos falado sobre a competição. Pois bem, achamos pertinente fazer um pequeno texto para ponderar algumas das impressões que o maior torneio de seleções da América do Sul deixou.
Quando começou a Copa América, depois de onze vitórias seguidas, muito se esperava de Dunga e todos os outros anões que envergavam a camisa amarela em campos chilenos. Mas já no primeiro jogo um alerta, ainda estávamos sob efeito dos 7 a 1. Gol no último minuto e um sofrido dois a um, de virada, contra os peruanos.
Veio o jogo contra a Colômbia, derrota, chilique de Neymar, e um futebol longe de aceitável. No último jogo da fase de grupos, a Venezuela, o patinho feio das Américas. Gol no início do jogo e tudo parecia caminhar para, enfim, uma vitória confortável, com um jogo dinâmico e de qualidade. Errado. Mais um sufoco e a seleção terminando o jogo com quatro zagueiros, Daniel Alves de armador, e o esquadrão nacional sem saber o que fazer em campo. Méritos do general Dunga. O mesmo que, segundo o Bem Amigos do Sportv, pediu a CBF para não entrar com recurso, abrindo mão de nosso melhor jogador.
A campanha pífia teve seu apogeu em mais uma eliminação para o Paraguai, outra vez nos pênaltis, e mais uma vez com um futebolzinho de dar dó. O saldo da Copa América para o Brasil: outro vexame.
Se para o Brasil a peleja Sul-Americana, foi um desastre, para os Peruanos foi a afirmação de que o país dá mostras de melhoras no esporte. Pela segunda vez seguida o país termina a competição em terceiro lugar, mesmo não tendo um grupo de jogadores tão conhecido no mundo da bola. Guerrero, a estrela da seleção, mostrou que é, definitivamente, um dos jogadores mais decisivos das Américas, artilheiro da peleja, foi letal nas finalizações, demonstrando técnica e muitas variações de jogadas.
Entretanto, mesmo com seu segundo terceiro lugar, o Peru tem um novo desafio: classificar para a Copa de 2018, sendo que sua última participação foi há 33 anos, em 1982, na Espanha. Para quebrar este tabu, a equipe de Ricardo Gareca terá que apresentar novamente um bom futebol na disputa daquela que se desenha para ser a mais difícil eliminatória de Copa de todos os tempos.
A final da Copa América foi justa. Decidida por duas das melhores seleções do continente, a peleja acabou ficando com os donos da casa. Seleção muito bem treinada por Jorge Sampaoli, com variações táticas impressionantes e um forte poder ofensivo. Se não tem o mais qualificado grupo de jogadores, o Chile tem conjunto, um grupo formado com posições muito bem definidas. O ataque conta com a qualidade de Alexis Sanchez, o meio tem a segurança de Vidal e a defesa e liderança de Bravo.
E foi assim que esta geração entrou para a história, a primeira a ganhar um título para o futebol Chileno. A equipe de Sampaoli demonstrou evolução em relação ao futebol da Copa do Mundo de 2014, foi ofensiva, rápida e sempre com muita qualidade. Futebol bonito e, quando não deu na bola, foi na vontade e no desejo maior de ser campeão.
Na final, nos primeiros 45 minutos, abdicou de seu estilo, esperou a Argentina e sofreu. Quando decidiu ser o Chile de verdade equilibrou a partida e passou a assustar os Hermanos. Depois de um jogo muito bem disputado, deu Chile, nos pênaltis, com direito a uma cobrança magnífica de Sanchez. O Chile pela primeira vez sentiu o gosto de levantar uma taça, de ser campeão, e tinha que ser em casa, do lado da torcida, com uma merecida festa.
A Argentina restou, mais uma vez, o vice-campeonato. Mesmo com uma das gerações mais talentosas do país, Messi e companhia tem se especializado em ser vice. Foram vice no Brasil e vice no Chile, mantendo um tabu de 20 anos sem ganhar nada, e ainda ficaram de fora dos jogos olímpicos, onde são especialistas, com duas medalhas de ouro (2004 e 2008).
Mesmo com grandes jogadores e favorita em todas as competições que disputa, a Argentina ainda não conseguiu transformar qualidade em conquistas. Nestas duas décadas, os nossos vizinhos sempre tiveram grandes esquadrões, mas por algum motivo ficaram no quase em todas as competições. É difícil encontrar motivos para a falta de títulos, o certo é que Argentina e azar, tem caminhado lado a lado.
No fim, palmas para o Chile, que abraçou sua seleção e foi junto com ela até o título.
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