WARRIORS CAMPEÃO E A CAMPANHA DOS SONHOS NA NBA
A turma de Oakland viveu uma temporada do sonhos. A cidade abraçou como nunca um time que jogou como nunca. A equipe viveu dias de glória e deu a cidade uma conquista que não vinha a quarenta anos. Na temporada em que a NBA viveu uma virada de eixo, os fãs dos basquete viram a consolidação de um novo ídolo, a frustração de um gênio e uma celebração do basquete como a muito não se via.
O Golden State Warriors sagrou-se campeão da NBA pela quarta vez na história da franquia (segunda como Golden State) e encerrou a fila que durava desde 75. Basquete não faltou. O time foi eficiente quando precisou, errou pouco durante a temporada e deu show sempre que possível. Números? Eles tem também. As 83 vitórias na temporada regular deixaram o time atrás apenas do lendário Chicago Bulls de Michael Jordan, nas temporadas 95/96 e 96/97. Só isso.
MVP? Ah, claro que tem! Stephen Curry, de apenas 27 anos, deu show durante a temporada. E olha que foi de longe a disputa mais acirrada da história. Gente pra ganhar MVP não faltou: Lebron James, James Harden, Russel Westbrook, Chris Paul e Anthony Davis. Mas o Curry jogou demais. Média de 39,3 pontos na temporada regular, de 28,3 nos playoffs e 26 nas finais. Recordista absoluto da NBA em arremessos de três pontos, com 286 cestas O.o ! Isso só de exemplo. Foi eficiente, foi cestinha, foi passador e realizou jogadas sensacionais (que o diga Chris Paul).
Jogar sozinho? Esse problema ficou só com LeBron. Curry formou a elétrica dupla com Klay Thompson, nomeada de “Splash Brothers”, que aterrorizou as defesas adversárias com velocidade e muita, muita habilidade. E nas finais ainda teve André Iguodala saindo do banco para segurar King James e ser eleito o MVP das finais. Leandrinho deu a volta por cima e se tornou o segundo brasileiro a conquistar a NBA, jogando as finais e colaborando com a equipe em todos os jogos. Sem falar em Lee, Green …
Adversário à sua altura? Se teve! O Cleveland Cavaliers veio com tudo para cima dos Warriors. O time e a cidade inteira. Cleveland queria um título da NBA, coisa que nunca conquistou, além de esperar pelo encerramento do seu jejum de títulos nas principais ligas americanas, que vem desde 64. Mas dentro de quadra, só havia LeBron. O time que repatriou seu ídolo e se preparou para permitir que ele desse espetáculo se desmanchou com contusões. Varejão, Love, e por fim, Kyrie Irving, no primeiro jogo das finais. Jogadores menos expressivos como JR Smith e Dellavedova ainda se destacaram em alguns momentos, mas não foi o suficiente. LeBron fez história, conseguiu uma média de 35,8 pontos por partida nas finais, mas foi pouco.
Já os Warriors montaram um elenco fechado com a filosofia do seu técnico, Steve Kerr. Oriundo daquele mítico time dos Bulls, Kerr fez os Warriors imprimirem um ritmo de jogo extremamente forte. No ataque, não se discute: média de 110 pontos por jogo na temporada regular e de 103 nos playoffs. Liderança também em assistências. Porém, a defesa é muito questionada, por sofrer muitos pontos. Bobagem! Um time que sede cerca de 98 pontos a cada 100 posses de bola é uma baita de uma defesa! Toma muitos pontos porque o ritmo de jogo é alto, logo quem tem mais jogadas soma mais pontos. Ainda assim, sofrem muito pouco em relação a quantidade de chances que os adversários tem. É um jogo que flui muito, não é amarrado e tem méritos do trabalho de Kerr.
Já falamos aqui que muita gente que deixou de acompanhar a NBA por anos ia estranhar uma final entre Warriors e Cavs. Mas se isso aconteceu, pelo menos eles se surpreenderam com a qualidade dos jogos. Foi uma série da melhor qualidade. Parabéns aos Warriors e melhor sorte aos Cavs.
PS: E uma salva de palmas para a “peça chave” do título: Rilley Cury, a filha de Stephen, mascote do time.
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