O FURACÃO E SEU TÍTULO DE CARA NOVA (OU SEM CARA?)
O Atlético-PR conquistou o título da Copa Sul-Americana. Ou melhor, foi o Athletico. Bom, o Furacão conquistou seu primeiro título internacional e um momento histórico do clube veio num contexto de mudança drástica, que é minimamente curioso.
O ano começou com o “visionário” técnico Fernando Diniz, que sempre revoluciona os times que treina, mas quase nunca entrega resultado. No caso do Furacão, deixou o time na zona de rebaixamento do Brasileirão. A “bucha” ficou com Tiago Nunes, que aos poucos pôs o time na linha. Escapou até com facilidade do rebaixamento no nacional, mas a grande história ficou para a Copa Sul-Americana.
Uma campanha arrebatadora de 8 vitórias e 2 derrotas em que o Furacão varreu o Newell’s Old Boys, Peñarol, Caracas e Fluminense. Só teve trabalho contra o Bahia. Tal campanha colocou o time na decisão contra o Junior de Barranquilla. Talvez a maior de sua história.
Ao contrário da final da Libertadores de 2005, onde nem pode jogar na sua Arena, dessa vez a final foi em casa. Um momento para marcar definitivamente uma mudança na história do clube. Parece que os dirigentes do clube levaram isso muito a sério.
Depois de empatar na ida, a decisão na Arena preparava grandes emoções para os paranaenses, enquanto sua diretoria preparou uma grande surpresa. Na véspera da decisão do título, o presidente do clube anunciou a mudança de nome, identidade visual e uniforme do clube. E uma mudança drástica. O escudo e camisa foram completamente alterados e o nome do clube ganhou um “H”(?). Pelo menos o time continua a ser rubro-negro.
É complicado comentar uma mudança dessa natureza com tão pouco tempo. Particularmente só gostei do uniforme (se fosse um uniforme reserva), mas já vi quem gostasse das mudanças. Ao meu ver, a revitalização de uma marca é importante, desde que seja bem conduzida, como a da Juventus de Turim – que também foi seguida de enorme polêmica. Mas voltemos, a decisão.
Ainda com sua cara antiga, o Furacão foi campeão em um jogaço. Empate, gols perdidos, pênaltis perdidos e um título na marca da cal, para matar a torcida do coração. Nada mal para uma primeira conquista continental.
No fim das contas, a conta foi positiva. O Atlhetico – ainda é difícil escrever com esse H e sem acento – entrou para o seleto clube de times brasileiros com títulos internacionais. A torcida ainda vive a euforia da conquista e várias rodas de debate esportivo discutem se o time entra ou não para a prateleira dos grandes com essa conquista. Fora do campo, a política do clube foi tão destacada quanto a equipe – seja durante a eleições presidenciais ou com a decisão de mudar toda a cara do clube. No que isso vai dar, só o tempo dirá.
Mas com certeza, 2018 ficará na história do Clube AtHletico Paranaense.
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