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RIVER, BOCA E A FINAL ROUBADA

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Era a maior final para a maior Libertadores de todos os tempos. O maior clássico valendo o maior título do continente. Todos os ingredientes para dar certo, mas deu errado.

Era para ser a maior Libertadores da história, como vinha sendo. Mas foi desandando, se perdendo aos poucos até ir para o buraco no seu momento de apogeu. A Libertadores com o maior número de campeões, virou a de maior número de presepadas da Conmebol (e olha que de presepada essa entidade entende).

O sonho de colocar o maior clássico argentino na final foi realizado quase que na marra (haja vista os jogadores irregulares perdoados, a expulsão absurda na Bombonera e o técnico suspenso à paisana no vestiário), mas com duas equipes que, pelo menos, jogavam um bom futebol. Aliás, dentro de campo, River e Boca foram de fato as duas melhores equipes da competição, com o futebol de mais qualidade. Bastava organizar e realizar a decisão. Mas quando o assunto é Confederação Sul-Americana, isso não é tão simples.

Começando com a falta de estrutura da Argentina, que em meio a uma Cúpula do G-20, precisou mudar as datas das finais, para garantir o efetivo policial (que sabemos hoje que valeu muito pouco). Depois, teve o rancor de São Pedro, que derrubou o mundo na Bombonera, quase inundando todo bairro de La Boca. Muita milonga até adiarem o jogo, uma decisão que não era lá muito difícil de se tomar.

No domingo seguinte, bem mais seco, foi realizada a contenda. Uma estranha decisão de Libertadores num domingo à tarde, com cara de final e clima de final. Um grande jogo, talvez um dos melhores da competição.

Parecia que a final estava salva. Mas era cedo pra comemorar. Veio o dia do jogo de volta… e nada de jogo. Barbárie na rua mesmo, sem nem chegar ao estádio. Selvageria absoluta nas ruas durante a passagem do ônibus do Boca. Mesmo com a evidente impossibilidade de se realizar o jogo, tivemos novas horas de milonga em que ia ter jogo e logo depois não ia ter.

Foi assim até passarem o jogo para o dia seguinte, colocar milhares de torcedores no estádio Monumental pelo segundo dia seguido, para não ter jogo. Aliás, todo mundo sabia que não ia ter. Aí veio hospital, tribunais, manchetes de jornais, mais milonga e nada de resolver a pendenga (outra especialidade da Conmebol). E não acabou por aí.

Não bastasse tanta palhaçada, por medida de segurança a final da Libertadores foi parar em Madrid. Não dá, né. Em meio as piadas com a final da Libertadores ser no país dos colonizadores da América, os torcedores tiveram que aceitar que sua maior final não era mais sua. Seria na Europa. Parabéns para os barras do River, para a administração pública Argentina e, principalmente, a Conmebol, pela bizarrice. E podia ser muito pior: ao invés de outro estádio sul-americano, a outra melhor opção era o Catar!

Às vésperas do Mundial, não havia campeão da América. Absurdo! E acabou que a final foi mesmo no Santiago Bernabeu e teve cara de espetáculo – como a maioria dos jogos europeus – mas não de final. A torcida que veio da Argentina até se esforçou, mas a atmosfera não foi a mesma de um jogo em Nuñez. Entretanto, dentro de campo, mais um bom jogo. Ficou empatado, teve prorrogação e deu River. Enquanto a torcida do Boca vai chorar a expulsão de Barrios e a bola na trave do Jara, a do River vai fazer a festa.

No fim das contas tivemos um campeão, tivemos uma final bem jogada, mas não foi tudo que podia ter sido. Tivemos uma decisão em solo europeu, com cara de final roubada. Não pelo juiz, mas pela Conmebol, que tirou o maior Superclassico da história do povo argentino.

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