Atlético x Cruzeiro – O clássico do ponto de vista do líder
É chegada a hora de mais uma vez, enfrentar o outro time de Belo Horizonte que frequenta a primeira divisão quase todos os anos. É um jogo que não define muita coisa, mesmo porque o Cruzeiro tem larga vantagem na liderança e o outro time não está nem aí para o Brasileirão. Na verdade, trata-se de um jogo onde um time quer manter a obesidade mórbida para queimar que construiu em campanha fantástica, contra o time que quer agilizar uma redução de estômago no Cruzeiro pra queimar essa gordura toda.
O Cruzeiro entra mais pressionado em campo, não pela derrota em casa no meio da semana, longe disso, mas porque ele disputa o campeonato. Ao mandante, só resta cumprir tabela e tentar tirar pontos do inimigo local e entregar jogos ao Grêmio, Botafogo, Atlético Paranaense ou qualquer outro time que esteja e menos de 2.497 pontos de distância do Cruzeiro na tabela e assim, disputando o título, segundo o simulador do Cuca.
A derrota no meio da semana terminou com a maior série invicta dentro de casa que um time brasileiro jamais teve. Desde 2010 que o Cruzeiro não perdia no Mineirão, quando o próprio São Paulo numa Quartas-de-final de Libertadores da América, encaminhou sua classificação. Nesse meio tempo, até perdemos como mandantes, mas nunca em casa. O estádio do América é assim, lugar onde já mandamos jogos e ainda assim jogamos fora de casa, agora será a vez de literalmente jogarmos fora de casa no primo pobre dos estádios de BH.
Quis o destino que a derrota em casa viria contra o arquirrival cruzeirense, grande levantador de canecos e que pode comparar sua sala de troféus à nossa. O Cruzeiro não consegue 6 pontos em cima do São Paulo no Brasileirão, ainda mais em um ano em que o Luan já sapecou três gols, no 3×0 em pleno Morumbi que ocorreu no turno. Por isso, não há motivos para preocupação, pois um dia o Cruzeiro voltaria a perder, um dia seríamos derrotados novamente em casa, por coincidência, esse dia chegou na quarta-feira.
O Cruzeiro tem alguns desfalques para amanhã, Martinuccio e Júlio Baptista, contundidos, desfalcam o banco celeste e Dedé presta serviço à seleção, que presta desserviço ao Campeonato Brasileiro. O time de lá também conta com desfalques que estão no oriente jogando emocionantes amistosos contra Coréia do Sul e Zâmbia, além do DM estar um luxo com as presenças de Ronaldinho e Ricky (sic). Mesmo assim deve ser um bom jogo. É um clube grande enfrentando outro que conseguiu montar um bom time para ganhar esse ano o principal título de sua história.
Clássico é clássico e vice-versa, já dizia o poeta, e assim não tem favorito. Mas a meu ver, o Cruzeiro tem ligeira vantagem, pois motivação de quem disputa o título não pode ser menor que motivação de quem não quer deixar o rival local ser campeão. Isso também contribui para a leve pressão que o Cruzeiro terá em campo. Além disso, não temos as desculpas pré-fabricadas do craque machucado, destaques na seleção e olhos voltados para outra competição, que o time retrô em preto e branco tem.
Mas não tem conversa. É hora de, assim como nas outras 5 derrotas do ano, ganhar, reabilitar e mostrar que não adianta só querer acompanhar o Cruzeiro, só uma tragédia poderia reduzir a diferença de pontos e ainda assim, corre o risco de o cruzeiro ser líder com folga, tamanha a vantagem. É só mostrar o futebol que já mostrou e pronto, é o Horto em silêncio e um país sem esperança de tirar o título das mãos da nação azul. Não tá fácil pra ninguém, menos pro Cruzeiro.
No Comment